DEPUTADO JOÃO LEITE (PSB)
Discurso
Declara de posição favorável à solicitação de inversão de pauta para que
o projeto de lei, de autoria do Governador Itamar Franco, que assegura
pensão mensal vitalícia aos bolsistas de atividades especiais da Fundação
Hospitalar do Estado de Minas Gerais - FHEMIG - seja votado em primeiro
lugar. Declaração de posição contrária à pauta da reunião por conter nela
projetos de lei que não foram acordados na reunião de Lideranças.
Reunião
286ª reunião EXTRAORDINÁRIA
Legislatura 14ª legislatura, 4ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 20/12/2002
Página 23, Coluna 4
Assunto (ALMG). REPRESENTAÇÃO POPULAR. EXECUTIVO. PESSOAL.
Proposições citadas PL 2439 de 2002
Normas citadas LEI nº 14619, de 2003
Legislatura 14ª legislatura, 4ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 20/12/2002
Página 23, Coluna 4
Assunto (ALMG). REPRESENTAÇÃO POPULAR. EXECUTIVO. PESSOAL.
Proposições citadas PL 2439 de 2002
Normas citadas LEI nº 14619, de 2003
286ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA
14ª LEGISLATURA, EM 12/12/2002
Palavras do Deputado João Leite
O Deputado João Leite - Sr. Presidente, Srs. Deputados, público
presente, telespectadores da TV Assembléia. Encaminho
favoravelmente ao requerimento do Deputado Sargento Rodrigues,
porque o Projeto de Lei nº 2.439/2002, que assegura pensão mensal
vitalícia aos bolsistas de atividades especiais da FHEMIG, é o
único, nesta manhã, que goza de consenso para votação. A
solicitação é que o projeto tenha preferência na votação, por isso
é importante sua aprovação.
A pauta apresenta projetos que não foram acordados na reunião de
Lideranças. Como nos restam apenas algumas reuniões para votar o
orçamento e entrar em recesso, as Lideranças foram reunidas na
busca de um acordo sobre os projetos. Porém, encontramos vários
projetos sobre os quais não há acordo, inclusive a proposta de
emenda à Constituição que propõe a criação do Conselho de Contas
dos Municípios. Portanto, informo que iniciamos um processo de
obstrução da votação para que tenhamos na pauta os projetos sobre
os quais há entendimento. Faltam, repito, poucas reuniões para o
recesso, e não é possível termos na pauta projetos que não têm a
concordância da maioria da Assembléia Legislativa. Além da
Maioria, a Assembléia Legislativa também é feita da Minoria, que
não concorda com vários projetos que estão na pauta e com outros
que poderão vir a estar. Enquanto não houver um acordo amplo para
a votação das matérias, obstruiremos os trabalhos, resistindo para
não votar as matérias em que não há acordo, especialmente a
criação do Conselho de Contas dos Municípios. Estamos levantando
todos os argumentos da discussão que houve na Assembléia
Legislativa na época da proposta de sua criação. O tema foi
debatido com os outros tribunais brasileiros e, ao final, os
entendimentos foram de que a proposta não deveria prosseguir.
E agora, no final dos trabalhos desta legislatura, essa matéria é
apresentada novamente. Somos contra e vamos procurar, com todas as
nossas forças, impedir que esse órgão seja criado. Além de todos
os argumentos que temos, há a opinião da população, a argumentação
desenvolvida em todas as comunicações que tenho recebido em meu
gabinete. Tenho recebido algumas manifestações de muita revolta
contra a criação desse conselho.
Não há entendimento na Casa para a votação da criação desse
conselho, nem o há para a votação de vários projetos colocados na
pauta de hoje, especialmente os que tratam da redução da alíquota
de ICMS para determinados produtos. Não é possível, ao final de
seus trabalhos, a Assembléia votar matéria ligada à arrecadação do
Estado sem uma avaliação mais cuidadosa.
Faremos esse processo de obstrução também na próxima semana.
Esperamos poder contar, além da Bancada do PSB, com a do PT e do
PDT para obstruir os trabalhos da Assembléia Legislativa. E que
não sejam incluídos na pauta projetos que tratam de renúncia da
arrecadação do Estado sem a devida análise.
Sobre essa questão da criação de conselho, repito, tivemos
oportunidade de fazer um estudo cuidadoso, e a matéria não
prosperou depois disso. Não é possível agora, no apagar das luzes
desta legislatura, votarmos um projeto que já recebeu uma
avaliação negativa por parte da Casa.
Encaminhamos favoravelmente ao requerimento do Deputado Sargento
Rodrigues. Sei que, após a minha intervenção, outros Deputados
também farão o encaminhamento de votação desse requerimento.
Espero que sejamos vencedores nesta obstrução. Queremos votar os
projetos para os quais existe consenso, como o Orçamento, que já
foi discutido. Não entendemos por que não está na pauta. Votado o
Orçamento, entraremos em recesso.
Há acordo também para votarmos o Projeto de Lei nº 2.439, e
muitos que estão nas galerias vieram das diversas colônias do
Estado e esperam a votação desse projeto. Queremos que seja
votado, mas não os outros, que estão na frente deste. E por isso
vamos obstruir a votação. Não queremos votar projetos que vão
tirar arrecadação do Estado de Minas Gerais.
Esses estão na frente daquele projeto. Então, quero que todos
entendem a maneira como foi feita a pauta. Colocaram projetos que
retiram recursos do Estado. Antes, então, de votar esse projeto,
teríamos que votar aqueles que retiram a arrecadação do Estado.
Não votaremos. Não achamos que eles devem ser votados dessa
maneira. Merecem uma avaliação mais cuidadosa. Não podem ser
votados assim, de afogadilho. Temos que analisá-los. Também
entendemos que não devemos votar a criação do Conselho de Contas
do Município. Essas matérias são polêmicas, Sr. Presidente.