Cerca de 25 lideranças sindicais participaram do encontro e assinaram o documento
Representante do Sindicato da Educação entrega carta ao presidente da ALMG
Entidades sindicais repudiam adesão do Estado ao RRF

Presidente da ALMG recebe entidades para debate sobre RRF

Sindicalistas entregaram documento de apoio à Assembleia e contra a adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal.

17/08/2022 - 14:16

Aderir ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) significa admitir grave ofensa ao pacto federativo, curvar-se à supremacia de interesse financeiros e comprometer o futuro do Estado e da sociedade mineira”. É o que destaca trecho do documento entregue ao presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado Agostinho Patrus (PSD), durante reunião com dirigentes sindicais, nesta quarta-feira (17/8/22), no Salão Nobre.

O ofício é assinado por lideranças de cerca de 25 entidades do funcionalismo público mineiro, representantes do Judiciário, da educação, da saúde, do Ministério Público, da magistratura e das forças de segurança, entre outras. Durante a reunião, os sindicalistas manifestaram apoio ao Legislativo mineiro pela condução da proposta de adesão ao RRF, pela abertura e diálogo com a sociedade civil, e criticaram a postura do Executivo.

As entidades signatárias do documento também avaliam como equivocadas as recentes decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o RFF em Minas Gerais, como a do ministro Nunes Marques, que possibilita a adesão do Estado  independentemente da aprovação do Projeto de Lei (PL) 1202/19, que trata da autorização legal para ingresso no regime.

O presidente da ALMG lembrou que a lei federal que trata do RRF dá aos estados duas alternativas: aderir ao regime ou votar o artigo 23, que renegocia a dívida, para que seja paga mês a mês. Agostinho Patrus enfatizou que a Assembleia fez a sua opção votando o artigo 23 e que, ao sancioná-lo, o governador mostrou sua anuência.

“O ministro (Nunes Marques) deve ter sido mal informado sobre isso e tomou uma decisão que fala de omissão, algo que jamais aconteceu. Portanto, o que a Advocacia-Geral do Estado fez foi levar o ministro ao erro, ao colocar em suas peças endereçadas ao Supremo que a Assembleia de Minas não votava. A Assembleia votou e fez a sua opção, e o governador concordou com ela. Caso não concordasse teria vetado o artigo 23”, ressaltou o presidente do Parlamento mineiro.

Indução ao erro

A coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (SindUte), Denise de Paula Romano, também considera que o governo mineiro “induziu o STF ao erro”.

Porém, como a sentença de Nunes Marques ainda será apreciada pelo Pleno do STF, a sindicalista acredita que, inclusive pelas ações que aconteceram em Minas Gerais e foram omitidas, a decisão monocrática “não se sustenta”. A expectativa das entidades é conseguir modificá-la.

Denise Romano informou, ainda, que representantes dessas entidades estiveram no Supremo, a fim de esclarecer o que realmente houve em Minas Gerais, além de endossar a defesa da Assembleia. Para tanto, teriam ingressado na ação da ALMG como amicus curiae (colaborador processual com a prerrogativa de apresentar elementos de informação que contribuam para o debate da matéria constitucional a ser apreciada pelos ministros).