A escola fica na zona rural da cidade de Bocaiúva - Arquivo ALMG

Instituição reivindica permanência como escola do campo

Unidade de ensino em Bocaiúva reivindica averiguação de matrículas para continuar atendendo assentados.

09/11/2021 - 11:53

Divergências de dados na matrícula dos alunos da Escola Estadual Maria Elisa Valle de Menezes, de Bocaiúva, no Norte de Minas, podem levar a instituição e sair da condição de escola do campo. Membros da comunidade escolar pedem a averiguação de possível irregularidade, com uso de endereços urbanos no sistema de matrículas, o que pode prejudicar o assentamento atendido pela unidade.

O tema será debatido, nesta quarta-feira (10/11/21), pela Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A reunião será às 10 horas, no Auditório José Alencar.

Acompanhe a reunião ao vivo e participe do debate, enviando dúvidas e comentários.

As informações são do gabinete da deputada Beatriz Cerqueira (PT), autora do requerimento para a audiência pública. A Escola Estadual Maria Elisa Valle de Menezes fica no distrito de Engenheiro Dolabela, no núcleo do Assentamento PA Betinho, o maior da América Latina. Desde 2015, ela é reconhecida como escola do campo e, em 2019, foi designada escola do campo em área de assentamento. Ali estudam e trabalham muitos assentados da reforma agrária.

O gabinete foi acionado por membros da comunidade escolar diante de rumores de que houve um pedido de mudança de reconhecimento da unidade como escola do campo. Segundo eles, essa mudança eliminaria “a luta de anos por uma educação que atenda as especificidades dos camponeses, desvalorizando e descaracterizando o Assentamento PA Betinho”. Outra consequência seria o desalinhamento com as diretrizes da educação do campo de Minas Gerais, que priorizam o atendimento às especificidades da comunidade que trabalha na terra.

Ainda segundo as informações repassadas pelo gabinete, as matrículas dos filhos de assentados deveriam trazer o endereço do Assentamento PA Betinho. Porém, estão sendo registradas com endereços aleatórios da área central do distrito. No assentamento, cresce o temor de que a unidade educacional perca a condição de escola do campo.

Pais de alunos, especialistas em educação do campo, sindicalistas e também representante da Superintendência Regional de Ensino de Montes Claros (Norte de Minas) foram convidados para a audiência.