A edição 2022 da tradicional Campanha da Fraternidade da Igreja Católica, que desta vez tem como tema "Fraternidade e Educação", será o centro dos debates na audiência pública que a Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia realiza a partir das 14h30 desta quarta-feira (16/3/22). A reunião será no Auditório José Alencar da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

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A atividade atende a requerimento do deputado Professor Cleiton (PSB), que é membro efetivo da Comissão de Educação, e ainda da deputada Leninha (PT). A parlamentar destaca a importância da discussão em virtude do potencial emancipador da educação para que o cidadão possa exercer plenamente seus direitos. Não à toa, o lema desta edição da campanha é "Fala com sabedoria, ensina com amor”, uma referência direta à Bíblia Sagrada, no caso Provérbios 31:26.

"Não é a primeira vez que a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) traz o tema da educação como pauta para a Campanha da Fraternidade, mas, certamente, nunca foi tão necessário reconhecer a educação como instrumento potente para a autonomia e para o pleno exercício da democracia e da liberdade”, afirma Leninha. “O conhecimento liberta, emancipa. Assim como a educação, a campanha nos traz o exercício magnânimo da escuta atenta à dor do outro, ao que nós chamamos de empatia”, completa.

Já Professor Cleiton lembra a trajetória de sucesso da Campanha da Fraternidade. "Desde a década de 1950 ela se faz presente em todo período quaresmal, sempre trazendo discussões de temas que são inerentes à sociedade brasileira. Neste ano, o tema diretamente ligado à educação se faz ainda mais necessário, sobretudo no momento que vivemos, de pós-pandemia, de retomada das aulas presenciais, na qual a diferença entre a escola pública e a escola privada está cada vez mais gritante", aponta.

"Ao mesmo tempo, a campanha também é um chamado para falarmos da necessidade de uma educação integral, a serviço da vida e pela solidariedade, que faça com que aqueles que a recebam se transformem em novos lutadores para preservamos o nosso principal bem: a casa comum do planeta Terra", ressalta Professor Cleiton.

Histórico

Segundo informações do requerimento aprovado pela Comissão de Educação que deu origem à audiência pública, a Campanha da Fraternidade nasceu por iniciativa de Dom Eugênio de Araújo Sales, da Arquidiocese de Natal (RN), como expressão da caridade e da solidariedade em favor da dignidade do ser humano. Rapidamente, a iniciativa ganhou o País e tornou-se expressão de comunhão, conversão e partilha.

Ainda de acordo com o requerimento, a Campanha da Fraternidade tem atualmente os seguintes objetivos permanentes: despertar o espírito comunitário e cristão no povo de Deus, comprometendo, em particular, os cristãos na busca do bem comum; educar para a vida em fraternidade, a partir da justiça e do amor, exigência central do Evangelho; e, por fim, renovar a consciência da responsabilidade de todos pela ação da Igreja na evangelização, na promoção humana, em vista de uma sociedade justa e solidária.

O objetivo geral desta edição da Campanha da Fraternidade é, ainda segundo o requerimento, promover diálogos a partir da realidade educativa no Brasil, à luz da fé cristã, propondo caminhos em favor do humanismo integral e solidário. “É preciso pensar a educação com a sua relação mais ampla da sociedade, a começar pela família e, sem dúvida, também com as instituições de ensino e a sociedade como o todo”, explica o documento.

Um dos destaques da campanha é a coleta de donativos para os pobres realizada no Domingo de Ramos, que em 2022 será no dia 10 de abril. A data, já próxima do fim da Quaresma, marca o início da Semana Santa na Igreja Católica e lembra a entrada de Jesus em Jerusalém.

Convidados

Entre os convidados para a audiência pública estão o secretário-executivo das Campanhas da Fraternidade da CNBB, Padre Patriky Samuel Batista, e a coordenadora do Grupo de Reflexão e Trabalho pelo Pacto Educativo Global (Anima) e diretora do Instituto de Ciências Humanas (ICH) da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), a professora Carla Ferretti Santiago.

Também foram chamados outros dois religiosos, o bispo diocesano de Oliveira (Central), Dom Miguel Angelo Freitas Ribeiro, e o pároco de Córrego do Ouro, distrito de Campos Gerais (Sul), padre Mateus Arantes da Silva. Por fim, também foi convidada a presidente do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (Regional Leste II), Leci Conceição do Nascimento.