ALMG se ilumina de roxo para lembrar a epilepsia
No dia internacional de conscientização, 26 de março, Legislativo busca quebrar estigma envolvendo pessoas com a doença.
25/03/2022 - 10:20Com o objetivo de lembrar o Dia Internacional de Conscientização sobre a Epilepsia, cuja data anual é o 26 de março, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) vai se iluminar neste sábado (26/3/22). A partir das 18 horas, receberão a iluminação da cor roxa as fachadas do Palácio da Inconfidência – no Espaço Democrático José Aparecido de Oliveira (Edjao) e na portaria da rua Rodrigues Caldas.
Essa é mais uma iniciativa do programa “Laços da Consciência”, do Legislativo mineiro, que reúne ações de sensibilização sobre temas relacionados ao bem-estar, em especial, causas ligadas à saúde, associando-as a meses e cores que iluminam a sede do Parlamento.
No caso da data envolvendo a epilepsia, também chamada de Purple Day (Dia Roxo), o objetivo da ALMG é fazer parte de um esforço internacional em prol de ações que reforçam a conscientização sobre a doença.
Convulsão
A epilepsia é uma enfermidade neurológica crônica que acomete pessoas de todas as idades ao redor do mundo. É caracterizada por crises recorrentes, sendo a mais conhecida a convulsão, que não é a única, no entanto.
A neurologista Eliane Keiko Fujisao explica que as crises podem se apresentar como movimentos e espasmos de um membro apenas, um mal-estar, ou ainda, alterações visuais e de sensibilidade.
Causas
Também membro da Comissão de Jovens Pesquisadores da Liga Brasileira de Epilepsia (LBE), Eliane Fujisao acrescenta que as causas da epilepsia são múltiplas. Em alguns casos, há a predisposição genética; em outros, a doença aparece em consequência de problemas na gestação ou no parto.
Existem também ocorrências de epilepsias secundárias a doenças infecciosas, inflamatórias ou metabólicas. Por fim, ocorrem as chamadas epilepsias estruturais, causadas por traumatismo craniano ou por um acidente vascular cerebral (AVC).
Conviver com a doença
Em mais de 60 % dos casos, as crises podem ser controladas com medicamento. Entretanto, as comorbidades cognitivas (como dificuldade de memória e atenção) e as comportamentais (como depressão e ansiedade) se mantêm presentes e podem afetar a qualidade de vida das pessoas acometidas.
Apesar dos impactos no dia a dia dos pacientes, os especialistas garantem ser possível controlar a doença e reduzir as crises. “Hoje, há muitos tratamentos alternativos como a dieta cetogênica e o uso do Canabidiol”, afirma a neurologista.
Desinformação
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 3 milhões de brasileiros sofrem com a epilepsia. No mundo, são aproximadamente 50 milhões de pessoas.
Um dos principais desafios enfrentados por quem tem esse mal, além da busca por melhor qualidade de vida, é a luta contra o preconceito. O paciente já tem dificuldades com a doença e ainda precisa lidar com a desinformação de amigos, familiares e comunidade, que pioram o quadro com preconceito e estigma. “Por isso, ações como o Purple Day são muito importantes”, reforça a médica Eliane Fujisao.
Histórico
O “Dia Roxo” foi criado em 2008 por Cassidy Megan, uma criança com nove anos à época, moradora da Nova Escócia, no Canadá, com a ajuda da associação de epilepsia local. A mobilização espalhou-se pelo mundo, com a finalidade de tirar a epilepsia das sombras.
Escolhida por Cassidy Megan, a cor roxa faz referência à flor de lavanda, frequentemente associada à solidão, representando o isolamento, comum entre os cidadãos com epilepsia.
Frente parlamentar
Este ano, a Assembleia de Minas adere ao “Purple Day” por solicitação de seu presidente, o deputado Agostinho Patrus (PV), atendendo ao chamamento da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale), por meio da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Pessoa com Epilepsia.