Imagens e produtos artesanais dos quilombos de Minas Gerais, em especial da comunidade Cachoeira dos Forros, estão nas mostras de artesanato e de fotografia que abrem a temporada 2020 do Assembleia Cultural. As exposições ficam desta segunda-feira (2/3/20) até sexta (6), na Galeria de Arte da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), e podem ser visitadas das 8 às 18 horas.

A Associação Comunitária de Agricultores e Artesãos da Cachoeira dos Forros e Região (Acafor) é a responsável pela exposição e comercialização dos artesanatos. O destaque são as bonecas Abayomi, palavra que significa “encontro precioso” em iorubá.

Para a confecção das bonecas, as artesãs utilizaram a mesma técnica de suas ancestrais africanas: peças únicas criadas apenas com nós em retalhos de tecidos. Também serão comercializadas roupas, brincos, pulseiras, colares e diversos adornos para vestuário, todos seguindo a estética abayomi.

Fotografia – A exposição fotográfica "Libertos", de Luiz Maia, apresentará registros dos quilombos de Minas Gerais, com destaque para a comunidade de Cachoeira dos Forros.

As fotografias retratam olhares da história dessas comunidades, destacando a luta pela sobrevivência, liberdade e preservação da identidade cultural. Os visitantes também poderão ver, nas imagens, vestimentas e acessórios da cultura africana que foram resgatadas e mantidas pelos quilombolas de hoje.

Luiz Maia é formado em Comunicação Social e interessou-se pela fotografia jornalística durante o período acadêmico, que o levou para sua graduação no curso de Fotografia da Escola de Imagem em Belo Horizonte. Dentre os seus trabalhos, destaca-se a exposição "Resiliência", sobre pessoas com deficiência intelectual.

Livros – Na mostra, haverá comercialização de publicações da jornalista e artista plástica Fátima de Oliveira e do livro "Coração Quilombola", de Miriam Zanutti. Um percentual das vendas das obras será destinado à comunidade.

Cerca de 95 famílias vivem na comunidade quilombola

O quilombo Cachoeira dos Forros, localizado na zona rural de Passa-Tempo (Centro-Oeste), possui aproximadamente 250 moradores, distribuídos em 95 famílias. Seus bisavós e tetravós são oriundos de Serra Leoa, um dos menores países da África.

A maioria das famílias tira o sustento das plantações e da comercialização de arroz, feijão e pimenta. Com a fundação da Acafor, iníciou-se um processo de capacitação dos moradores, com oficinas de artesanato, plantio e produção de doces. Isso possibilitou a permanência dos quilombolas em seu território e estimulou sua autossuficiência.

Incentivo à cultura - Os eventos realizados na Galeria de Arte fazem parte do Assembleia Cultural, programa que agrupa as diversas iniciativas da ALMG relacionadas à cultura, como exposições de artes plásticas e de fotografia, mostras de artesanato, espetáculos de dança, peças de teatro e apresentações de música erudita e popular.

O Assembleia Cultural marca a atuação do Parlamento mineiro na promoção das expressões artísticas e no reconhecimento e na valorização da cultura de Minas Gerais.

Endereço - A Galeria de Arte fica na Rua Rodrigues Caldas, 30, Santo Agostinho, em Belo Horizonte.