Desativação de serviços no Hospital Júlia Kubitschek preocupa parlamentares e moradores do Barreiro - Arquivo ALMG

Fechamento de urgência no Júlia Kubitschek será debatido

Hospital referência na região do Barreiro será tema de audiência pública da Comissão da Mulher na quinta-feira (28).

27/04/2022 - 11:13

A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realiza, na próxima quinta-feira (28/4/22), audiência pública na Paróquia Cristo Redentor (Avenida Menelick de Carvalho, 180, Barreiro), em Belo Horizonte, a partir das 19h30, para debater as condições atuais de funcionamento do Hospital Júlia Kubitschek.

Consulte a pauta da reunião.

O Governo do Estado anunciou que encerrará as atividades do ambulatório de atendimento à saúde da mulher no hospital. Desde março de 2020 não se permite o recebimento de nenhum paciente na unidade de emergência, que foi transformada em leitos Covid de Centro de Terapia Intensiva (CTI) e, posteriormente, desativada sem nenhuma explicação.

São autores do requerimento para a realização da reunião a presidenta da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, deputada Ana Paula Siqueira (Rede), e o deputado Betão (PT).

Hospital de referência

Ana Paula Siqueira explica que o Hospital Júlia Kubitschek é referência para atendimento da população do Barreiro e de toda a Região Metropolitana de Belo Horizonte. A parlamentar afirma que recebeu a denúncia de fechamento da urgência e emergência da unidade a partir do Conselho de Saúde Distrital do Barreiro e de moradores da região.

O Estado fechou o setor de emergência e urgência no início da pandemia para focar no enfrentamento à Covid. Contudo, agora que não faz mais esses atendimentos no hospital, não retomou esse serviço. Só com este encerramento, segundo os servidores, cerca de 250 pessoas deixam de ser atendidas por dia. Além disso, a Fhemig já encaminhou ofício determinando o fechamento imediato do ambulatório da maternidade. Isso impactará diretamente as mulheres que fazem o pré-natal no Júlia, que é referência em gravidez de alto risco. Também prejudicará o acolhimento a meninas e mulheres vítimas de violência sexual”, afirma a deputada.

A deputada explica que optou por realizar a audiência no território do Barreiro para permitir que mais moradores da região e servidores do hospital tenham oportunidade de participar e de serem ouvidos. “Estamos em um momento de muitas vulnerabilidades, precisamos fortalecer o SUS e não encerrar serviços da saúde pública, como é a intenção do Estado”, afirma.

No último sábado (23), a deputada, juntamente com a comunidade, servidores e associações que defendem a permanência dos atendimentos integrais no hospital, participaram de um abraço simbólico ao Júlia Kubitschek, que também está com duas obras atrasadas, incluindo a reforma em enfermarias com cem leitos.

Os profissionais afirmam ainda sofrer com a falta de insumos básicos. No último dia 20, funcionários relatam ter recebido comunicado urgente da farmácia do hospital, denunciando o estoque de materiais em situação alarmante e o risco de interrupção dos serviços.

Convidados

Foram chamados a participar do debate o diretor-geral do Complexo de Especialidades dos Hospitais Júlia Kubitschek e Alberto Cavalcanti, Samar Musse Dib; a diretora-executiva do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais, Neuza Pereira de Freitas; o diretor-presidente do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed/MG), Jordani Campos Machado; e a presidente da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), Renata Ferreira Leles Dias, dentre outros convidados.