Os negros, que vivem menos, serão mais prejudicados, segundo Andréia de Jesus
Carlos Pimenta reclama que municípios não recebem apoio de órgãos estaduais

Oradores – Reunião Ordinária de Plenário de 23/4/19

Deputados fazem críticas à reforma da previdência do governo federal e à falta de repasses aos municípios pelo Estado

23/04/2019 - 17:34

Reforma da Previdência
A deputada Andréia de Jesus (Psol) criticou a reforma da Previdência, proposta pelo governo federal. Em sua opinião, o desmonte da previdência vai aprofundar a desigualdade social e beneficiar apenas banqueiros, com a capitalização das contribuições que serão poupadas apenas pelo trabalhador. “A economia será às custas dos pobres e, principalmente, das mulheres” - reclamou. A deputada afirmou que estudo do Dieese mostra que 90% da redução de custos da reforma virá dos cortes dos benefícios de prestação continuada, concedidos a idosos sem renda e pessoas com deficiência. Atualmente, eles recebem um salário mínimo e vão passar a receber apenas R$ 400,00. Também considerou que o aumento do tempo de contribuição e da idade mínima vai inviabilizar a aposentadoria para os trabalhadores, especialmente os negros, cuja expectativa de vida (67 anos) é bem inferior à dos brancos (73). Em apartes, a deputada Leninha e o deputado Cristiano Silveira, ambos do PT, reforçaram as críticas da deputada.

Municípios
A continuidade da falta de repasses para os municípios, que começou em outubro do ano passado, foi o tema do deputado Carlos Pimenta (PDT). Ele afirmou que a situação das prefeituras está quase insuportável. “Estamos vivendo um momento em que as prefeituras não têm condição de poder reverter o caos político-administrativo”. Ele lamentou a falta de apoio de órgãos governamentais aos prefeitos para superar as dificuldades. O deputado disse que os municípios já estão demitindo servidores e incapazes de manter merenda escolar. Os serviços essenciais como saúde e educação estão comprometidos com a falta de dinheiro. Um deles é o Serviço Médico de Atendimento de Urgência (Samu) que pode já ser reduzido. “Precisamos encontrar um acordo, uma solução para Minas Gerais. O Estado não vai sair da crise se não for estabelecido um processo de diálogo entre os poderes Legislativo, Executivo, prefeituras e Ministério Público”.


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