O documento já recolheu assinaturas de diversas autoridades e lideranças desde sua apresentação, em 18 de julho

Carta de Minas recebe assinaturas da bancada federal de MG

Em ato realizado na Assembleia, parlamentares assinaram documento que propõe ressarcimento das perdas da Lei Kandir.

02/08/2019 - 14:27

Deputados da bancada federal do Estado assinaram, nesta sexta-feira (2/8/19), em solenidade no Salão Nobre da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), a Carta de Minas, documento do Parlamento mineiro que propõe o ressarcimento aos estados das perdas decorrentes da Lei Kandir. Os parlamentares foram recebidos pelo presidente da ALMG, deputado Agostinho Patrus (PV), que agradeceu a presença e o apoio à iniciativa do Legislativo estadual.

“Agradecemos os parlamentares federais, que representam 21 milhões de brasileiros. A Assembleia se fortalece muito com o apoio da bancada federal”, afirmou o presidente da Casa, dizendo-se honrado com o apoio dos colegas federais e manifestando a sua alegria “por termos representantes, em Brasília, com a qualidade dos deputados federais mineiros”.

O coordenador da bancada, deputado Diego Andrade (PSD), expressou o apoio dos parlamentares federais à iniciativa e prometeu participar, na próxima segunda-feira (5/8/19), no Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, da audiência de conciliação entre estados, Distrito Federal e União, mediada pelo ministro Gilmar Mendes, que vai tratar do assunto.

O presidente da Assembleia participará da reunião, ao lado do governador Romeu Zema e de outros representantes do Estado. Na ocasião, o chefe do Legislativo mineiro pretende formalizar a entrega da Carta de Minas ao ministro Gilmar Mendes. Diversas outras autoridades assinaram o documento, desde sua apresentação, em 18 de julho.

“Precisamos realmente cobrar essa fatura, fruto de uma decisão equivocada que criou esse caos em Minas Gerais”, afirmou o coordenador da bancada federal mineira, na solenidade de assinatura da Carta de Minas. Para Diego Andrade, ao editar a Lei Kandir, em 1996, o governo federal “fez cortesia com o chapéu alheio”, penalizando os estados sem a devida compensação.

Revogação - Todos os deputados federais presentes à reunião louvaram a iniciativa do presidente da Assembleia e demonstraram disposição de lutar, em Brasília, pela proposta de reposição das perdas. O deputado Reginaldo Lopes (PT) foi taxativo ao defender a revogação pura e simples da Lei Kandir, que considera uma lei “criminosa” por dois aspectos: pelo que subtraiu dos estados, sem nenhuma compensação federal, e pela “desindustrialização” que causou ao País.

O deputado federal Zé Silva (Solidariedade) defendeu a revogação da Lei Kandir para a mineração, mas não para o agronegócio, porque as duas atividades econômicas, disse, são muito diferentes. Enquanto a mineração “está pronta”, o agronegócio exige investimentos em plantação e colheita. Segundo ele, após a reforma da previdência, em curso em Brasília, o tema da reforma tributária deverá ter centralidade nos debates do Congresso Nacional, com a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Federal 45/19, que trata do assunto.

A deputada federal Margarida Salomão (PT) também exaltou a Carta de Minas, argumentando que se trata de “uma iniciativa estratégica” que se coloca acima das disputas político-partidárias.

Também presentes ao ato, os deputados estaduais Bartô (Novo), Coronel Sandro (PSL) e Gil Pereira (PP) louvaram a iniciativa e cumprimentaram o presidente da Assembleia e os representantes da bancada federal pelo apoio.