DEPUTADO MAURI TORRES (PSDB), Presidente.
Discurso
Comenta debate denominado "Movimento pela Segurança e Vida", realizado no
ano de 2000 pela Assembléia Legislativa. Comenta ações desenvolvidas no
Estado na área da segurança pública.
Reunião
30ª reunião ESPECIAL
Legislatura 15ª legislatura, 4ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 13/09/2006
Página 26, Coluna 1
Evento Seminário Legislativo: "Segurança para todos - Propostas para uma Sociedade mais segura".
Assunto SEGURANÇA PÚBLICA.
Legislatura 15ª legislatura, 4ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 13/09/2006
Página 26, Coluna 1
Evento Seminário Legislativo: "Segurança para todos - Propostas para uma Sociedade mais segura".
Assunto SEGURANÇA PÚBLICA.
30ª REUNIÃO ESPECIAL DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 15ª
LEGISLATURA, EM 21/8/2006
Palavras do Deputado Mauri Torres
No ano de 2000, preocupada com os índices de violência e de
criminalidade que vinham-se registrando no Estado, a Assembléia
Legislativa de Minas promoveu, em conjunto com 92 instituições
vinculadas aos poderes públicos e à sociedade civil, um amplo
movimento denominado “Movimento pela Segurança e Vida”, destinado
a estimular a reflexão sobre o tema e a mobilizar as forças
políticas e sociais para a construção de uma política de segurança
pública abrangente e eficaz para a população mineira.
Resultou dessa iniciativa um sólido documento de proposições para
o aprimoramento da política de segurança do Estado, muitas das
quais incorporadas aos projetos que se elaboraram sobre o tema,
como a nova formatação da Secretaria de Defesa Social; a
unificação dos bancos de dados das Polícias Civil e Militar; a
integração das ações entre as polícias; a destinação de recursos
específicos para o reequipamento das polícias; o envolvimento dos
Municípios e da comunidade no combate à violência; e a política
penitenciária.
Passados seis anos, estamos aqui de novo para debater o mesmo
assunto, e a primeira consideração a ser feita é que a violência e
a criminalidade continuam a nos desafiar, como uma das maiores
preocupações da população mineira e, conseqüentemente, como área
prioritária entre as políticas públicas.
Sabemos que, em Minas, estão sendo implantados programas de
aprimoramento da segurança pública e que esses programas têm dado
resultados positivos, como os divulgados recentemente pela
Secretaria de Defesa Social, mostrando a redução da taxa de crimes
violentos no Estado.
As ações que têm sido realizadas no Estado na área da segurança
são importantes, mas não suficientes para deixarmos de dar
prioridade ao tema e de discuti-lo amplamente, com todos os
segmentos da sociedade e dos poderes públicos, porque a situação
ainda é grave. Há muito o que ser feito para que nossa população
se sinta mais segura e para não corrermos o risco de chegar à
situação crítica de alguns dos nossos Estados vizinhos.
As causas que levam a essa situação - entre as quais se poderiam
apontar a incapacidade do Estado de conter o crime organizado, as
deficiências do sistema policial e penitenciário, a inadequação da
legislação penal aos tempos atuais, a morosidade da Justiça, além
de fatores ligados a nossa realidade socioeconômica, como o
crescimento desordenado, o desemprego, a carência de serviços
básicos, as distorções e desigualdades - estão presentes, em maior
ou menor grau, em todas as regiões brasileiras.
Lembre-se, nesse contexto, que o custo social da violência e da
criminalidade é muito elevado. Ele pode ser avaliado pelos
investimentos que o Estado tem de fazer para combatê-las, pelos
prejuízos materiais causados aos indivíduos e às instituições,
pelos dramas pessoais e pelos limites impostos à própria liberdade
dos cidadãos. Trata-se de um problema que atinge,
indiscriminadamente, homens e mulheres, crianças e adolescentes,
pobres e ricos, em todas as regiões do Estado.
A questão é complexa e envolve ações de controle e repressão, o
reforço e o aperfeiçoamento do aparato policial e a abertura de
mais vagas no sistema prisional, aliadas a um amplo programa de
ações preventivas, abrangendo as áreas de educação, saúde,
assistência, moradia, geração de empregos, que tenham efeitos mais
sólidos e duradouros.
Saliente-se que os programas e projetos que se implantarem nesse
campo devem ser de responsabilidade não apenas dos governos -
federal, estaduais e municipais -, mas também do conjunto da
sociedade, formando-se uma rede de atitudes voltadas para garantir
a segurança na família, nos espaços urbanos, na convivência
social. O encontro que estamos iniciando visa a aprofundar o
debate sobre tais questões, tendo como objetivos específicos:
apresentar um diagnóstico sobre a segurança pública no Estado de
Minas Gerais; propor ações preventivas e outras formas de
enfrentar a violência e a criminalidade; discutir a questão do
financiamento da segurança pública; levantar sugestões para
aperfeiçoamento do sistema de justiça criminal; discutir o perfil
e a capacitação permanente dos operadores da segurança pública; e
contribuir para o aprimoramento do Sistema Nacional de Segurança
Pública.
É importante lembrar que as propostas a serem discutidas nos
grupos de trabalho deste evento resultaram de dedicados estudos
preparatórios das comissões técnicas institucionais, assim como
dos seis encontros regionais, realizados nas cidades de
Uberlândia, Contagem, Juiz de Fora, Governador Valadares, Pouso
Alegre e Montes Claros. Nos grupos de trabalho, hoje e amanhã,
vamos discutir as propostas e priorizar 20 em cada grupo; na
plenária final, vamos priorizar apenas 5 de cada grupo. Ao final
deste encontro, teremos em mãos um documento com as 20 propostas
mais significativas, entre tantas que foram levantadas, apontando
as prioridades a serem consideradas pelos poderes públicos do
Estado, para avançarmos efetivamente na questão da segurança
pública.
Gostaríamos de agradecer a todas as pessoas e instituições que
colaboraram para a realização deste seminário, especialmente às
entidades de apoio, que estiveram conosco desde a fase
preparatória; àqueles que participaram das comissões técnicas
institucionais trabalhando na elaboração do documento de
propostas; às Prefeituras e Câmaras que viabilizaram os encontros
regionais; às autoridades; aos palestrantes e coordenadores dos
grupos de trabalho; aos Delegados Regionais e a todos os
presentes, com a expectativa de que as exposições, os debates e as
propostas aqui apresentadas contribuam para a construção de
políticas públicas que garantam, de fato, mais segurança e
tranqüilidade à população de todo o Estado. Muito obrigado.