Casa atingida pela lama de rejeitos de minério em Brumadinho, após rompimento de barragem em 25 de janeiro - Arquivo/ALMG

Detonações da Vale em Brumadinho serão investigadas

Comissão Parlamentar de Inquérito da ALMG vai ouvir cinco depoentes durante a última semana de junho.

19/06/2019 - 14:19

Entre os dias 24 e 27 de junho, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Barragem de Brumadinho ouvirá os depoimentos de cinco pessoas, entre os quais um funcionário e um ex-funcionário da Vale, responsável pela barragem que se rompeu na Mina Córrego do Feijão, em 25 de janeiro, provocando a morte de mais de 240 pessoas.

A CPI foi criada pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para investigar as causas da tragédia. Até o dia 5 de junho, a Defesa Civil de Minas Gerais já havia confirmado 246 mortes e 24 pessoas continuavam desaparecidas, em decorrência do rompimento da barragem de rejeitos.

Detonações – Na segunda-feira (24/6/19), a partir de 14h30, no Plenarinho IV, serão ouvidas três testemunhas: Denis Valentim (funcionário da empresa Tüv Süd, contratada pela Vale para avaliar e atestar a estabilidade de barragens), Eiichi Pampulini Osawa (mecânico de mineração da empresa Sotreq) e Edmar de Rezende, funcionário da própria Vale.

Desde o rompimento da barragem em Brumadinho, representantes da Vale e da empresa alemâ Tüv Süd vêm dando depoimentos conflitantes a respeito da responsabilidade pelo ocorrido, sendo que ao menos um engenheiro da Tüv Süd disse ter sido pressionado pela Vale para minimizar problemas identificados.

De acordo com o requerimento para convocação de Eiichi Osawa e Edmar de Rezende, o depoimento de ambos está relacionado a uma detonação que estaria programada para acontecer às 11 horas, na cava da Mina do Córrego do Feijão, no mesmo dia em que ocorreu a tragédia. Rezende seria o responsável pela detonação e Osawa participaria da operação.

De acordo com o requerimento aprovado pela CPI, a Polícia Civil apurou que, nos meses anteriores ao rompimento da barragem, ocorreram duas explosões por semana na cava da Mina Córrego do Feijão, e explosões diárias na cava da Mina da Jangada, que fica no mesmo complexo minerário. “Segundo especialistas já ouvidos perante esta Comissão Parlamentar de Inquérito, detonações poderiam gerar o ‘gatilho’ de liquefação da Barragem B1 (que se rompeu)”, explicam os parlamentares, no requerimento.

Na quinta-feira (27), a partir de 9h30, também no Plenarinho IV, serão ouvidos mais dois depoentes. Como investigado, foi convocado Lucas Samuel Brasil, ex-funcionário da Vale. Na condição de testemunha, será ouvido Sérgio Pinheiro de Freitas, funcionário da empresa Walm Engenharia e Tecnologia Ambiental.

Transmissões ao vivo – Todas as reuniões do Plenário e das comissões são transmitidas ao vivo pelo Portal da Assembleia. Para acompanhá-las, basta procurar pelo evento desejado na agenda do dia.

Consulte as pautas das reuniões da CPI de segunda (24) e de quinta (27).