Guilherme da Cunha lamentou reprovação de emenda
Coronel Sandro denuncia uso ilegal de aeronaves do governo
Betão criticou a exploração de trabalhadores na indústria de móveis
Cleitinho Azevedo defendeu a privatização da Copasa
Beatriz Cerqueira leu os nomes dos desaparecidos em Brumadinho
Elismar Prado condenou a exploração de motoristas de ônibus

Oradores - Reunião Ordinária de Plenário de 03/4/19

Denúncias de amputação de operário em Ubá, uso particular de aeronave do governo e exploração de motorista marcam falas.

03/04/2019 - 18:56 - Atualizado em 04/04/2019 - 11:28

Fundo Partidário
Em um rápido pronunciamento, o deputado Guilherme da Cunha (Novo) lamentou a reprovação da emenda que permitiria a devolução dos valores do Fundo Partidário para a União. A votação na Câmara dos Deputados da emenda ao projeto de reforma da Lei dos Partidos Políticos ocorreu nesta terça-feira (2) e a proposta foi rejeitada por 294 a 144 votos. “Isso vai contra o desejo da população”, detectou ele, lembrando que apenas seis partidos votaram unanimemente a favor da emenda: Novo, PCdoB, PPS, PSB, PSol e Rede. Ele fez um apelo aos colegas da ALMG para que pressionem os deputados federais a apoiarem o Projeto de Lei federal 15/19, que permite a destinação desses mesmos recursos para as áreas de educação, saúde e segurança, quando não forem utilizados pelos partidos políticos. Ele solicitou ao PT e ao PSDB que apoiem o projeto de autoria do Novo. “O povo de Minas Gerais quer mais dinheiro aplicado nessas áreas”, concluiu.


Aeronaves
O deputado Coronel Sandro anunciou que apresentou nesta quarta (3) Projeto de Resolução (PRE), para sustar efeitos de decreto do Governo de Minas que permite o uso de aeronaves do Estado para fins particulares. “Meu objetivo é retirar qualquer medida governamental que não esteja de acordo com os princípios da administração pública”, apregoou. Ele se lembrou de denúncias sobre a utilização indevida dessas aeronaves: “Na gestão de Pimentel, helicóptero do governo foi buscar o filho do governador em Escarpas do Lago. Há também um processo contra Aécio Neves, que teria usado o avião do governo para interesses particulares inúmeras vezes”. Noutro momento, Coronel Sandro convidou todos para participarem, neste domingo (7), às 10 horas, de ato em apoio à operação Lava Jato. Por fim, agradeceu a todos os parlamentares que se solidarizaram com ele quando relatou agressão sofrida após evento na Praça da Liberdade no último domingo (31).


Polo moveleiro
O deputado Betão (PT) destacou sua visita a Ubá, município que centraliza polo moveleiro na Zona da Mata, gerando renda a milhares de trabalhadores. Também denunciou o grande número de amputações em trabalhadores da região. “Temos que olhar para a situação deles, que sofrem com más condições de trabalho e pressão”, defendeu. Ele solicitou à Comissão do Trabalho audiência sobre o tema. Outra reunião pedida pelo deputado abordará a situação da Mercedes-Benz em Juiz de Fora (Mata). “Ela conseguiu isenções fiscais quando veio para cá, em troca de empregos. Hoje, os empregos foram reduzidos e as isenções continuam”, criticou. Em aparte, Cristiano Silveira (PT) apoiou Betão, acrescentando que a reforma trabalhista e a lei da terceirização precarizaram muito o trabalho. Por fim, Betão se solidarizou com Coronel Sandro, mas questionou a atitude deste último, de ir à manifestação contra a ditadura vestindo camisa de apoio ao coronel Brilhante Ustra, torturador confesso.

Privatizaçao da Copasa
Repercutindo pesquisa que lançou nas redes sociais, o deputado Cleitinho Azevedo (PPS) disse que ela revelou que 90% de seus 500 mil seguidores são a favor da privatização da Copasa. “A população está toda insatisfeita. É um monte de cabide de emprego lá dentro. Sou totalmente a favor de privatizar a Copasa, porque pelo menos serviço de qualidade a gente teria.”, disparou. Ele questionou ainda o longo prazo de duração dos contratos de concessão entre a concessionária e as prefeituras, que chegam a 30 anos. Em apartes, os deputados Delegado Hely Grilo (PSL) apoiaram a causa. Noutro aparte, o deputado Carlos Pimenta (PDT) cumprimentou Cleitinho por ter levantado essa discussão. Em outro aparte, o deputado Fernando Pacheco (PHS) afirmou estar desconfortável com a ausência de votações na Assembleia, ao comentar fala de Cleitinho criticando a dificuldade de se votar no Legislativo mineiro.


Barragens
Depois de ler uma lista com mais de 90 nomes, a deputada Beatriz Cerqueira (PT) revelou que eram os desaparecidos após o rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho
(Região Metropolitana de Belo Horizonte), e ainda não localizados. “É um sentimento de profunda incapacidade como parlamentar por eu não ter conseguido fazer mais para entregar essas vítimas a suas famílias”, revelou. Ela destacou que, desde sexta-feira (28), está participando de atividades sobre o risco das barragens no Estado. Ela citou Barão de Cocais (Central), que “não dorme, porque não tem informações corretas da Vale”. Na opinião da deputada, “a Vale, mais uma vez, mostra que não se importa com as vidas”. Ela anunciou que no dia 17, haverá audiência na Comissão de Direitos Humanos sobre o tema. Em apartes, os deputados Bartô (Novo), Elismar Prado (Pros) e Carlos Henrique (PRB), que presidia a reunião de Plenário, e a deputada Leninha (PT) se solidarizaram com Beatriz Cerqueira.


Cobradores
O deputado Elismar Prado (Pros) repercutiu denúncia do Jornal Super de que empresas de ônibus da Capital estão contratando pessoas como cobradores, mas os colocam para atuar como manobristas e faxineiros.
Segundo ele, essa ação seria uma forma delas burlarem o acordo firmado em dezembro de 2018 entre a Prefeitura de Belo Horizonte e Setra-BH, sindicato que congrega as empresas de ônibus da Capital. O acordo previu a contratação de 500 cobradores em troca do reajuste de 11% nas passagens. “Muitas profissões serão extintas, mas não é esse o caso. A função dos cobradores não foi extinta; o motorista a assumiu. É uma crueldade com os motoristas, sem falar nos demitidos, que não podem dar o sustento para suas famílias”, alegou. Elismar Prado disse que vai realizar uma audiência pública sobre o assunto, chamando todos os envolvidos. “É muito grave porque as empresas economizaram com as demissões e ainda por cima aumentaram o valor das tarifas”, denunciou.


Consulte os pronunciamentos realizados em Plenário.