A conveniência da venda de estatais foi tema de debate entre os parlamentares
Os prós e contras das privatizações em Minas

Comissão das Privatizações elege presidente e vice

Parlamentares irão debater vantagens e desafios da venda de estatais e apresentar propostas para o melhor modelo.

24/06/2021 - 16:58

Os deputados Coronel Sandro (PSL) e Bruno Engler (PRTB) foram eleitos nesta quinta-feira (24/6/21), respectivamente, presidente e vice-presidente da recém-criada Comissão Extraordinária das Privatizações da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). 

Consulte o resultado e assista ao vídeo completo da reunião.

Após a posse dos dois deputados, houve uma discussão acalorada entre os parlamentares favoráveis à venda de estatais e o único que se posicionou contrário à medida e votou em branco na eleição, o deputado Betão (PT).

Coronel Sandro afirmou que o objetivo da comissão será buscar respostas sobre o melhor modelo de privatizações, a importância das vendas, a forma como afetará a economia de Minas e os possíveis desafios a serem enfrentados.

Ele acredita que a transferência de estatais para a iniciativa privada pode representar, além do enxugamento da máquina pública e da retomada do crescimento, a redução da dívida e da corrupção. “Sou favorável a discutir como o modelo pode ser viabilizado, resguardando os interesses do Estado e dos mineiros”, afirmou.

Bruno Engler lembrou que a eleição do governador Romeu Zema já foi um sinal de que a população anseia pelas privatizações, ao lembrar que essa era uma das pautas de sua campanha. “Acredito que (as propostas da comissão) possam servir de incentivo para que o governador possa encaminhar projetos a esta Casa”, disse.

Também favorável à transferência de estatais à iniciativa privada, Guilherme da Cunha (Novo) defendeu que a privatização pode ampliar os investimentos nas empresas e propiciar serviços de mais qualidade para a população.

Ele ponderou que a Cemig, por exemplo, precisa de R$ 15 bilhões de investimentos para atender as demandas já existentes, mas que o Estado não tem dinheiro. O deputado citou ainda a falta de saneamento básico, o que justificaria a privatização da Copasa.

Único contrário à proposta, Betão citou exemplos de empresas que foram privatizadas, com resultados maléficos à sociedade, como as companhias energéticas de Goiás e do Amapá. Lembrou, ainda, da venda da Vale, que, em sua opinião, comete crimes para entregar lucros a acionistas. O deputado também argumentou que em países como Estados Unidos e Canadá, e outros da Europa, o processo de privatizações está sendo revertido.

A comissão – A Comissão Extraordinária das Privatizações tem por objetivo realizar debates sobre requisitos constitucionais e legais para esse processo; apurar e discutir as vantagens e as desvantagens para o Estado; e analisar outros procedimentos capazes de potencializar a recuperação e a retomada do crescimento econômico em Minas.

Após um diagnóstico da situação, cabe à comissão apresentar propostas de ações, que serão encaminhadas à Mesa da Assembleia.