Espetáculo Só, da Cia. Parientes do Mar, mergulha em questões metafísicas que concernem à existência humana como parte de um todo universal
Peça do compositor alemão Johann Sebastian Bach será apresentada pelo grupo
Pachamama é uma contação de histórias da mitologia latino-americana
“Música em Casa”, do Maria Bragança Trio, expressa a força da musicalidade de Minas Gerais

Confira as atrações da próxima semana do Minas Arte em Casa

Projeto traz performances, algumas inspiradas nos efeitos da pandemia, de segunda a sexta, às 19 horas.

17/09/2020 - 14:00

Na próxima semana, serão apresentadas mais cinco performances selecionadas pelo Minas Arte em Casa, projeto de fomento à cultura da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Os efeitos da pandemia de Covid-19 e a arte como alento nesse cenário perpassam algumas das atrações artísticas, sendo inspiração para as apresentações de música erudita e popular e de dança.

Os encontros são de segunda-feira (21/9/20) a sexta (25), às 19 horas, pelo Instagram do Assembleia Cultural, pela TV Assembleia e pelo YouTube da ALMG. Depois das estreias, as apresentações continuam disponíveis nas redes sociais da Casa.

A programação traz sempre, às segundas-feiras, performances de música erudita; as terças são destinadas ao teatro infantil e juvenil; às quartas, são exibidos espetáculos de dança; às quintas, entra em cena o teatro adulto. Para encerrar a semana, na sexta-feira, música popular.

As apresentações começaram no dia 3 de agosto e iriam até 25 de setembro. No entanto, a programação cultural foi estendida até 30 de outubro. Serão mais cinco semanas de atrações on-line pelos canais da Assembleia, com os 25 artistas excedentes aprovados no edital do projeto.

O Minas Arte em Casa integra o programa Assembleia Cultural e tem como objetivo colaborar para o enfrentamento da crise econômica do setor causada pela Covid-19.

Programe-se para as próximas atrações:

  • Segunda-feira (21): Grupo Modus Novus apresenta “Arte e resiliência”

A apresentação do Grupo Modus Novus retrata, por meio de uma peça do compositor alemão Johann Sebastian Bach, a resiliência do artista na atual pandemia, momento delicado em que a música procura trazer alento e esperança em meio às dificuldades. No vídeo, o quarteto, formado por André Gomes, na flauta traverso, Waldir G. Filho, no violino barroco, Bruno Cruz, na espineta, instrumento da família dos cravos, e Daniel Tamietti, no violoncelo, interpreta Triosonata em Sol Maior, BWV 1038.

A performance busca reforçar também a necessidade de união e de solidariedade, como a demonstrada entre os músicos que, mesmo situados em locais distintos, estão empenhados em transmitir a harmonia, sustentada sobretudo por meio da música e da arte, que desempenham papel essencial na atual conjuntura.

Formado em junho de 2018, o Grupo Modus Novus dedica-se às práticas de execução da chamada música antiga, dos séculos XVII e XVIII, por meio de cópias do instrumental da época. O quarteto já realizou apresentações em diversos espaços culturais na Capital mineira, tais como o Espaço IDEA, o Conservatório da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e o Museu de Artes e Ofícios.

Currículos - André Luiz Gomes ingressou, em 1999, no curso de bacharelado da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) e posteriormente, em 2005, concluiu o curso de licenciatura. Desenvolve, desde 2002, estudo paralelo de práticas interpretativas da música dos séculos XVII e XVIII, como o da flauta transversal barroca.

Waldir Gomes Filho começou, em 2000, o curso de graduação em Música da UFMG. A partir de 2002, passa a se dedicar à pesquisa e prática da música antiga com instrumentos de época, especialmente o violino barroco.

Bruno Cruz de Souza Medeiros concluiu o bacharelado em Piano em 2003, na Escola de Música da UFMG. Estudou no Conservatoire Regional Du Grand Nancy, na França, e atualmente se apresenta em recitais, concertos e exerce também atividade como pianista.

Daniel Tamietti é bacharelando em Violoncelo pela UFMG. O artista já integrou a Orquestra de Cordas do Cefar e a Orquestra Sinfônica da Uemg e UFMG (ambos como bolsista), além do Grupo Permanente de Arte e Cultura da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN Cellos) e do Quarteto Ricercar.

  • Terça-feira (22): Contação de história infantil pela O Trem Companhia de Teatro

“Pachamama" é uma contação de histórias para crianças entre quatro e dez anos sobre mitologia latino-americana, que trata de meio ambiente, desequilíbrio e conexão.  Para trazer uma estética artesanal e lúdica, o vídeo usa várias linguagens e técnicas, como ilustrações, manipulação de bonecos e cenários em papel colorido. O texto é original, escrito e encenado pela dramaturga e diretora da O Trem Companhia de Teatro, Lívia Gaudencio.

Ao utilizar materiais de fácil acesso dentro do ambiente doméstico - aquarela e papéis coloridos – a artista possibilita que o público se inspire a criar suas próprias histórias, podendo usar também outros tipos de materiais.

Lívia Gaudencio é atriz, autora e diretora da O Trem Companhia de Teatro, de Belo Horizonte. Trabalha profissionalmente com teatro há 20 anos e conta com dez peças infantis escritas e encenadas, sendo cinco delas sob sua direção. Possui uma larga pesquisa em escrita e linguagem teatral para o público infantil e, nesse cenário de distanciamento social, tem apostado em linguagens híbridas pela impossibilidade das apresentações ao vivo. 

Os espetáculos da companhia, escritos e dirigidos por Lívia Gaudencio, têm circulado por vários estados do Brasil desde 2009, com destaque para “O que mora no escuro”, peça que participou da I Feira de Teatro de Bonecos de Fafe, em Portugal.

  • Quarta-feira (23): Dança aborda sentimentos do mundo pós-pandemia

Flaviane Lopes apresenta uma videodança realizada a partir do hibridismo de linguagens entre a dança e a poesia. O eixo condutor do trabalho é a reflexão sobre sentimentos que irão aflorar no mundo pós-pandemia. O poema “Canção quando a peste passar”, declamado pela artista, é de autoria de Leonardo Gonçalves.

Flaviane Lopes é idealizadora do L.I.N.D.A. – Laboratório de Investigação em Dança, plataforma onde desenvolve criações e estudos sobre danças contemporâneas aliadas a poéticas afro-latinas. A dançarina estudou em escolas livres de arte, em projetos sociais e aprimorou-se na prática artística autônoma. Licenciada em Dança pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem desenvolvido atividades relacionadas à pedagogia da dança.

Atuou como dançarina no grupo EntreCorpos (de 2012 a 2018) e no coletivo de improvisação multidisciplinar Soundpainting BH (de 2016 a 2018). Sua trajetória no circo e na rua foi importante em sua formação inicial, momento em que integrou a fanfarra de palhaços Fanfalhaça (de 2011 a 2013) e a Cia. Circulantes de Circo Teatro de Rua (de 2008 a 2014).

  • Quinta-feira (24): Encenação “Só”, da Cia. Parientes do Mar 

“Só” é a nova criação da Companhia Parientes do Mar, que busca tensionar diferentes linguagens artísticas como as artes visuais, o teatro de animação de objetos e a performance. A apresentação, interpretada por Joaquin Tato, mergulha em questões metafísicas que concernem à existência humana como parte de um todo universal.

A companhia nasceu em 2015 com o impulso de investigar, refletir e produzir teatro.

Seu primeiro projeto “NEMPALAVRAS NEMCOISAS (UM RIO)” foi selecionado pelo Programa Iberescena para a Coprodução de Espetáculos de Teatro e Dança Ibero-americanos.  Com o mesmo projeto, em 2018 foi contemplada com o Programa Municipal de Incentivo à Cultura da Secretaria de Cultura de Uberlândia (PMIC), no Triângulo Mineiro. Já em 2019, fundou com vários grupos o Circuito Independente do Teatro de Uberlândia (CITU).

Joaquin Tato começou sua formação em 1994, especializando-se em teatro físico e de objetos com o grupo Diablomundo. De 2012 a 2016, integrou a Companhia de Titiriteros da Universidade Nacional de San Martin, na Argentina, participando de festivais na Argentina, no Brasil, na Espanha, na França e na Itália. Em 2016, funda o grupo Parientes do Mar.

O espetáculo “Só” tem Priscilla Kelly Silva Vieira, na dramaturgia e direção, Eduardo Felix, na realização de boneco, Gabriel Rimoldi, na paisagem sonora, Yuji Kodato, no registro audiovisual e fotográfico, e Camila Tiago, no desenho de iluminação.

  • Sexta (25): Maria Bragança Trio apresenta “Música em casa”

“Música em Casa”, do Maria Bragança Trio, expressa a força da musicalidade de Minas Gerais, pelo encontro de artistas que, conectados em distanciamento e improvisos, buscam proporcionar um alívio nestes dias de reclusão.

A proposta do trio instrumental, formado por Maria Bragança, no saxofone, Chacal, no baixo elétrico, e Jack Will, na bateria, é inédita: um diálogo de polirritmias e contrapontos melódicos, inspirado nas matrizes culturais brasileiras.

Breves currículos - Saxofonista e compositora, Maria Bragança já protagonizou diversos concertos internacionais ao lado de artistas como o pianista Roberto Szidon, na Suíça e Alemanha, o cravista e organista Nicolau de Figueiredo, na França, e o regente e pianista Michell Collins. No jazz, realizou concertos no Brasil, na Alemanha, na Áustria, na França, na Itália, na África, entre outros, ao lado de nomes como Djalma Corrêa, Toninho Horta, Marcio Bahia, André Mehmari e Eberhard Weber. Maria tem mestrado pela Escola de Música Superior Robert Schumann de Düsseldorf, na Alemanha.

Jack Will iniciou seus estudos musicais aos 12 anos de idade, no Conservatório Estadual de Música Cora Pavan Capparelli, em Uberlândia. Graduou-se bacharel em Percussão, e participou de mais de dez discos como músico convidado. Apresentou-se com Wagner Tiso, João Donato, Ney Conceição, Bruno Mangueira, Zé Luiz Mazziotti e Paulo Jobim, entre outros. 

Marcílio Sanchez, o Chacal, é contrabaixista, compositor, diretor musical e professor. Iniciou sua carreira aos 15 anos atuando em bandas gospel. Desde então, vem participando de vários projetos pelo Brasil e pelo mundo. Em 2005, foi convidado a integrar a banda do irlandês David Quinlan. Além de diversos shows no Brasil, Chacal já tocou na Argentina e no Japão. Em 2008, passou a integrar a banda de rock Jó42, na qual é baixista e arranjador.