Representantes de escolas pediram mais investimentos e capacitação

Diretoras reclamam de capacitação de professores

Atendimento a alunos com deficiência foi tema de audiência, que contou com promessa de diálogo pelo Governo do Estado.

01/10/2019 - 19:45 - Atualizado em 02/10/2019 - 12:10

O diretor da Diretoria de Modalidade e Temática da Secretaria de Educação de Minas Gerais, Alexis Campos Alves, se comprometeu a receber até a primeira semana de novembro os representantes das escolas que atendem alunos com deficiência no Estado, para ouvir suas demandas. “Lamento não ter convocado todos vocês antes, mas de agora em diante podemos começar a caminhar e sintonizar nossos interesses. Todas as escolas serão chamadas a conversar sobre os temas que estamos debatendo hoje”, disse.

A afirmação foi feita durante audiência da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), realizada nesta terça-feira (1°/10/19).

Os presentes à reunião, que tratou de condições de atendimento aos alunos com deficiência no Estado, relataram problemas que variam entre a atuação das escolas especiais, cada uma com sua didática, e a falta de preparo de muitos professores em lidar com os alunos, cada um com necessidades específicas.

O diretor explicou que apenas recentemente 3.620 escolas do Estado foram submetidas a questionário relatando a atual condição das instituições. Segundo ele, esses dados compilados refletirão a real situação do ensino mineiro.

“Os pais podem escolher onde o filho vai estudar. Não há mais a ameaça de fechamento das escolas especiais, então há também essa opção. Não é favor nenhum, mas dar direito a todos, pois existe a questão do pertencimento, de onde o aluno se sente melhor”, explicou.

Atualização profissional - Diretora da Escola Estadual de Educação Especial Risoleta Neves de Ituiutaba (Triângulo), Katiuce Cristine Araújo Ribeiro criticou que não há coesão nem coerência no trabalho entre as escolas, cada uma atuando de uma forma.

Já a diretora da Escola Estadual Dr. Amaro Neves Barreto, Valéria Silva Cordeiro, reclamou da falta de autonomia das instituições, já que as matrículas precisam ser liberadas pela Secretaria de Educação, o que “causa angústia enorme nos pais, que pressionam por notícias. Leva às vezes mais de uma semana para eles permitirem matricular”, ressaltou.

Outra ponderação feita por vários dos presentes foi com relação à preparação dos professores, unanimidade entre as diretoras. De acordo com Alexis Alves, uma atualização contínua dos profissionais de ensino se faz urgente e isso, acompanhado do currículo, será discutido na já mencionada reunião com os representantes das escolas.

A professora do Núcleo de Capacitação em Educação Exclusiva da Escola Estadual Pestalozzi, Sandra Freitas de Souza, chamou a atenção para o fato de que a legislação brasileira é excelente no que diz respeito às pessoas com deficiência, mas sai muito pouco do papel. “Onde estão as outras secretarias além da educação para investir na área? Precisamos formar uma política de estado, não de secretaria, e integrar a Saúde e a Assistência Social à educação de pessoas com deficiência”, ponderou.

O deputado Duarte Bechir (PSD) se disse esperançoso na renovação da educação especial em Minas Gerais. “Queremos fechar avanços para 2021, não podemos mais ficar na expectativa, mas sim buscar soluções reais”.

Já o deputado Zé Guilherme (PRP) declarou que muitas escolas estão em péssimas condições e não podem mais esperar. “Muitas delas não demandam investimento alto pra funcionar. Precisamos de ações mais imediatas e práticas”.

Por sua vez, o deputado Professor Cleiton (DC) pediu rediscussão urgente do currículo e revisão do modelo educacional. “O que estão tentando fazer com a rede Fhemig farão com as escolas especiais. Esse governo trabalha com uma estrutura higienista de eliminar o problema”.

O deputado Elismar Prado (Pros) reforçou que é preciso cautela com a administração estadual. “A população precisa de garantias e segurança, num momento delicado de fechamento de mais de 200 salas de aula em Minas Gerais. Se não fosse nosso enfrentamento, inclusive, o ensino integral teria sido extinto por Zema”, criticou.

Consulte o resultado da reunião.