Apresentação cultural de quilombolas, que serão tema de reunião na ALMG

Ameaça de despejo de quilombolas preocupa comissão

Direitos Humanos discute, nesta terça (10), solução para pedido de reintegração de posse em Virgem da Lapa.

09/03/2020 - 15:35

Debater a violação de direitos humanos das comunidades quilombolas de Biquinha, Água Limpa, Campinhos e Capim Puba, na Fazenda Capão de Lizário, em Virgem da Lapa (Vale do Jequitinhonha). Este é o objetivo da audiência pública que a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realiza nesta terça-feira (10/3/20), às 15 horas, no Plenarinho II.

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A deputada Leninha (PT), presidenta da comissão, é a autora do requerimento de audiência. De acordo com informações obtidas por seu gabinete, há uma ação de reintegração de posse em curso contra essas comunidades, movida pela Monte Fresnos Reflorestamento e Exploração. 

Fundação Palmares - A certidão de autodefinição das comunidades de Biquinha e Água Limpa como remanescentes de quilombo, emitida pela Fundação Palmares, entidade do governo federal, foi publicada no Diário Oficial da União em 2007. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), há informações de que a comunidade vive na mesma área há aproximadamente 150 anos.

Apesar do reconhecimento da Fundação Palmares, há mais de 12 anos, o processo administrativo instaurado no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) ainda não foi finalizado.

A área reivindicada pela Monte Fresnos é um território tradicional, o que motivou o pedido de ingresso da Fundação Cultural Palmares para que o processo passasse para competência da Justiça Federal.

Morosidade - Devido à demora na regularização fundiária desses territórios, o Ministério Público Federal moveu ação civil pública contra o Incra para que tudo seja concluído em no máximo dois anos. Enquanto isso não ocorre, o MPF pediu que o processo de reintegração de posse movido pela empresa fosse suspenso na Justiça estadual. O pedido foi acolhido, mas as comunidades seguem pressionadas.

Com essa audiência pública, a deputada Leninha busca encontrar a melhor solução para o conflito, assegurando os direitos dessas comunidades.

A parlamentar lembra que o Brasil incorporou ao direito nacional o texto da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre Povos Indígenas e Tribos, adotada em Genebra em 1989, que estabelece a política geral a ser seguida pelos signatários. 

Para a reunião, foram convidados promotores dos Ministérios Públicos Federal e Estadual, bem como representantes de entidades quilombolas de Minas Gerais.

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