Cerca de 800 a mil produtores trabalham no local por dia - Arquivo ALMG

Privatização da CeasaMinas preocupa produtores

Audiência vai discutir possíveis implicações da medida para os pequenos produtores que trabalham no local.

25/11/2019 - 12:42

A possível privatização da CeasaMinas anunciada pelo governo federal será tema de audiência pública na próxima quarta-feira (27/11/19), às 13 horas, no Teatro da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O debate é promovido pela Comissão de Agropecuária e Agroindústria da ALMG e atende a requerimento do deputado Antonio Carlos Arantes (PSDB).

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Em pauta desde 2017, a privatização da CeasaMinas é motivo de preocupação, tanto de parlamentares quanto de representantes dos pequenos produtores rurais.

A CeasaMinas é a mais lucrativa entre todas as centrais de abastecimento do País. No local, que abriga 1.446 áreas, trabalham cerca de 800 a mil produtores por dia, com uma circulação média de 50 a 70 mil pessoas.

Em reunião anterior, o parlamentar disse que a privatização poderia prejudicar os pequenos produtores. “Esse é um espaço com produtos de qualidade e preços baratos. Privatizando, vai haver desemprego”, pontuou.

Na CeasaMinas, existem duas formas de comercialização de produtos: as lojas e o MLP, conhecido como “Pedra”. O MLP funciona desde 1974 e é um espaço onde pequenos agricultores autônomos podem vender diretamente seus produtos.

O presidente da Associação dos Produtores de Hortifrutigranjeiros das Ceasas, Ladislau Jerônimo de Melo, denunciou, durante visita técnica da Comissão de Administração Pública ao Mercado Livre do Produtor (MLP), em maio deste ano, que o local está sendo sucateado, tendo em vista a privatização.

Outra preocupação dos produtores é a Pousada do Produtor, localizada dentro da CeasaMinas, que existe há mais de 40 anos e sempre funcionou como um espaço de acolhimento do produtor, para descanso e pernoite.

Fechada pelo Corpo de Bombeiros por não atender a algumas normas de segurança, a Pousada já chegou a abrigar até 134 hóspedes, número agora reduzido por questão de segurança. Embora tenha sido reformada em 2013, a hospedaria foi depois interditada, devido à necessidade de se adequar a novas normas aprovadas pela corporação.

A responsável pela pousada, segundo o presidente da associação dos produtores, é a direção da Ceasa, que ainda não se manifestou a respeito da necessidade de adaptar o espaço às novas exigências.

Convidados – Foram chamados a participar da reunião o diretor de Gestão e Estratégia do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) - Superintendência Regional em Minas Gerais, Edimilson Alves; o presidente da Associação Comercial da Ceasa de Minas Gerais (ACCeasa), Noé Xavier da Silva; o presidente do Sindicato dos Carregadores dos Mercados Livres, de Produtores e de Hortifrutigranjeiros do Estado de Minas Gerais, Fábio Marcos Nunes, entre outros.

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