Fachada da Academia Mineira de Letras, em Belo Horizonte - Arquivo ALMG

Academia Mineira de Letras será homenageada na Assembleia

Instituição pela qual passaram importantes intelectuais completará 110 anos no próximo dia 25 de dezembro.

11/12/2019 - 18:51

Os ex-presidentes Tancredo Neves e Juscelino Kubistchek, a poeta Henriqueta Lisboa, o romancista Cyro dos Anjos e o poeta simbolista Alphonsus de Guimaraens são alguns dos grandes nomes da literatura e da política que já passaram pela Academia Mineira de Letras, instituição que completa 110 anos no próximo dia 25.

Para celebrar a data, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) promove uma Reunião Especial de Plenário, na próxima sexta-feira (13/12/19), às 10 horas, a requerimento do deputado Doorgal Andrada (Patri) e outros.

Acompanhe a reunião ao vivo

Histórico - A Academia Mineira de Letras foi fundada em Juiz de Fora (Zona da Mata), em 25 de dezembro de 1909, por um grupo de pioneiros ligados à literatura e à cultura, tendo sido transferida para a Capital em 1915. Conforme o site da instituição, entre seus doze idealizadores destacava-se o advogado, professor e ex-deputado federal Machado Sobrinho.

A ele se somavam conhecidos intelectuais, como Belmiro Braga, Dilermando Cruz, Amanajós de Araújo e outros expoentes das letras, que elegeram mais dezoito nomes de todo o Estado, representativos do que de melhor existia na elite acadêmica de Minas Gerais. Dentre esses, figuravam Nelson de Senna, Alphonsus de Guimaraens e Carlos Goes.

Em 1943, com o apoio do então prefeito de Belo Horizonte, Otacílio Negrão de Lima, a instituição ganhou sede própria, instalada no sexto andar de edifício situado à rua dos Carijós, aonde permaneceria até 1987, quando o escritor e presidente da instituição Vivaldi Moreira, após 12 anos de articulação junto aos poderes públicos, conseguiria o comodato do palacete Borges da Costa, localizado na Rua da Bahia, 1466, em Lourdes, atual sede, conhecida como Casa de Alphonsus de Guimaraens.

A doação do imóvel, a restauração do palacete e a construção do auditório anexo receberam o apoio dos ex-presidentes José Sarney e Itamar Franco e dos ex-governadores Hélio Garcia e Newton Cardoso.

A exemplo da Academia Brasileira de Letras, a instituição mineira passou a ser integrada por 40 membros, eleitos por um colégio eleitoral inter paris em processo aberto a todo cidadão brasileiro com qualificações para postular as vagas.

Atualmente, entre os ocupantes de cadeiras na instituição, estão o diplomata e político Affonso Arinos de Mello Franco; o arcebispo da Arquidiocese de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo; o ex-prefeito de Belo Horizonte, ex-ministro e atual deputado federal Patrus Ananias de Souza, e o advogado, jornalista e deputado federal Bonifácio José Tamm Andrada.

O Palacete - Ainda de acordo com o site da instituição, o edifício da Academia Mineira de Letras foi construído na década de 1920, provavelmente em 1923/1924, para ser o consultório e residência do médico carioca, radicado na capital mineira, Eduardo Borges da Costa. No projeto para remodelação e ampliação da residência, apresentado em 1926, na Prefeitura de Belo Horizonte, consta a assinatura do arquiteto Luis Signorelli. Embora não exista confirmação documental, os indícios apontam que o projeto original também ficou a cargo de Signorelli. Trabalharam na obra outros importantes artistas, como o escultor austríaco Mucchiutti e os marmoristas irmãos Natalli. A execução dos trabalhos ficou a cargo de Antônio Mias.

Após a ampliação, o casarão passou a reunir 44 cômodos, incluindo os pertencentes à clinica do médico Borges da Costa. Desde o início, a residência tornou-se ponto de referência de políticos, médicos, poetas e outras pessoas de renome que formavam a elite intelectual e política da nova capital. O Auditório Vivaldi Moreira, no prédio anexo, foi construído em 1994, com projeto do arquiteto Gustavo Penna.