O desmatamento nas regiões Norte e Centro-Oeste do País também foi lembrado pela deputada Leninha, uma das oradoras da reunião desta quarta (21)
Para Delegado Heli Grilo, atuação da polícia no RJ foi adequada, “com o menor dano possível”

Sequestro de ônibus no Rio é comentado em Plenário

Na reunião, muitos parlamentares lamentam comemoração do governador, mas maioria considera correta a atuação policial.

21/08/2019 - 18:13

O desfecho do sequestro de ônibus no Rio de Janeiro (RJ), com a morte do sequestrador por um atirador de elite da Polícia Militar, foi comentado por parlamentares, durante a Reunião Ordinária de Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, nesta quarta-feira (21/8/19).

A deputada Leninha (PT) lamentou a comemoração do governador do Rio, Wilson Witzel (PSL). “Todas as vidas são importantes, inclusive a do jovem morto, e é claro, a das vítimas do sequestro e dos policiais na operação”, avaliou.

Mas o tema principal da fala foi o desmatamento, especialmente na Amazônia. “Tivemos nesta terça uma BH triste, com a fumaça das queimadas tapando o horizonte da cidade”, lamentou. “Há semanas, florestas ardem no Norte e Centro-Oeste”, indignou-se Leninha, criticando ainda “as declarações irresponsáveis” do presidente Jair Bolsonaro, que insistiria em acusar ONGs que atuam na região.

Desmonte - Além disso, Bolsonaro estaria, segundo a deputada, agindo para desmontar os instrumentos de controle do desmatamento. “Precisamos nos posicionar de forma firme para salvar a Amazônia e outros biomas brasileiros”. 

Por sua vez, o deputado Delegado Hely Grilo (PSL), mesmo declarando não compactuar com a vibração pela morte de alguém, considerou que a atuação da polícia foi adequada, “com o menor dano possível”. O deputado Virgílio Guimarães (PT) concordou, lamentando a comemoração do governador, mas avaliando como correta a ação policial.

Hely Grilo também repercutiu as reclamações dos produtores de leite do Estado. De acordo com ele, atualmente o produtor tem um custo do produto de R$1,50 e o vende a R$1,10. Por isso, sugeriu a criação de frente parlamentar em defesa do setor.

Noutro momento, o parlamentar registrou sua participação na reunião com a equipe do Governo do Estado para debater a situação dos servidores da segurança. Conforme informou, o Estado pretende acabar com os atrasos do pagamento de salários desses servidores até o fim do ano. Mas defendeu que também os professores merecem ter a regularização de seus salários nessas mesmas condições.

"Sociedade doente aplaude violência", diz deputada

“Fica claro que a sociedade está doente, quando aplaude ou silencia diante de uma violência como esta no Rio”, avaliou Andréia de Jesus (Psol). Ao tratar do racismo no País, ela afirmou que é preciso reparar danos históricos, “para que a população negra não tenha como único retorno do Estado a repressão e a violência”. Ao apartear a colega Leninha, Andréia de Jesus completou: “O extermínio da juventude negra não é motivo para comemoração”.

Nesse sentido, a parlamentar divulgou que há meses enviou requerimento ao comando da PM questionando se a corporação estaria ampliando a formação dos policiais na área de direitos humanos, especialmente no combate ao racismo.

A resposta do comando, segundo Andréia, foi de que não há necessidade de aumentar essa formação, apesar de a PM dizer que que está aberta para a criação de protocolos de atendimento às igrejas de matriz africanas atacadas por pessoas preconceituosas. Em aparte, Leninha registrou que cada vez mais, aumentam as denúncias de agressões a membros de terreiros de candomblé. Já a deputada Beatriz Cerqueira (PT) deu parabéns a Andréia de Jesus.

Bandido - Também comentando o sequestro, mas com posição bem distinta, o deputado Cleitinho Azevedo (PPS) deu total apoio ao governador e à Polícia do Rio de Janeiro. “O cara saiu de casa para matar e roubar, acho que não tem perdão para ele”, reagiu.

Em apartes, os deputados Gustavo Santana (PR) e Bruno Engler endossaram essa opinião. O primeiro afiançou a tese de que “bandido bom é bandido morto”. Já esse último declarou que “o sequestrador morreu porque estava ameaçando pessoas”.

Noutro momento de sua fala, Cleitinho Azevedo apresentou um áudio de um eleitor seu pedindo que o deputado lhe doasse uma motocicleta. O parlamentar reagiu: “Estou recebendo pedidos diversos em meu gabinete, mas não é pra isso que serve o deputado”.

PECs – Ainda na reunião, foi lida a composição de 14 comissões especiais para emitir parecer sobre Propostas de Emenda à Constituição (PECs).

Consulte o resultado da reunião.