DEPUTADO JOSÉ MILTON (PL)
Discurso
Agradece a aprovação pela Comissão de Meio Ambiente do parecer favorável
ao projeto de lei, de autoria da Comissão de Política Agropecuária e
Agroindustrial, que dispõe sobre as políticas florestais de proteção à
biodiversidade e uso alternativo do solo no Estado.
Reunião
294ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 14ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 23/10/2001
Página 22, Coluna 2
Assunto MEIO AMBIENTE.
Proposições citadas PL 498 de 1999
Legislatura 14ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 23/10/2001
Página 22, Coluna 2
Assunto MEIO AMBIENTE.
Proposições citadas PL 498 de 1999
294ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 14ª
LEGISLATURA, EM 16/10/2001
Palavras do Deputado José Milton
O Deputado José Milton - Sr. Presidente, Srs. Deputados, imprensa
presente e telespectadores da TV Assembléia, a Comissão de Meio
Ambiente e Recursos Naturais aprovou, há poucos minutos, em
reunião extraordinária, o Parecer para o 2º Turno do Projeto de
Lei nº 498/99, de autoria da Comissão de Política Agropecuária e
Agroindustrial da Assembléia Legislativa, que dispõe sobre as
políticas florestal, de proteção à biodiversidade e de uso
alternativo do solo do Estado de Minas Gerais. O parecer foi
aprovado incluindo a redação do vencido no 1º turno e mais 18
emendas.
Entre elas, podemos citar a Emenda nº 13, que determina seja
assegurada aos pequenos produtores rurais, por meio dos órgãos
técnicos estaduais, nos termos do art. 248 da Constituição
Estadual, a gratuidade da assistência técnica, especialmente para
a elaboração dos planos de manejo florestal previstos no projeto.
A importância dessa emenda é a garantia ao pequeno produtor,
àquele que possui propriedades de até 30ha, que vive em
dificuldades e que não tem a renda necessária para sustentar a sua
família e a sua atividade. Para esse cidadão, o plano de manejo
gratuito assegurado por esse projeto de lei, seguramente, trará
enormes vantagens, assim como trará vantagens ambientais para o
nosso Estado. Sabemos que um plano de manejo, executado por um
técnico, ou seja, por um engenheiro habilitado, com capacidade e
com conhecimento técnico, não custa menos que R$2.000,00. Se o
cidadão possui R$2.000,00 para elaborar e para pagar um plano de
manejo, com certeza, a sua situação financeira é adequada e,
talvez, não necessite de abrir mão de uma reserva que tenha para
produzir o carvão e para obter os recursos para um pequeno projeto
e para o seu próprio sustento.
Portanto, parabenizo todos os integrantes da Comissão de Política
Agropecuária e Agroindustrial pela apresentação desse importante
projeto, que foi plenamente debatido na Assembléia Legislativa,
particularmente na Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais.
Hoje, pela manhã, tivemos reuniões com os representantes de
diversas entidades não governamentais do nosso Estado, com a
Associação dos Empregados do IEF, com a AMDA e com diversas
entidades, democrática e transparentemente. Estivemos totalmente
abertos ao entendimento, buscando um consenso para a aprovação do
Parecer para o 2º Turno do Projeto de Lei nº 498/99.
Minas Gerais está ganhando, saindo, mais uma vez, à frente,
enquanto na Câmara Federal debatem sobre a lei florestal do nosso
País. A Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais contribui
aprovando o parecer para o 2º turno desse importante projeto de
lei. Como Deputado, apoiarei todas as iniciativas e as conquistas,
por meio da forma já aprovada no 1º turno e das emendas agora
apresentadas, a fim de que esse projeto permaneça da forma mais
original possível. Todos os Deputados desta Casa estão preocupados
com o meio ambiente. Os colegas que me antecederam falaram sobre
as preocupações com a preservação do rio São Francisco. O Projeto
de Lei nº 498, que dispõe sobre as políticas florestal, de
proteção à biodiversidade e de uso alternativo do solo do Estado,
vem ao encontro das preocupações do povo mineiro com a preservação
do meio ambiente.
Sr. Presidente, para encerrar, farei uma homenagem pessoal. Tenho
a certeza de que todos o Deputados fariam esta homenagem ao ex-
Secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
Raul Belém, falecido nesta última semana. Estive com ele na última
terça-feira, em uma audiência com o Prefeito de Carandaí,
resolvendo as questões do interesse do Município de Carandaí,
juntamente com lideranças de cooperativas e de sindicatos rurais
desse município.
Infelizmente, quatro ou cinco dias depois, o nosso Secretário
Raul Belém faleceu, deixando um grande vazio político no nosso
Estado. O ex-Secretário foi Deputado nesta Casa, onde começou sua
brilhante carreira política. Teve os seus direitos políticos
cassados e foi Deputado Federal por diversas legislaturas. Sempre
ligado ao setor da agropecuária, da política rural - porque também
era produtor rural e conhecia como poucos a política do nosso
Estado e a política agropecuária brasileira -, com certeza fez o
que pode para melhorar a agricultura e a pecuária no nosso Estado.
Infelizmente, isso não é prioridade de nenhum governo, hoje, no
nosso País. Refiro-me ao Governo Federal, mas faço também uma
crítica ao nosso Governo, que não prioriza ações concretas em
favor da política agropecuária no Estado. Tivesse o ex-Secretário
Raul Belém apoio suficiente para desenvolver uma política voltada
para o fortalecimento da agropecuária mineira, seguramente teria,
pela sua competência, pelo seu conhecimento do setor, dado grande
contribuição para a política agropecuária mineira.
Fruto desse descaso com a agropecuária brasileira, e
particularmente com a mineira, está aí, sendo realizada pela
Assembléia Legislativa, a CPI do Leite. Não temos dúvida de que
esse importante segmento de produção está estrangulado por um
cartel absurdo, que comprime cada vez mais os preços, a despeito
do custo final da produção do leite, trazendo danos e dificuldades
de sobrevivência para um grande setor que emprega e gera riqueza
para o nosso País.
Brevemente estarei trazendo informações, inclusive entrando com
requerimento na Comissão de Agropecuária desta Casa, para trazer à
discussão também outro importante segmento do setor produtivo
rural, que é a suinocultura. Da mesma maneira que o produtor de
leite hoje sofre com os abusos absurdos praticados pelo cartel do
leite, também o produtor do suíno vem sofrendo de forma bastante
significativa e ingrata com os preços conseguidos para o seu
produto. Cada vez mais ele compra os produtos de que precisa para
manter o seu negócio por um preço cada vez maior e consegue um
preço cada vez menor no mercado, em função do cartel dos
compradores de carcaça de suínos.
A suinocultura da região do vale do Paraopeba, do Piranga e do
Alto Paraopeba, que começa no Município de Catas Altas da Noruega
e vai até Ponte Nova, incluindo inúmeros municípios, hoje é
responsável por um grande percentual da produção mineira e vive
sufocada pela dificuldade de sobrevivência, principalmente pelas
condições que lhe impõe o cartel que manipula o mercado suíno no
nosso Estado. Portanto, não é apenas o produtor de leite que sofre
as conseqüências da atuação maléfica que, infelizmente, cada vez
mais, sacrifica o produtor nacional. E, nesse caso, o produtor
mineiro não fica atrás, porque vive o grave problema da
concorrência, da falta de preço e de oportunidade de lucro para a
sua propriedade, para o seu negócio, que fica inteiramente
invibializado.
Portanto, manifesto a minha solidariedade com os produtores de
leite, que terão uma resposta à altura, através dessa CPI
instalada na Assembléia Legislativa, e aos produtores de suínos do
nosso Estado. Traremos aqui informações importantes, que, com
certeza, deixarão os Deputados alarmados com a situação que hoje
vivemos na suinocultura mineira.
Como fui produtor durante muito tempo no Município de Catas Altas
da Noruega, conheço, além da suinocultura, diversas atividades
agrícolas. Sofri na própria pele e no bolso as conseqüências da
falta de uma política voltada para a produção agrícola.
Portanto, Sr. Presidente e Srs. Deputados, a Assembléia
Legislativa mais uma vez contribui com a discussão, com o debate,
com os assuntos de interesse do povo mineiro. A Comissão de Meio
Ambiente, representada por este Deputado - relator do Projeto de
Lei nº 498 - e pelos Deputados Miguel Martini, Maria José
Haueisen, Fábio Avelar e Antônio Andrade, deu uma contribuição
positiva, aprovando o Parecer, para o 2º Turno do Projeto de Lei
nº 498/99, que brevemente estará em votação neste Plenário. Muito
obrigado.