Comissão de Educação também debaterá dispensa de vigilantes
Profissionais pedem socorro, e situação das escolas que podem ficar sem os vigilantes da TBI será tema de audiência.
20/03/2019 - 15:03A Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovou, nesta quarta-feira (20/3/19), uma série de requerimentos para audiências públicas, de autoria de sua presidenta, deputada Beatriz Cerqueira (PT); entre eles um pedido para discutir o impacto, na educação, da decisão do governador Romeu Zema de rescindir o contrato com a TBI Segurança. A empresa faz vigilância privada, terceirizada, em 190 escolas e em 10 superintendências regionais de ensino do Estado.
Dezenas desses vigilantes estiveram na Assembleia de Minas na última terça-feira (19) e também acompanharam a reunião da comissão nesta quarta (20). Segundo um representante da categoria, Carlos Eduardo Paixão, os profissionais são bem treinados, são registrados pela Polícia Federal e ajudam a defender o patrimônio do Estado, além de também dar mais segurança à comunidade local, aos professores e alunos dessas escolas.
Outro vigilante, Flávio Alberto do Nascimento, se emocionou ao falar sobre a responsabilidade e sobre os laços criados com professores e alunos, pedindo apoio dos deputados para que eles não sejam dispensados. De acordo com ele, muitos dos que perderão empregos e planos de saúde estão em tratamento médico, pagam aluguel e são arrimo de família.
O deputado Coronel Sandro (PSL) acredita que a Polícia Militar deve atuar juntamente com os vigilantes para aumentar a segurança dos educandários mineiros. "Se aumentamos a segurança nesses locais, o desempenho escolar também aumenta", destacou.
O vice-presidente da comissão, deputado Betão (PT), destacou o trabalho dos vigilantes como reforço na segurança das escolas, principalmente no interior do Estado. Já o deputado Bartô (Novo) disse que educação e segurança são duas prioridades do seu partido, mas que vai esperar a audiência pública para entender melhor a posição do Executivo com relação ao contrato com a empresa TBI.
A Comissão de Segurança Pública da Assembleia também realizará debate sobre o mesmo assunto, na próxima semana.
Programa é suspenso e escola corre risco de ser fechada
Outros cinco requerimentos da deputada Beatriz Cerqueira, também aprovados, são para realização de audiências públicas para discutir:
- a suspensão do programa Valores de Minas;
- o programa PlugMinas e sua continuidade pela atual gestão estadual;
- a educação indígena em Minas Gerais;
- o Plano Estadual de Educação, instituído pela Lei 23.197, de 2018;
- além de um requerimento para debate público sobre a Política Estadual de Ciência e Tecnologia.
Aluno do programa Valores de Minas, Caíque Belquior Henrique acompanhou a reunião da comissão e disse aos deputados que desde 2015 o projeto vem sofrendo cortes de recursos. Agora, com o novo governo, as atividades estariam suspensas e os alunos apreensivos. O Valores de Minas funciona em Belo Horizonte, no bairro Horto, e oferece aulas de artes visuais, circo, teatro e dança a jovens de 14 a 29 anos, a maioria carentes.
Barbacena - Também estiveram presentes à reunião da Comissão de Educação desta quarta (20), a convite do deputado Professor Cleiton (DC), o vereador e ex-deputado estadual Edson Rezede, professores e o diretor da Escola Estadual Doutor Teobaldo Tollendal, de Barbacena (Central). Vieram pedir apoio dos deputados para evitar que a instituição seja fechada pelo governador Romeu Zema.
A Escola Teobaldo Tollendal fica num bairro periférico da cidade, tem 53 anos de existência e 220 alunos atualmente. "A escola atende a jovens em vulnerabilidade social, com uma educação inclusiva e de boa qualidade. Não podemos deixar que seja fechada", destacou o deputado Professor Cleiton (DC).
O diretor Evandro de Faria e o professor de História Carlos Eduardo Costa Pinto pediram que nenhuma escola seja fechada em Barbacena, nem em nenhum outro lugar de Minas Gerais. "Sabemos que o Estado precisa sair da crise financeira, mas fechar escolas não é o caminho", disse o professor.