A deputada Beatriz Cerqueira, que pediu a audiência, reclamou que representantes da PM e do MP sequer justificaram ausências

Audiência sobre violência policial em Sarzedo será remarcada

Ausência de representantes da Polícia Militar e do Ministério Público foi criticada em reunião na Assembleia de Minas.

28/03/2019 - 19:45

Uma nova audiência pública da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher deve ser agendada para os próximos dias devido à ausência de representantes da Polícia Militar (PM) e do Ministério Público (MP) de Minas Gerais na reunião que aconteceu na tarde desta quinta-feira (28/3/19), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

O objetivo do encontro era discutir a suposta truculência da PM em ação na manhã do último dia 14 de março, em Sarzedo (Região Metropolitana de Belo Horizonte), durante o ato pacífico de mulheres que denunciavam os crimes da Mineradora Vale em Brumadinho e reivindicavam justiça para o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco.

O município de Sarzedo é vizinho a Brumadinho, cenário do rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, pertecente à Vale, em 25 de janeiro último, que fez mais de 300 vítimas, entre mortos e desaparecidos. Já Marielle foi executada a tiros em 14 de março do ano passado ao sair de um evento no Rio de Janeiro. A suspeita é de que o crime tenha sido praticado por milicianos, cuja ação criminosa era denunciada pela vereadora. 

Críticas - Compareceram à reunião na ALMG, entre outros, a coordenadora do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), Maria Júlia Gomes Andrade, e a diretora do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Ester Hoffmann.

A autora do requerimento, deputada Beatriz Cerqueira (PT), criticou a ausência e a falta de justificativa de representantes da PM e do MP. O oficial da PM convidado a prestar esclarecimentos estaria de férias, segundo apurado pela comissão.

“Eu respeito o direito a férias de todo servidor público, mas ele deveria ter mandado ao menos um representante”, afirmou Beatriz Cerqueira, referindo-se ao comandante da 214ª Companhia de Polícia Militar de Minas Gerais, capitão PM Marconi Eduardo de Araújo, que era quem supostamente estava à frente das operações durante o ato em Sarzedo.

Consulte o resultado da reunião.