A ex-deputada Sandra Starling foi a primeira mulher a se candidatar ao Governo de Minas

Sandra Starling é destaque do Memória & Poder

Programa com a trajetória da ex-deputada será exibido neste sábado (29), na TV Assembleia.

27/06/2019 - 10:28

Sandra Starling, em um trecho do programa Memória & Poder que estreia neste sábado (29/6/2019), às 20 horas, na TV Assembleia, toma emprestada uma fala de Juscelino Kubitschek para se descrever: “Eu não nasci com o sentimento de medo”.

A trajetória dela comprova: foi a primeira mulher a se candidatar ao Governo de Minas, em 1982; deputada estadual constituinte, em uma legislatura que começou com apenas duas parlamentares; e, deputada federal por dois mandatos – no último, como líder do maior partido da oposição. “Liderei 49 estrelas”, brinca a ex-petista.

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Confira a sintonia da TV Assembleia na sua cidade.

Nascida em Belo Horizonte, em 1944, Sandra passou a mocidade em Diamantina, na Região Central. Ainda nos tempos de escola, quando foi impedida de receber o prêmio de voar em um avião teco-teco, ela já mostrava disposição para enfrentar os tabus. “Como eu era uma menina, disseram que o segundo lugar – um menino –, ficaria com o passeio. Por quê? Só por que eu sou menina? Eu vou ser uma menina diferente”, lembra.

Nos anos 1960, de volta à Capital, ajudou a fundar o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria do Petróleo (Sindipetro), durante sua passagem pela Refinaria Gabriel Passos/Petrobras. Depois que a diretoria do sindicato foi cassada pela ditadura militar, foi cuidar dos filhos, da carreira acadêmica e só voltou a se engajar politicamente no Comitê Feminino pela Anistia, liderado por Helena Greco, no fim dos anos 1970. “Aí, foi um passo para o PT”.

Carreira política

Uma das fundadoras do partido no Estado, na primeira eleição aberta para governador em Minas Gerais desde 1965, o nome dela estava na cédula. “Era 1982, a eleição de Tancredo Neves contra Eliseu Resende. Eu sabia que não tinha chance, mas eu queria fazer uma boa campanha, que desse visibilidade ao partido. Isso eu consegui. As pessoas pediam meu autógrafo, mesmo que não fossem votar em mim”, conta ao lembrar o jingle com música a “O Bêbado e a Equilibrista”.

Em 1987, foi eleita para deputada estadual. “Eu tenho uma saudade enorme da Assembleia”, diz com carinho sobre os quatro anos da 11ª Legislatura (1987-1991) – marcada pelos trabalhos da Constituinte Estadual. “Eu aprendi na Assembleia que fazer política não é ganhar, é também saber perder”. Nos anos 1990, foi deputada federal por oito anos em Brasília. “Já fui sabendo que só ficaria dois mandatos. Principalmente para que outras pessoas tivessem a chance de ocupar o lugar público. Quanto mais pessoas passam por essa experiência, mais educado fica o povo”, considera.

Participou por pouco tempo do governo Lula, em 2003, e se distanciou do partido. Em 2010, após 30 anos de PT, deixou a legenda depois que a direção nacional do partido impôs ao diretório estadual apoio à candidatura de Hélio Costa, do PMDB, ao governo. “Nunca fui lulista. Sempre fui petista. Não aguento mandonismo. Em um partido democrático, as pessoas ouvem e escolhem”.

Reprises - O Memória & Poder com Sandra Starling será reapresentado neste domingo (30), às 15h30; segunda-feira (1º/7), meia-noite; e terça-feira (2/7), às 21 horas.