42ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 15ª LEGISLATURA, EM 30/8/2005

Palavras do Deputado Alencar da Silveira Jr

O Deputado Alencar da Silveira Jr. - Sr. Presidente. Só gostaria de dizer que não fui eu quem disse essas coisas com relação à saúde. O jornal é que diz: “Um homem morreu na noite de quinta-feira, dia 25, enquanto aguardava atendimento médico num posto de saúde no Bairro Cardoso, em Belo Horizonte. De acordo com o policial militar, Jésus Maia Miranda, 54 anos, teria pressão alta. Ficou duas horas esperando atendimento na Unidade de Pronto Atendimento do Barreiro”. Acabou não resistindo, Sr. Presidente. Veio a falecer. Infelizmente, é isso que acontece.

O que estamos dizendo é que são necessárias mudanças. Vemos que o Partido dos Trabalhadores não agüenta a verdade. Quando abrimos uma discussão como essa, uma Deputada vira para a outra e diz: “Vamos acabar com o quórum. Vamos sair.” A TV do Legislativo, que criamos, podia mostrar que já não temos Deputados do PT no Plenário. Aquele que está ali está mais ou menos, já até tirou a estrelinha.

Queria lembrar que a Deputada acertou. O PT continua o mesmo, porque chegou um moço e tentou ser candidato a Presidente, dizendo que eram necessárias mudanças no Partido dos Trabalhadores e que não podiam aceitar o José Dirceu na Chapa. Esse mesmo José Dirceu, que causou tudo isso que aí está! O que vimos foi o José Dirceu dizer: “Daqui não saio. Daqui ninguém me tira.” O PT continuará do jeito que está. O que estamos vendo é o continuísmo. O PT de ontem é o PT de hoje.

Posso falar isso, Sr. Presidente, porque venho do Partido Democrático Trabalhista - PDT. O PDT do Brizola, que sempre denunciou tudo isso que está aí, que sempre mostrou que temos que fazer as mudanças. O PDT ajudou a eleger o Lula. Votei no Lula. Falo isso de forma indignada, porque o que estou vendo em Brasília, no Brasil, é muito triste. Fui para as ruas e pedi voto para o Lula. Dentro desta Casa, tínhamos as pessoas que eram do lado do Serra e fomos criticados por nossa postura. O mesmo trio elétrico que coloquei à disposição do Eduardo Azeredo, quando fez campanha, disponibilizei para a campanha do Lula. Tenho fotografia do Zé Alencar, do Zezé, em cima do meu trio elétrico, pedindo voto para o governo Lula. É um governo em que coloquei todas as minhas fichas e, portanto, esperava seriedade. Estou sendo, hoje, cobrado por aqueles a quem pedi votos. Sou cobrado, sim, Sr. Presidente, e, portanto, não aceitamos isso.

Sr. Presidente, por que na hora de falar que todos eram feios não vamos falar? Só eles é que eram bonitos, e agora todos estão feios neste Brasil? A situação está difícil. Estive com a Deputada Jô Moraes e com universitários, aqui nesta Casa, que vieram fazer uma visita. Batemos um papo com eles. Aliás, esta Casa precisa fazer convite para esses universitários conhecerem melhor este Parlamento, para saberem, realmente, o que o Deputado faz, o que ele defende, porque, senão, ficará difícil a situação. Hoje, ser Deputado neste país, podem saber, Sr. Presidente e nobres colegas, está ficando difícil. Antigamente, quando chegávamos à cidade do interior, havia uma banda de música, meninos com bandeirinhas do Brasil e de Minas Gerais nos aguardando. Hoje, é perigoso tomarmos vaias. Temos que mudar esse quadro.

Mudamos a realidade desta Casa. Quando cheguei aqui, V. Exa. se lembra, abrimos espaço para todo o mundo, colocamos uma televisão no ar. Aqui não precisamos esconder nada, pois mostramos tudo. A Casa foi revirada de pernas para baixo, de pé à cabeça. Todo mundo viu isso. A casa mostrou.

Não adianta fazer crítica e não mostrar o caminho certo. Se estiver ruim, é preciso assumir.

Em hora nenhuma, falei que o Secretário de Saúde não era sério.

Não coloquem palavras na minha boca. A Deputada disse: “O Deputado falou que o Pimentel é sério, mas o Secretário de Saúde também é sério”. Nunca falei que ele não é sério, mas ele tem que vir aqui se explicar. Nunca falei que o Secretário de Saúde não era sério. Respeito o Pimentel apesar dessas denúncias de dinheiro na sua conta. Já demitiu seu contador. Defendo, respeito o Pimentel e sua administração, mas ele pode não estar sabendo o que está acontecendo. O Lula não estava sabendo o que acontecia em Brasília; em Belo Horizonte, que é pequena, ele pode não estar sabendo. Com certeza isso não está acontecendo. Peço que não coloquem palavras na minha boca. Estarei aqui no dia em que o Secretário vier. Respeito o Secretário de Saúde e o Prefeito Fernando Pimentel. Acho que são bons administradores. É lógico que existem as mazelas do Partido dos Trabalhadores. O Pimentel tem que pensar que temos que fazer uma Belo Horizonte cada vez melhor. Muito obrigado, Presidente, pela tolerância em ouvir esse Deputado.