Grupo terá como meta a apuração dos fatos relativos ao rompimento da Barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho
ALMG abre CPI para investigar tragédia de Brumadinho

ALMG anuncia instalação da CPI da Barragem de Brumadinho

Presidente Agostinho Patrus aponta como foco principal o cuidado com os atingidos pela tragédia no município.

12/03/2019 - 19:11 - Atualizado em 19/03/2019 - 13:35

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) instalará a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Barragem de Brumadinho. O anúncio foi feito nesta terça-feira (12/3/19) pelo presidente Agostinho Patrus (PV).

O grupo terá como meta a apuração dos fatos relativos ao rompimento da Barragem da Mina Córrego do Feijão, no município da Região Metropolitana de Belo Horizonte, ocorrido em 25 de janeiro. A tragédia na mina da Vale fez mais de 300 vítimas, entre mortos e desaparecidos.

Mas o foco no cuidado com os familiares das vítimas e outros atingidos também pautará os trabalhos, conforme enfatizou o presidente. “Muitos perderam familiares, a estrutura de trabalho, o local de onde tiravam seu sustento. Agora precisam também desta visão social que a Assembleia dará ao tema”, afirmou.

Líderes estarão à frente da comissão

A CPI da Barragem de Brumadinho será composta por líderes da ALMG, presidentes de comissões ligadas ao tema, e por parlamentares que solicitaram a criação da comissão, entre os quais o deputado Sargento Rodrigues (PTB), autor da solicitação acatada pela Mesa.

O presidente será o deputado Gustavo Valadares (PSDB), líder do Bloco Sou Minas Gerais. Já o relator será o deputado André Quintão (PT), líder do Bloco Democracia e Luta.

Os outros integrantes serão o deputado Inácio Franco (PV), líder da Maioria, Cássio Soares (PSD), líder do Bloco Liberdade e Progresso, a deputada Beatriz Cerqueira (PT), também autora de requerimento para criação da CPI, e o deputado Noraldino Júnior (PSC), presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.

Os suplentes são os deputados Bartô (Novo), presidente da Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte; Celinho Sintrocel (PCdoB), presidente da Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social; Repórter Rafael Martins (PSD) e João Vítor Xavier (PSDB), respectivamente presidente e vice da Comissão de Minas e Energia; Doutor Wilson Batista (PSD), autor de solicitação para instalação da CPI; Sávio Souza Cruz (MDB), líder do Bloco Minas tem História; e Ulysses Gomes (PT), líder da Minoria.

A composição da CPI deverá ser lida em Plenário nesta quarta-feira (13). Em seguida, a comissão fará a eleição oficial de presidente e vice e já poderá iniciar os trabalhos. Segundo o Regimento Interno da ALMG, a CPI possui poderes de investigação próprios das autoridades judiciais e terá prazo de 120 dias para apuração dos fatos, prorrogável por mais 60.

CPI dará resposta à sociedade

Agostinho Patrus lembrou a aprovação recente de nova legislação sobre o tema, com regras mais rígidas sobre a segurança das barragens e o fim das barragens com alteamento a montante, como a de Brumadinho.

Lei 23.291, de 2019, é derivada do Projeto de Lei 3.676/16, de autoria da Comissão Extraordinária das Barragens. “Agora, temos que ter uma participação efetiva na questão da fiscalização e por isso estamos acatando pedido de CPI”, enfatizou.

O trabalho, segundo o presidente, será feito em conjunto com outras instituições como Ministério Público e polícias nos âmbitos estadual e federal.

“Nós esperamos que essa comissão dê a resposta que a sociedade espera. Com a dedicação e experiência que esses deputados têm, sem dúvida teremos uma missão exitosa”, afirmou.