Oradores - Reunião Ordinária de Plenário de 14/2/19
Crise fiscal do Estado, reforma administrativa e pagamento do 13º pontuaram falas de parlamentares.
14/02/2019 - 19:39Diálogo
Um diálogo saudável entre os membros do Legislativo foi o que propôs o deputado Guilherme da Cunha (Novo). Segundo ele, o povo mineiro deu um claro recado nas urnas de renovação e todos deverão ser parte dessa mudança. “Vamos dialogar sobre ideias, ficando no mérito das proposições e em como cada decisão vai impactar a população”, frisou. Ele pediu ainda empenho para evitar novos desastres como o ocorrido em Brumadinho (RMBH) e para superar a crise fiscal do Estado. “Sem recursos não temos condições de investir em saúde e em educação e a consequência é a falta de remédios e queda na qualidade do ensino. Crise fiscal é crise nos serviços prestados também”, completou. Ele afirmou ainda que a reforma administrativa dará foco para o governo e reduzirá a burocracia, aumentando a eficiência e agilidade. Em aparte, o deputado Arlen Santiago (PTB) pediu o pagamento dos repasses do Ipsemg, desde agosto sem receber do governo.
Bem intencionado
A falta de repasse de verba para o Instituto de Previdência dos Servidores Militares foi alvo de protesto por parte do deputado Sargento Rodrigues (PTB). Segundo ele, o governo tem “boa intenção”, mas falta sensibilidade para lidar com certas questões. “Zema lidava com o setor privado, uma relação fria. Precisava reduzir custos, era só selecionar e demitir. Mas há cinco meses o IPSM não recebe e os servidores estão sem o 13°. Isso não pode continuar”, afirmou. O parlamentar afirmou ter um conjunto de dez propostas que entregará ao Executivo como sugestão para a administração. “Se nós não fizermos sacrifício, vamos continuar amargando problemas financeiros. Auxílios ao Judiciário, Ministério Público, reposição inflacionária, nada disso pode continuar aqui nesse cenário atual”, completou. Em apartes, os deputados Coronel Sandro (PSL) e Alencar da Silveira Jr. (PDT) reforçaram a fala do colega.
Sem respostas
A falta de diálogo entre servidores da educação e governo foi destacada pela deputada Beatriz Cerqueira (PT). Segundo ela, apenas redes sociais não podem servir como canal com o Executivo. “Temos 140 mil contratos temporários, 60 mil nomeações de concurso público e não sabemos como será o prosseguimento dessas questões. Não temos respostas. E não há um processo de negociação”, ressaltou. Ela afirmou ainda a necessidade de discutir o aumento da receita do Estado pela extinção de isenção de impostos concedida a grandes empresas. Em apartes, a deputada Laura Serrano (Novo) disse que a melhor forma de resolver a crise é trazendo mais empresas para Minas e aumentando a arrecadação; deputado Betão (PT) afirmou que a reforma da previdência que Bolsonaro propõe é absurda; e deputado Professor Cleiton (DC) protestou contra a falta de aula em escola de Varginha (Sul de Minas), por consequência de problemas causados pela falta de uma tampa de caixa d'água.
Cheque em branco
A deputada Leninha (PT) falou contra o que chamou de “polarização extrema em curso” na política. Segundo ela, o fato do governador ter vencido as eleições com maioria de votos não dá a ele um “cheque em branco” para fazer o que quiser. “Não estamos aqui pra representar muitas das causas propostas por ele e setores que representa e essa é a riqueza de estarmos aqui”, explicou. Ela fez coro às reivindicações de pagamento do 13º aos servidores e pediu reconhecimento aos bombeiros que atuaram em Brumadinho (RMBH). “Melhor homenagem seria pagar tudo em dia a esses profissionais”, afirmou. Ainda sobre o desastre, a deputada pediu prioridade aos projetos de lei que envolvem a regulamentação das mineradoras. Em aparte, o deputado Celinho Sintrocel (PCdoB) protestou contra a decisão da Azul de suspender voos para o Vale do Aço, em antigo aeroporto da Usiminas que foi assumido pelo Governo do Estado e está em péssimas condições.
PCC
A atuação da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) foi alvo de protestos pelo deputado João Leite (PSDB). Segundo ele, os criminosos do tráfico são financiados por usuários e dependentes químicos, com um maior consumo de drogas e atuação criminosa nas regiões Sudeste e Sul do Brasil. Ele criticou também a fiscalização das fronteiras do País, que estariam abandonadas. “Na fronteira com a Bolívia a fiscalização fecha depois das 20 horas e aí passa tudo, passam armas e drogas. Vinte e cinco por centro da malha rodoviária brasileira passa por Minas e isso envolve transporte de ilícitos. Catorze anos de governo do PT e nossas fronteiras ficaram largadas”, afirmou. Ele pediu o retorno do cartão Aliança pela Vida por parte do Governo do Estado e da parceria com comunidades terapêuticas. “O tratamento dos dependentes químicos também foi abandonado pelo Estado e precisamos retomar isso com urgência”, ressaltou.