Oradores - Reunião Ordinária de Plenário de 11/4/19
Escola integral e reestruturação fiscal dominaram os debates em Plenário.
11/04/2019 - 19:38Escola Integral
O primeiro orador, Professor Irineu (PSL), dedicou seu tempo em Plenário a protestar contra a decisão do governo estadual de encerrar o atendimento da escola em tempo integral em mais da metade das 1.600 unidades de ensino fundamental da rede pública. A medida vai impactar 111 mil alunos e 9 mil professores. Segundo ele, a decisão é um retrocesso, tendo em vista a educação ser o único caminho para o país sair da crise em que está. “Falta de dinheiro ou verba para merenda não justifica fechar. Governo precisa repensar essa decisão. Essa atitude de fechar é impensada, educação é investimento e precisava ser ampliada. Essas escolas e esses estudantes estão sendo abandonados. As crianças precisavam ser amadas e protegidas. Primeiro tiram a segurança, dispensando os vigilantes, e agora isso”, protestou. Em aparte a deputada Leninha (PT) reforçou que tirar a escola integral é “tirar a perspectiva dos jovens”.
Restruturação fiscal
A proposta de reestruturação fiscal para o estado foi tema da fala do deputado Virgílio Guimarães (PT) em Plenário nesta quinta-feira (11/4/19). Segundo ele, na administração passada essa reestruturação já se iniciou, com algumas medidas como a divisão da Codemig. “É certo que da forma como está sendo proposto não pode ocorrer. Já defendi uma contribuição previdenciária nova sobre movimentações financeiras. Precisamos de fontes mais saudáveis e adequadas pro financiamento previdenciário. Temos de encontrar maneiras de explorar nosso potencial, elétrico e hídrico. Energia solar, eólica, pode ser vendida e gerar arrecadação”, explicou. Ele ainda reforçou que se o legislativo não colaborar com o executivo, nada poderá ser feito. Em aparte, deputado Carlos Pimenta (PDT) disse que tem sido difícil encontrar um consenso. “Governador não pode dispor de Cemig e de Copasa. Não é assim que funciona”, completou.
Privatização e "rachadinha"
O deputado Cleitinho Azevedo (PPS) defendeu a reestruturação fiscal proposta pelo governo estadual e a privatização da Copasa e da Cemig. Segundo ele, são duas empresas consideradas essenciais por muitos parlamentares, mas quando se anda pelo estado é visível a insatisfação da população com a forma como elas atuam. “É necessário privatizar. Todo dia tem vereadores no meu gabinete reclamando da forma como elas trabalham”. O deputado também defendeu a continuidade da escola integral no estado e criticou os colegas. “Quem tava aqui e teve oportunidade de impedir que o estado ficasse dessa forma também tem responsabilidade. Só temos três meses de governo. E quem tava aqui há 8 anos, podia ter feito algo e não fez? Porque não traz uma solução?”. O deputado denunciou ainda que vem sendo procurado diariamente no gabinete por pessoas que querem ser contratadas pelo esquema de “rachadinha” e que pedem dinheiro para diversas finalidades.
Escola cívico-militar
A escola integral também foi tema do pronunciamento do delegado Heli Grilo (PSL). Ele classificou a medida do governo estadual como “ir na contramão da educação brasileira”. “Os pais precisam trabalhar. Estar na escola é a solução para esses jovens não serem cooptados pelo tráfico. Só a educação vai salvar esse país”. O deputado defendeu ainda a popularização do modelo proposto pela escola cívico-militar, em que a “disciplina está acima de tudo”. Em aparte, o Coronel Henrique (PSL) também protestou contra os cortes na educação em tempo integral. “Estão dizendo que o motivo para isso são as notas baixas das escolas no Ideb. Então porque não levar o modelo da escola cívico-militar a todas as escolas? As instituições desse modelo estão sempre no topo das notas do Ideb”. Também em aparte, o deputado Virgílio Guimarães voltou a defender que um ajuste calculado e inteligente na economia poderia ajudar nas finanças do estado.
Flores para Brumadinho
Em seu próprio pronunciamento, Coronel Henrique (PSL) voltou a defender o modelo da escola cívico-militar e as escolas em tempo integral em Minas Gerais. “Educação é única solução. Precisamos fazer um investimento real na nossa juventude e acreditar na formação intelectual e moral dos nossos jovens. E para isso um dos pilares da escola precisa ser a disciplina. Outro pilar indispensável é o respeito”, afirmou. O parlamentar elogiou, ainda, iniciativa da Epamig chamada “Flores para Brumadinho”, cuja finalidade será fomentar a agricultura na região de Brumadinho, onde ocorreu o desastre da Vale em janeiro desse ano. “A secretária de agricultura ouviu meu apelo para que esse projeto fosse levado adiante e eu fico muito feliz. É a oportunidade de fazer algo pelos agricultores da região”, explicou. Em aparte, a deputada Leninha (PT) falou a favor da agricultura familiar e sustentável. “Segurança alimentar é um muito importante”, completou.