Tragédias de Brumadinho e Mariana são enfocadas em mostra

Mostra revela novos olhares sobre Brumadinho e Mariana

Fotografias foram produzidas em expedições nas cidades; instalação de alunos do Colégio Loyola divide espaço com fotos.

20/09/2019 - 15:59

Imagens dos desastres ambientais de Brumadinho, em janeiro deste ano, e de Mariana, em novembro de 2015, estarão expostas na Galeria de Arte desta segunda-feira (23/9/19) até o dia 18 de outubro. A fotógrafa Maria Otávia Rezende expõe seu trabalho, que retrata os impactos humanos e ambientais para Minas Gerais e o Brasil. A mostra "Às Margens" dá continuidade à reflexão do tema na Assembleia, após a entrega do relatório final da CPI de Brumadinho na última terça (17), depois de seis meses de debates.

Realizada com curadoria da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), a exposição reúne o registro fotográfico de personagens, paisagens e objetos das regiões atingidas após os rompimentos das barragens nas cidades mineiras.

O trabalho da fotógrafa é resultado da cobertura jornalística para a Revista A3, da UFJF, sobre as expedições de campo dos pesquisadores Miguel Felipe Fernandes e Paulo Henrique Peixoto. Maria procurou retratar, sobretudo, o sofrimento dos atingidos e dos profissionais envolvidos nas buscas.

Instalação artística – Concebida por alunos do Colégio Loyola, uma instalação artística feita de lama, pedras, minérios, dentre outros objetos, intitulada "Memórias às margens de Minas", estará em cartaz na Galeria. Os elementos, pensados de forma simbólica de modo a promover uma reflexão sobre as tragédias, visam complementar a exposição fotográfica.

A mostra pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas.

Fotógrafa – Maria Otávia Rezende, aluna de Arte e Design pela UFJF, é natural de Faria Lemos (Mata). Em seus trabalhos fotográficos, a universitária procura contar histórias com um olhar sensível a seus objetos e, em suas palavras, com "luz", a fim de colocar em evidência realidades que considera silenciadas.

Cidades foram afetadas por catástrofes humanas e ambientais

Em 25 de janeiro deste ano, uma barragem de rejeitos de minério da Vale S/A se rompeu em Brumadinho, na mina Córrego do Feijão. O rompimento liberou cerca de 12 milhões de m³ de rejeitos e deixou 270 vítimas, entre corpos encontrados e desaparecidos. A CPI de Brumadinho buscou responsabilizar os culpados por essa tragédia humana.

Por sua vez, o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, em 5 de novembro de 2015, é considerado um dos maiores desastres ambientais do mundo. O vazamento de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos ao longo de mais de 600 km resultou em 19 vítimas, na devastação de áreas florestais e na contaminação do Rio Doce até a sua foz, no Espírito Santo, com perdas na fauna e na flora de Minas Gerais e do estado capixaba.