Processo de seleção de servidores é questionado em Plenário
Deputados também debateram reajuste salarial, pena de morte e falas de Bolsonaro sobre Amazônia.
08/08/2019 - 19:30Críticas à atuação do Governo do Estado na contratação de novos servidores e na área de segurança pública foram o foco do discurso de dois parlamentares da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Na Reunião Ordinária de Plenário desta quinta-feira (8/8/19), também foram temas de pronunciamento o aumento do desmatamento no governo Bolsonaro e a defesa da pena de morte.
Processo seletivo - O deputado Raul Belém (PSC) convidou para a audiência em 14 de agosto que vai tratar do processo seletivo para nomear cargos comissionados pelo Programa Transforma Minas. Segundo ele, muitas pessoas que participaram da seleção não tiveram retorno, demonstrando a falta de transparência do processo. “Mais de 100 superintendentes tomaram posse, mas sem nenhuma lista informando a pontuação deles”, criticou.
O deputado relatou que, em junho, pediu informações ao governo sobre a Comunitas, organização da sociedade civil que está à frente da seleção, mas até hoje não obteve resposta. “O processo deveria ser público e transparente. Não sabemos em que termos foi feito o acordo com essa entidade”, ponderou.
Ele aproveitou para se posicionar contra a privatização da Cemig, qualificando-a como um patrimônio do povo mineiro. Em apartes, os deputados Zé Guilherme (PRP) e Bartô (Novo) apoiaram a fala do colega.
Reajuste - A manifestação dos servidores da segurança pública, marcada para 22 de agosto, às 14 horas, na Cidade Administrativa, foi divulgada pelo deputado Sargento Rodrigues (PTB). De acordo com ele, a categoria está há 3 anos e meio sem reajuste, além de ter seu pagamento parcelado todo mês.
O parlamentar registrou que, na reunião que teve com os comandantes da Polícia Militar e dos Bombeiros, ouviu deles que a situação financeira do Estado não era favorável, mas que os salários não estavam defasados. “Fui sincero com eles e disse que não discutia orçamento do Estado, tarefa dos secretários de Fazenda e Planejamento. Minha preocupação é com a condição social e humana dos trabalhadores”, reforçou.
Acrescentou que o governo pretende chamá-lo novamente para uma reunião e alertou: “Não venham com a frieza técnica dos números. É bom que o governador se mexa, porque, do contrário, a categoria vai ocupar a sede do governo”.
Postura de Bolsonaro sobre Amazônia é criticada
Os recordes de desmatamento na Amazônia e a postura do presidente da República têm preocupado o deputado Cristiano Silveira (PT). “Bolsonaro demitiu o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) por divulgar a verdade sobre o desmatamento”, criticou.
Outra postura criticada foi a de querer que os dados passem pelo presidente antes de serem divulgados. “Cresceu 67% o desmatamento em 2019, o que coloca em risco o Fundo da Amazônia”, destacou. Na avaliação de Cristiano Silveira, o aumento tem relação com a queda na aplicação de multas em 25% e na redução de 50% no número de operações do Ibama.
Ele citou a charge Homem primata, de Duke, sobre Bolsonaro: “Oposição? Mata. Amazônia? Desmata. Família? Mamata”. Em aparte, a deputada Beatriz Cerqueira (PT) criticou o governo Zema por não chamar os aprovados nos concursos, ao que Bartô respondeu, informando que “brevemente haverá ótimas notícias para os aprovados”.
Pena de morte - A defesa da pena de morte para crimes graves e reincidentes foi feita pelo deputado Bartô. Ele relatou, com tristeza, que um idoso de 87 anos com mal de Parkinson teve sua casa em Montes Claros (Norte) invadida por um criminoso, que o espancou, estuprou e assassinou. “Ainda estamos a mercê de casos como esse. Por isso, venho aqui defender a pena de morte”, disse.
De acordo com o deputado, o autor do crime já havia feito o mesmo com outro idoso. “Faço um apelo às autoridades, para que não deem tratamento especial a esse animal, que não merece o respaldo do Estado”, afirmou.
Em aparte, o deputado João Leite (PSDB) defendeu que assassinos como esse, que provavelmente têm distúrbios mentais, sejam retirados do convívio social e colocados em manicômios. Em outro aparte, o deputado Cleitinho Azevedo (Cidadania) concordou com Bartô: “Em alguns casos, acho que tem que ter pena de morte ou, no mínimo, a prisão perpétua”.