Pronunciamentos

DEPUTADO ALBERTO PINTO COELHO (PPB), Autor do requerimento que deu origem à reunião especial.

Discurso

Transcurso do 25º aniversário de fundação do Instituto Efigênia Vidigal
Reunião 216ª reunião ESPECIAL
Legislatura 14ª legislatura, 4ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 28/11/2002
Página 25, Coluna 4
Assunto CALENDÁRIO.
Proposições citadas RQS 1878 de 2002

216ª REUNIÃO ESPECIAL DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 14ª LEGISLATURA, EM 25/11/2002

Palavras do Deputado Alberto Pinto Coelho

Excelentíssimo Sr. Deputado Wanderley Ávila, Sra. Diretora-Geral, Sr. Adalberto Costa, Sr. José Flávio Gomes, nobres colegas Deputados, Diretores, professores, funcionários e alunos do Instituto Efigênia Vidigal, caros pais de alunos e representantes comunitários, estimada Professora Maria José Vidigal, prezados convidados, no grande livro da vida – onde fica registrada para a posteridade a trajetória dos homens, dos povos, da humanidade por meio dos tempos - nesse grande livro chamado história, há um capítulo especial reservado aos que fizeram o bem pelo bem mesmo.

Simbolicamente, sabe-se que essas páginas seletas estão escritas em letras de ouro. Não nos referimos aqui à chamada “história oficial”. O grande livro, de história real, é aquele imenso volume que vai sendo escrito no dia-a-dia de cada um de nós e pelos milhões de nossos semelhantes, às vezes de forma anônima e não menos heróica. Sua leitura se fixa na memória dos contemporâneos e se perpetua na consciência das gerações futuras.

Em suas páginas douradas podemos identificar a imagem, a vida e a obra de todas aquelas pessoas que enalteceram no passado e dignificam no presente a vocação e a missão de bem servir ao seu semelhante.

Entre essas vocações mais nobres, entre essas missões abençoadas pela vida e por Deus, destacam-se, em primeiro lugar, a vocação e a missão de educar.

Essa distinção de primeiro lugar que a educação deve merecer na vida social não é escolha deste Deputado, interessado, sim, mas leigo no assunto. Quem fez essa eleição foi um grande estudioso da psicologia humana, nada menos que o fundador da Psicanálise, o célebre Sigmund Freud. Acrescentaria, em seguida, a arte de bem governar como o segundo grande desafio humano.

Com essa evocação humanística sobre a missão de educar, podemos distinguir, na linhagem dos grandes educadores mineiros, tendo seu nome inscrito nessas páginas de ouro, o da Professora Efigênia Vidigal, madrinha da Escola que hoje pereniza sua memória.

Foi, pois, com verdadeiro sentimento de honra e satisfação que encaminhamos o requerimento, amplamente apoiado pelo Plenário desta Casa, destinado a homenagear o Instituto Efigênia Vidigal no transcurso de suas bodas de prata, por meio desta sessão solene que se realiza na sede de representação do povo mineiro.

Numerosas são as razões que justificam esse reconhecimento público de Minas Gerais à sua direção, aos seus professores, funcionários, alunos e colaboradores.

No pronunciamento da Diretora, a dileta educadora exemplar, Professora Maria José Vidigal, sentiremos, de viva voz, o valor dessa iniciativa educacional hoje tão respeitada no meio educacional de nosso Estado e de nosso País. Valor feito de vida, construído pelo amor ao magistério e à educação, sustentado pela mesma chama humana e espiritual que animou a vida e a obra da Professora Efigênia Vidigal.

Mas existe uma razão principal que ilumina a trajetória dessa Escola, desde a sua criação, em 1977. Essa razão sintetiza a sua causa maior: o ideal de bem servir ao semelhante, servindo à educação. Se hoje os números apresentados pela escola a todos impressionam pela sua dimensão humana e material - com seus mais de 1.200 alunos, mais de 120 colaboradores, entre docentes e auxiliares, e um espaço físico que soma, em suas várias unidades de ensino, mais de 4.500m² – podemos ver, sustentando essas notáveis realizações, aquela causa principal sempre atuante, como seu dínamo propulsor. Causa que é, ao mesmo tempo, princípio e fim do Instituto Efigênia Vidigal: a formação de cidadãos conscientes e atuantes.

Sim, o Instituto tem sabido combinar, na exata medida, o ensino de qualidade com o aprendizado de ser. Não é apenas uma escola que ensina a ler, a escrever e a fazer contas. Não é somente a aprendizagem da leitura, da escrita ou do cálculo que estão em jogo. Também interessa, e muito, a inserção do ser em formação no mundo


social à sua volta, na ponte cidadã entre a família, a escola e a sociedade.

Daí surge outra razão de ser desta homenagem pública ao Instituto: seu permanente compromisso com a comunidade de que faz parte e sua ativa participação em programas e projetos comunitários. Assim, o público e o privado convergem na democratização concreta do espaço escolar, sob o estatuto das ações de responsabilidade social que desenvolve desde suas origens e que se afirma como sua identidade marcante.

Por essa mentalidade aberta e contemporânea do exercício cidadão, que preside as ações pedagógicas e comunitárias do Instituto, esta homenagem do Legislativo mineiro, expressão de reconhecimento à Direção do Instituto, representada pelas Profªs. Maria José Vidigal, da Direção-Geral; Alice Elias Vidigal, da Direção Administrativa, e Silvânia Lúcia Chaves Assis Lamarca, da Direção Pedagógica, estende-se ao seu Grupo Executivo de Coordenação e aos membros do Conselho Diretor; aos seus núcleos psicopedagógico e administrativo; à Associação de Pais e Amigos do Instituto Efigênia Vidigal e, finalmente, à razão de ser de toda essa realidade vitoriosa: os 1.267 alunos que representam hoje, neste aniversário de 25 anos, o rosto e a lembrança de todas as educandas que passaram, do maternal ao ensino médio, pelas salas de aula da Escola.

Permitam-me evocar neste momento, e por justa razão, a memória de uma grande mestra mineira, nascida na Rússia imperial, com quem a Profª Efigênia Vidigal conviveu bem de perto: a educadora Helena Antipoff, a quem tive a honra de conhecer em meus anos de juventude, e que despertou em mim a primeira grande admiração pela arte de ensinar e de educar, porque fazia dessa arte uma obra de encantamento, enquanto cumpria sua grandiosa missão educativa. Por sua inspiração, conheci mais tarde, ainda que em “vôo de pássaro”, o trabalho de sua discípula e amiga Lidimanha Maia, ancorada naquele território de sonhos de Conselheiro Mata, nas serranias de Diamantina, outro berço de formação do magistério mineiro.

Na linha do tempo, Efigênia Vidigal acendeu a mesma chama do “amar educando”, verbos fundadores do verdadeiro humanismo. A mesma tocha é erguida e tem sido levada avante pelas mãos mestras de Maria José, de Alice, de Silvânia. Em seu nome, homenageamos todos os docentes do Instituto.

Que essa tocha continue iluminando o Instituto Efigênia Vidigal, e que se torne cada vez mais presente nos corações humanos. O mundo precisa muito do calor e da luz da chama da educação, principalmente na busca da paz e de um futuro melhor, que todos almejamos para o mundo de hoje e para a humanidade de amanhã. E aqui e agora, para o Brasil de nossos dias! Muito obrigado!