Plenário da Assembleia homenageia José Aparecido de Oliveira
Serão celebrados os 90 anos do influente político mineiro, que atuou na defesa da democracia e da cultura brasileira.
15/02/2019 - 18:15 - Atualizado em 18/02/2019 - 12:43Os 90 anos do nascimento do político mineiro José Aparecido de Oliveira serão lembrados pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) em Reunião Especial do Plenário, na próxima quinta-feira (21/2/19), às 20 horas. A homenagem foi solicitada pelos deputados Betinho Pinto Coelho (Solidariedade) e Raul Belém (PSC).
Nascido em 17 de fevereiro de 1929, em Conceição do Mato Dentro (Região Central), José Aparecido teve uma participação no cenário político e social do País e na luta pela redemocratização do Brasil, após o golpe de 1964 – que cassou seu mandato de deputado federal.
Foi jornalista de diversos veículos de comunicação da Capital e exerceu vários cargos políticos, a começar como coordenador de campanha e, depois, secretário do presidente Jânio Quadros. Durante a ditadura civil-militar se dedicou a atividades empresariais e intelectuais, posicionando-se sempre na resistência ao regime.
“Foi um notável homem público, com uma história e uma biografia que honrou e dignificou Minas Gerais e o Brasil, em todas as mais importantes missões que exerceu", afirma Betinho Pinto Coelho ao explicar a homenagem.
Para Raul Belém, José Aparecido de Oliveira foi um homem além de seu tempo e sempre será exemplo para todos os brasileiros. "Sua história e trajetória de vida estarão marcadas para sempre na história do Brasil. Um homem público inesquecível e querido nos diversos círculos políticos e culturais brasileiros”.
Trajetória parlamentar - Em 1982, ao recuperar os direitos políticos, José Aparecido foi novamente eleito deputado federal. A pedido do então governador Tancredo Neves, criou a Secretaria de Estado da Cultura. Três anos depois, foi o primeiro ministro da Cultura do Brasil, com o desmembramento da pasta antes vinculada à educação, pelo presidente José Sarney.
Ficou no cargo por apenas dois meses, até maio de 85, por ser nomeado, também por Sarney, como governador do Distrito Federal. Ao lado dos arquitetos Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, responsáveis pelo projeto de Brasília, conquistou para a Capital Federal o título de Patrimônio Cultural da Humanidade. De setembro de 1988 a março de 1990 retornou para o Ministério da Cultura.
Como embaixador, defendeu a unificação do português
José Aparecido era amigo íntimo do ex-presidente Itamar Franco, que o indicou como embaixador do Brasil em Portugal. Na função, ajudou a fundar a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e trabalhou pela unificação ortográfica do idioma.
Ocupou, também, o cargo de Assessor Especial para Assuntos Municipais, durante o mandato de governador de Itamar Franco em Minas Gerais. Fora da política, se destacou como grande defensor e incentivador da cultura. Quando morreu, em 19 de outubro de 2007, era presidente da Fundação Oscar Niemeyer, entidade destinada a preservar a obra do arquiteto.