Governo de Minas autorizou estudo sobre a melhor alternativa para a venda da Copasa - Arquivo ALMG

Possibilidade de privatização de estatais preocupa deputados

Comissão do Trabalho promove audiência com sindicalistas, contra a venda de empresas como a Cemig e a Copasa.

06/10/2020 - 15:30

O Governo de Minas e o governo federal compartilham o desejo de enxugar o tamanho do Estado, com a privatização de empresas estatais. Contrários à medida, parlamentares e sindicalistas se reúnem nesta quarta-feira (7/10/20), em audiência pública da Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A reunião será às 15 horas, no Auditório José Alencar.

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Em agosto, o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou que ao menos 17 estatais serão privatizadas, entre as quais os Correios, a CeasaMinas, a Casa da Moeda e a Eletrobras. Também foi aprovado, no Congresso Nacional, o Novo Marco Regulatório do Saneamento, que facilita a participação da iniciativa privada no setor.

Em Minas, o governador Romeu Zema já defendeu publicamente a venda da Minas Gerais Administração e Serviços (MGS) e da Cemig. Além disso, o Poder Executivo estadual encaminhou à Assembleia o Projeto de Lei 1.203/19, que permite a privatização da Companhia de Desenvolvimento Econômico do Estado (Codemig), e autorizou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a realizar um estudo sobre a melhor alternativa para a venda da Copasa.

“Zema tenta vender a ideia de que, se privatizados, os serviços de água e energia vão melhorar. Por todo o mundo acontece um movimento de reestatização, porque privatizaram, não deu certo, houve corrupção, encarecimento dos serviços e quem pagou o preço foi o povo”, afirma o deputado Betão (PT), que solicitou a audiência em companhia dos deputados Cristiano Silveira (PT) e Elismar Prado (Pros) e da deputada Beatriz Cerqueira (PT).

De acordo com Betão, para vender a Copasa, o governador critica a qualidade do sistema de atendimento de uma empresa que está presente em 641 municípios mineiros e que teve um lucro líquido de R$ 754 milhões no último ano. “Com a Cemig é a mesma coisa. O governo está deixando consumidores sem atendimento e piorando o serviço para criar a ideia de que quanto pior, melhor para privatizar”, reforça o deputado.

Convidados – Foram convidados a participar da reunião Jairo Nogueira, presidente da seção mineira da Central Única dos Trabalhadores (CUT-MG); Valéria Gonçalves, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil; Alexandre Baptista, coordenador do Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro-MG); Guilherme Alves e Soniamara Maranho, integrantes do Comitê Mineiro de Defesa da Petrobras e da Frente Brasil Popular, respectivamente.