Eles estão saindo cada vez mais cedo de seus países para tentar a vida em outra cultura, mas não querem perder os laços com as suas raízes. Ao contrário, são os costumes de seu país de origem que, muitas vezes, dão aos jovens migrantes que vivem no Brasil subsídios para estabelecerem novos laços, negócios e relações mais estáveis para poderem voltar a sonhar.

O programa Geração, da TV Assembleia, deste sábado (30/11/2019), às 19 horas, bate um papo com quatro jovens migrantes que deixaram suas casas entre 16 e 19 anos. Alguns são refugiados de conflitos políticos, guerras religiosas e crises em seus países. Outros migraram por conta própria. Eles vieram da Síria, Venezuela e Haiti e, hoje, vivem em Minas Gerais.

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Eles contam que é um desafio partir sozinho, deixar a família lá, enfrentar o idioma e a burocracia para regularizar documentos de identificação e escolares. No entanto, a acolhida e a ajuda de uma rede internacional permitiu que todos eles encontrassem formas de sobreviver de seu próprio trabalho. "Eu trabalhava 12 horas para poder sobreviver. Com um amigo, decidi montar uma casa de culinária síria. Com as receitas da mãe, deu certo. Hoje emprego cerca de 50 brasileiros nas três lojas que criamos nestes cinco anos", conta John Eshak, proprietário do Sítio Sírio, em Belo Horizonte.

O programa também mostrou projetos que permitem esta troca de cultura entre jovens imigrantes e jovens mineiros, como o Beisebol Venezuelano, que funciona em Contagem, do qual o Rider Daniel Zerpa Romero faz parte. "A gente mata saudades da terra, porque o Beisebol é na Venezuela como se fosse o futebol aqui no Brasil. A gente ama. Nesses encontros, a gente fica feliz em saber que ainda pode ensinar algo, algo bom para os brasileiros", afirma.

Thamara Machado, assistente jurídica do Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados, escritório de Belo Horizonte, diz que a Rede Internacional de Apoio conta com parceria entre diversas instituições. "As parcerias evoluíram muito, envolvem a ONU, serviços religiosos, estados e governos. Mas ainda precisa crescer muito mais para que o sucesso desses meninos possa também fazer parte da maioria que ainda sofre na migração ilegal. E é importante pensar que a rede internacional de apoio aos migrantes e refugiados pode ajudar também os brasileiros migrantes que vivem em outros países, que hoje são muitos", comenta.

Reprises – O programa inédito vai ao ar no sábado (30), às 19 horas; as reprises são no domingo (1/2/2019), às 12h30, e na segunda-feira (2/12/2019), às 13 horas.