Sargento Rodrigues parabenizou policiais de Uberaba por cerco a quadrilha
Atendimento de menores em imóveis caros é criticado por Coronel Sandro
A ousadia dos bandidos em Uberaba foi destacada por Bruno Engler
Beatriz Cerqueira criticou ministro por declaração sobre Lula e Dilma
O uso da tecnologia para prevenir crimes foi defendido por Virgílio Guimarães
Cristiano Silveira propôs discutir modelo de segurança baseado na prevenção

Oradores – Reunião Ordinária de Plenário de 27/6/19

Deputados usam a tribuna para tratar de vários aspectos da segurança pública e da educação.

27/06/2019 - 18:41

PM de Uberaba I
A ação da Polícia Militar de Uberaba (Triângulo Mineiro) contra bandidos que invadiram a cidade na madrugada desta quinta-feira (27/6/19) foi saudada pelo deputado Sargento Rodrigues (PTB). A quadrilha, com cerca de 25 integrantes, planejava explodir caixas eletrônicos. Além 11 fuzis, foi apreendida até uma metralhadora antiaérea conhecida como ponto 50. “Dez criminosos foram presos e o cerco continua. A PM deu resposta à altura e deixa o povo mineiro orgulhoso”, frisou o parlamentar. Para Sargento Rodrigues, o caso reforça a importância de se investir no policiamento de fronteira, uma vez que os bandidos vieram de São Paulo. “Hoje temos deficit de efetivos nas Polícias Civil e Militar. É preciso que o governo entenda que algumas políticas públicas têm prioridade”, criticou. Ao abordar a legítima defesa, o parlamentar também lamentou que nenhum criminoso tenha sido morto em confronto com os policiais.

 

Menor infrator
O deputado Coronel Sandro (PSL) apresentou denúncia vinda de Teófilo Otôni (Vale do Mucuri) segundo a qual o Governo do Estado estaria alugando “imóveis de luxo” para abrigar “menores bandidos”. Ele citou editais, ainda da gestão de Fernando Pimentel, para seleção de ONGs destinadas a gerir esse sistema de semiliberdade em vários municípios. Em Teófilo Otôni, o edital seria de R$ 5 milhões. “Estamos cortando a escola em tempo integral e mantendo esse programa, essa indecência com o dinheiro público. Não creio que o governador Zema ou o alto escalão saibam disso”, frisou. Em apartes, Bruno Engler (PSL) e Sargento Rodrigues (PTB) reforçaram a inversão de valores do programa e defenderam a aplicação dos recursos nas escolas. Coronel Sandro também parabenizou policiais e Uberaba (Triângulo Mineiro) e de Teófilo Otôni por ações contra quadrilhas. “É o novo cangaço”, definiu, lamentando que nenhum criminoso tenha morrido.

 

PM de Uberaba II
O deputado Bruno Engler (PSL) também abordou o confronto entre Polícia Militar e uma quadrilha em Uberaba (Triângulo Mineiro) e chamou a atenção para a ousadia dos bandidos ao invadirem uma das maiores cidades do Estado. Segundo o parlamentar, os criminosos chegaram a amarrar um refém no capô do carro para forçar a polícia a não atirar. “É uma monstruosidade. Esse tipo de gente não merece direitos humanos e só tem conserto com bala e caixão”, sustentou. Os bandidos, segundo o parlamentar, ainda teriam filmado a negociação com a PM e ameaçado mostrar a um “deputado amigo”. Bruno Engler também citou o armamento pesado apreendido em Uberaba e citou projeto de sua autoria que prevê a reversão dessas armas para as polícias. Por fim, ele criticou o aluguel de casas para os menores. Em aparte, Cleitinho Azevedo (Cidadania) disse que o imóvel alugado para esse fim em Timóteo (Vale do Rio Doce) seria de um filiado do Partido Novo.

 

Educação
“No passado, o avião presidencial já transportou drogas em maior quantidade. Alguém sabe o peso do Lula ou da Dilma?”. A frase, postada em rede social pelo ministro da educação Abraham Weintraub, motivou reação da deputada Beatriz Cerqueira (PT) que criticou o fato de uma figura pública deixar sua convicção pessoal se sobrepor ao debate sério. “Temos um ministro sem ética, sem respeito e sem pudor”, afirmou, sugerindo que ele gaste seu tempo, por exemplo, discutindo o congelamento dos investimentos em educação. Beatriz Cerqueira se propôs a responder a pergunta de Weintraub e citou vários avanços na educação alcançados nas gestões petistas. “O peso de Lula e Dilma são 173 campi universitários, sendo 54 em Minas, e a lei do piso nacional”, exemplificou. Em aparte, o deputado Professor Cleiton (DC) repudiou a fala do ministro e afirmou que ele envergonha a pasta mais importante do País.

 

Tecnologia
Após se solidarizar com o discurso anterior, de Beatriz Cerqueira (PT), o deputado Virgílio Guimarães (PT) defendeu o uso da tecnologia na prevenção à criminalidade e à violência. Como exemplo, citou projeto do deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) que propõe o fim da moeda circulante e o pagamento apenas por meio digital. “A busca por dinheiro é um dos fatores da criminalidade como no tráfico de drogas e nos sequestros. Não há solução mágica, mas esse é um caminho viável”, ponderou. Para ele, o Brasil é destaque em tecnologia nas áreas financeira, tributária e eleitoral e poderia ousar com investimentos semelhantes na segurança. Em aparte, Bruno Engler (PSL) ponderou que o pagamento digital traria dificuldades para idosos e pessoas sem acesso a sistemas eletrônicos. Virgílio Guimarães respondeu que a mudança seria gradativa e que há países na África nos quais o pagamento digital já se sobrepõe às transações com moeda.

 

Violência
O deputado Cristiano Silveira (PT) retomou a discussão anterior, sobre o fim do papel moeda, para defender investimentos na prevenção da criminalidade. “Sem o dinheiro, combateríamos a sonegação fiscal, o caixa dois, sequestro e até dinheiro na cueca”, enumerou. Para ele, o problema da violência no Brasil não é simples justamente porque vai além da repressão, com celas, armamentos e efetivos policiais. “O primeiro passo seria a prevenção, com escola em tempo integral, a presença do poder público e a geração de emprego e renda. O Estado tem que disputar os meninos com o tráfico e não estar presente só para a repressão”, contrapôs. Ele citou medidas relativamente simples, como intervenções urbanas, mas com grande impacto na prevenção. “Temos que pensar o modelo de segurança que queremos, com a participação da sociedade, e não num debate privado. O atual modelo, com a polícia que mais mata e que mais morre, está falido”, decretou.

 

Consulte os pronunciamentos realizados em Plenário.