Preocupações com a água na Região Central e no Norte de Minas pautaram discursos de deputados

Meio ambiente e tratamento contra o câncer pautam deputados

Alterações dos limites da Serra da Moeda e hospital oncológico em Patrocínio foram lembrados em discursos de Plenário.

17/11/2021 - 17:23

Preservação ambiental, duplicação de rodovia e tratamento contra o câncer foram alguns dos temas dos discursos feitos pelos deputados durante a Reunião Ordinária de Plenário realizada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta quarta-feira (17/11/21).

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A deputada Ana Paula Siqueira (Rede) foi à tribuna para defender a rejeição do Projeto de Lei (PL) 3.300/21, do deputado Thiago Cota (MDB), que altera os limites do Monumento Natural Estadual da Serra da Moeda, na Região Central do Estado.

Segundo ela, a alteração proposta é para permitir a exploração mineral na região. “Moeda é um dos poucos municípios do Quadrilátero Ferrífero que não tem mineração e precisa ser preservado”, defendeu. O PL 3.300/21 aguarda parecer de 1º turno na Comissão de Desenvolvimento Econômico.

A parlamentar quer que a proposição seja amplamente debatida antes de ser colocada em votação no Plenário. Por isso, ela apresentou três requerimentos para a realização de audiências públicas sobre o assunto. “Um projeto com essa dimensão não deveria tramitar a toque de caixa”, afirmou.

Já o deputado Arlen Santiago (PTB) comemorou a publicação, nesta quarta-feira (17), do edital para as obras de pavimentação da BR-135 entre Itacarambi e Manga, no Norte de Minas. “É um sonho de mais de 100 anos da população da região”, afirmou.

Segundo o parlamentar, as propostas das empresas interessadas em participar da licitação deverão ser abertas no dia 29 de dezembro, e o contrato com a vencedora deve ser assinado um mês depois. Nesse modelo licitatório, a empresa deverá elaborar o projeto da estrada, realizar o licenciamento ambiental e concluir as obras.

Ele lembrou que o asfaltamento só será possível graças à aprovação da Lei 23.702, de 2020, originária de projeto de sua autoria, que permitiu a federalização do trecho da BR-135, rodovia que é de responsabilidade do Governo do Estado.

Por sua vez, o deputado Carlos Pimenta (PDT) criticou o descomissionamento (desativação) da barragem de Caatinga, em Bocaiuva (Norte de Minas). Segundo ele, toda a água armazenada, que abastecia o projeto de assentamento Betinho, foi jogada fora porque o Incra não conseguiu uma solução para salvar a estrutura, que estava condenada. “Isso é um crime contra a população de Bocaiuva”, condenou.

O parlamentar também denunciou a destruição de pequizeiros em Francisco Dumont (Norte de Minas). As árvores, que são protegidas pela legislação, vêm sendo sufocadas por florestas de eucaliptos na região, de acordo com ele. Depois de mortos, os pés de pequi são finalmente derrubados. “É uma coisa que eu nunca vi na minha vida”, lamentou.

Hospital de Amor terá unidade em Patrocínio

O discurso do deputado Elismar Prado (Pros) foi para destacar a importância do lançamento da pedra fundamental da unidade do Hospital de Amor que será construído em Patrocínio (Alto Paranaíba).

A filial do hospital de Barretos (SP), referência no tratamento de câncer pelo Sistema Único de Saúde (SUS), deve iniciar os primeiros atendimentos em outubro de 2022, beneficiando a população da região que atualmente precisa se deslocar até a cidade paulista.

Segundo o deputado, anualmente 14 mil pacientes de Minas Gerais são atendidos em Barretos. “Essas pessoas terão uma qualidade maior no tratamento, estando mais próximos de seus familiares”, afirmou.

Já o deputado Cleitinho Azevedo (Cidadania) foi à tribuna para criticar o excesso de funcionários do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ele, na Suprema Corte dos Estados Unidos, cada um dos nove ministros tem apenas quatro assessores. No Brasil, os 11 ministros do STF têm à disposição 2.450 servidores, o que daria uma média de 202 funcionários para cada membro da corte. “Isso precisa mudar”, defendeu.

Por fim, o deputado Coronel Henrique (PSL) agradeceu a aprovação em 2º turno do PL 632/19, de sua autoria, na Reunião Extraordinária de Plenário realizada na manhã desta quarta-feira (17).

A proposição declara patrimônio cultural imaterial de Minas Gerais o doce de leite Viçosa, produzido no município de mesmo nome na Zona da Mata. Na avaliação do parlamentar, esse reconhecimento vai incentivar a cadeia produtiva do leite, possibilitando novos investimentos na região.