O testemunho de dez mães com filhos diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA), apresentando histórias de luta, superação e, sobretudo, amor. Essa foi a mensagem deixada pela reunião da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, na tarde desta terça-feira (4/6/19), na qual foram homenageadas as autoras do livro "Unidas pelo Autismo".

Na audiência pública solicitada pelo deputado Professor Wendel Mesquita (SD), presidente dessa comissão da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), foram entregues os diplomas de votos de congratulações com as autoras do livro.

São elas: Catiane Ferreira Gomes, Daisy de Matos Ramos, Deise Nogueira Sousa, Gilmara Deis Oliveira, Huanda Gleice de Jesus Apolinário, Lucineide Alves de Oliveira Nascimento, Marcela Valadão Ferreira, Meiry Geraldo, Paula Angélica Santos e Camilla Andrade Almeida. Apenas a última não pôde comparecer.

Exemplo - Professor Wendel Mesquita elogiou as “mulheres de fibra” presentes: “Com este testemunho apresentado no livro, de como é conviver com um filho autista, com amor, vocês dão um grande exemplo para o País. E este exemplo transforma vidas”.

Segundo o parlamentar, a obra coletiva mostra como é possível, mesmo em situações adversas, superar todos os percalços. “Fiquei impressionado com tamanha riqueza das mensagens, que de forma viva e prática trouxeram exemplos do dia a dia dessas mães. Isso dá forças para outras pessoas continuarem com essa missão”, concluiu.

O vice-presidente da comissão, Duarte Bechir (PSD), saudou as mães pela “bela iniciativa” de escrever o livro, com cada uma relatando o seu universo. Na avaliação dele, as famílias, especialmente as mães, enfrentam muitas barreiras ao se deparar com o autismo. “Há dificuldades na criação dessa criança especial e outras que surgem nas escolas, que não são preparadas para recebê-la”.

Ele elogiou ainda Professor Wendel pela “brilhante ideia de homenagear as mães. Ainda para Bechir, a comissão, apesar de ter deputados de várias agremiações, elegeu como partido único “a causa dos direitos da pessoa com deficiência”.

Compartilhamento e visibilidade

Ao citar o trabalho desenvolvido pelos Alcoólicos Anônimos, o deputado Professor Cleiton (DC) destacou que o sucesso desse grupo de apoio se deve em grande parte ao compartilhamento de experiências que se realiza nas reuniões. “É o mesmo o que essas mães propõem com este livro, compartilhando vivências. Desse modo, as mães que lerem o livro vão passar a lidar melhor com os filhos autistas, não encarando como um problema, mas como um presente”, refletiu.

Nessa mesma linha, o deputado Zé Guilherme (PRP) disse que as famílias que têm filhos especiais precisam de visibilidade. “E vocês conseguiram isso. É de suma importância o que fizeram, ao partilhar suas experiências”, apontou ele, afirmando que tem uma neta com uma síndrome rara.

Ele comemorou a evolução da saúde da neta Mariazinha, que já consegue caminhar sozinha, mas ressaltou que isso foi obtido graças ao acompanhamento profissional adequado. E completou que outras famílias com pessoas com saúde comprometida devem cobrar do Estado o cumprimento de um direito de todo cidadão brasileiro: “Todos temos que lutar por isso, não pedir, mas exigir”.

Registro - Por fim, o deputado Doutor Paulo (Patri) considerou fenomenal a iniciativa das mães de lançar o livro “Unidas pelo autismo. “Fica tudo escrito, registrado, para que outras famílias possam ter acesso a esses conhecimentos”, anotou. Na opinião dele, atualmente se fala muito em estado mínimo, mas em muitos casos, o que existe é a completa ausência do estado. “Temos que corrigir isso”, ponderou.

Vídeo - Logo depois, foi exibido um vídeo sobre o livro, mostrando fotos das mães e seus filhos autistas. O jovem Kevin Nogueira, filho de Deise Nogueira Sousa, diagnosticado com TEA, apresentou um número musical, cantando.

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