Ao lembrarem as vítimas de Brumadinho, parlamentares fizeram um minuto de silêncio
Oito meses após tragédia de Brumadinho, deputados relembram vítimas do rompimento da barragem

Deputados fazem homenagem às vítimas de Brumadinho

Oito meses depois da tragédia, discursos em Plenário abordam resultados da CPI e buscas pelos desaparecidos.

25/09/2019 - 17:06

O rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), foi tema de discursos no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta quarta-feira (25/9/19), quando se completam oito meses da tragédia. Vítimas e familiares foram homenageados com um minuto de silêncio.

Os resultados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apurou as causas do rompimento foram apresentados de forma sintética pelo relator, deputado André Quintão (PT). Ele salientou que o relatório final, com mais de 340 páginas, traz, entre outros dados, as causas e consequências do rompimento e as medidas cabíveis para responsabilização e reparação de danos.

“Foi uma tragédia criminosa”, definiu André Quintão. Segundo o parlamentar, o rompimento poderia ter sido evitado ou suas consequências minimizadas, uma vez que a barragem dava sinais de instabilidade desde 2017. Para ele, o fato que causou maior indignação foi o plano de ação emergencial prever que a lama chegaria ao refeitório em 60 segundos, enquanto as rotas de fuga demandavam entre cinco e dez minutos.

O relatório da CPI foi aprovado no último dia 12 e entregue ao presidente da ALMG e a outras instituições. Ele traz 110 recomendações e pede indiciamento de 13 pessoas. Um grupo de trabalho vai acompanhar os desdobramentos dessas recomendações.

Já Beatriz Cerqueira (PT) leu o nome das 21 vítimas fatais ainda não localizadas em Brumadinho. “O nome é nossa identidade e memória. Nós, da CPI, assumimos o compromisso de buscar justiça”, reiterou.

Cemig – A deputada também abordou audiência da Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social que tratou do fechamento da base operacional da Cemig no Bairro São Gabriel, em Belo Horizonte. “A Cemig deu como única explicação a busca pela eficiência”, criticou Beatriz Cerqueira, que defende a reabertura da unidade.

Ela lembrou que a base atende o Vetor Norte de BH e outros dez municípios da RMBH e que realiza 75 mil atendimentos/mês, fora os casos de emergência. Toda a estrutura foi transferida para o Bairro Camargos, o que, segundo a deputada, trará prejuízos ao atendimento, em função da distância.

Unimontes – O deputado Carlos Pimenta (PDT) também usou a tribuna, mas para enaltecer a homenagem que a Unimontes prestou ao prefeito de Montes Claros (Norte), Humberto Souto, que recebeu o título de Doutor Honoris Causa. “Em 30 anos de existência, a Unimontes transformou o Norte de Minas, dando oportunidade a milhares de jovens”, destacou o deputado.

Da mesma forma, segundo Carlos Pimenta, Humberto Souto está modernizando Montes Claros, construindo novas vias, escolas e unidade de saúde. “O segredo para isso é a probidade administrativa e a competência. Porque o Estado deve ao município R$ 150 milhões só na área da saúde”, comparou.

A Unimontes também sobrevive “porque é forte” na visão de Carlos Pimenta. “Parece que é de propósito, para destruir a instituição. Mas não vamos aceitar o sucateamento da Unimontes”, avisou.

Consulte o resultado da reunião.