Na primeira reunião Ordinária da Legislatura, também foi recebida a indicação do deputado Luiz Humberto Carneiro para líder do governo
Vetos do Executivo começam a tramitar na ALMG

Plenário recebe dez vetos e indicação de líder do governo

Vetos devem ser votados pelo Plenário em 30 dias, ou passam a sobrestar a pauta.

05/02/2019 - 15:40 - Atualizado em 06/02/2019 - 12:21

Na primeira Reunião Ordinária de 2019, nesta terça-feira (5/2/19), foram recebidos pelo Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) onze mensagens do Poder Executivo, incluindo dez vetos e a indicação do deputado Luiz Humberto Carneiro (PSDB) para líder do governo no Parlamento, escolhido pelo governador Romeu Zema (Novo).

Na mensagem, o governador ressalta que Luiz Humberto Carneiro foi escolhido para liderar a bancada governista por sua "destacada atuação e notória experiência" no Parlamento. Com o recebimento da indicação pelo Plenário, o deputado já é oficialmente o líder do governo.

Vetos - Nove dos vetos recebidos são totais e um deles parcial. Esses vetos precisam ser votados em definitivo, pela Assembleia, em um prazo de 30 dias a partir desta terça (5/2/19), ou passam a sobrestar a pauta do Plenário, impedindo a votação de qualquer outra proposição. É o que determina o artigo 222 do Regimento Interno da ALMG, que regulamenta a tramitação desse tipo de matéria.

Entre os vetos, dois são do ex-governador Fernando Pimentel (PT) e foram publicados no Diário Oficial de Minas Gerais em 22/12/18. Os outros oito vetos, de autoria do governador Romeu Zema, foram publicados na edição de 5/1/19.

Veja, a seguir, do que tratam os vetos encaminhados pelo Poder Executivo:

  • Legislação Tributária – De autoria do ex-governador Fernando Pimentel, o Veto Parcial à Proposição de Lei 24.238 recai sobre quatro artigos do texto aprovado pela ALMG. O restante da proposição foi transformado na Lei 23.174, de 2018. A norma promove mudanças na legislação tributária do Estado e é originária do Projeto de Lei (PL) 5.408/18, do próprio governador.
  • Flanelinhas– O Veto Total à Proposição de Lei 24.085 é também de autoria do ex-governador Pimentel. A proposição determina o registro de dados pessoais de guardadores e lavadores de veículos e é originária do PL 3.730/16, do deputado Sargento Rodrigues (PTB). O governador afirmou que a determinação invade competência legislativa da União, contribuiria para a marginalização de quem exerce as referidas atividades e geraria despesas não prioritárias.
  • Idene – De autoria do governador Romeu Zema, o Veto Total à Proposição de Lei 24.161 impede a inclusão de dez municípios à área de atuação do Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene). A inclusão foi proposta por meio do PL 4.392/17, do ex-deputado estadual Paulo Guedes (PT). A justificativa para o veto é a falta de estudos sobre o impacto financeiro.
  • Geolocalização – O Veto Total à Proposição de Lei 24.201 incide sobre a determinação de que os veículos destinados aos serviços de segurança e de saúde do Estado sejam equipados com dispositivo de geolocalização. A proposição é decorrente do PL 523/15, do deputado Celinho Sintrocel (PCdoB). O governador argumentou que a medida gera despesa, sem estimativa de impacto financeiro.
  • Créditos estaduais – O Veto Total à Proposição de Lei 24.208 impede a fixação de prazo para decadência (cancelamento) de procedimento administrativo paralisado por mais de três anos. Essa proposta é derivada do PL 5.236/18, de autoria do deputado Inácio Franco (PV). O governador Romeu Zema justificou que o impacto financeiro da medida seria excessivo.
  • Diabetes – O Veto Total à Proposição de Lei 24.152 se refere ao PL 895/15, do deputado Gil Pereira (PP), que estabelece diretrizes para ações de prevenção e controle do diabetes em estudantes. O governador considerou que apenas o Executivo poderia propor norma que crie políticas públicas e imponha tais obrigações à administração estadual. Além disso, já existiriam políticas estaduais com objetivos semelhantes.
  • Socorro mútuo – O Veto Total à Proposição de Lei 24.158 se relaciona ao PL 4.267/17, do ex-deputado estadual Cabo Júlio (MDB). A proposta vetada permite aos consumidores se organizarem em associações de socorro mútuo, que exerceriam funções de seguro contra danos a veículos automotores. O governador argumentou que a norma viola a competência exclusiva da União para legislar sobre direito civil, o que inclui a legislação sobre seguros.
  • Licenciamento – O Veto Total à Proposição de Lei 24.200 é derivado do PL 1.454/15, do ex-deputado estadual Lafayette de Andrada (PRB). A proposição autoriza a execução de empreendimentos que dependam de autorização prévia, outorga prévia e licenciamento prévio, caso o Estado não decida sobre essas solicitações dentro de certo prazo. O governador considerou que a norma geraria insegurança jurídica.
  • Agricultura Familiar – O Veto Total à Proposição de Lei 24.230 se refere ao PL 3.854/16, do deputado Gil Pereira. A proposta vetada determina que estabelecimentos varejistas disponham e identifiquem produtos provenientes da agricultura familiar. O governador Romeu Zema vetou a proposição por considerar que ela caracteriza “ingerência do Estado nas atividades econômicas privadas”.
  • Doação de imóvel – O Veto Total à Proposição de Lei 24.195 é derivado do PL 4.978/18, do ex-deputado estadual Ivair Nogueira (MDB). A proposição autoriza doação de imóvel para a construção de unidade do Corpo de Bombeiros Militar, no município de Machado (Sul de Minas). O governador afirmou que o referido imóvel já está em processo de doação para a construção de um Centro Estadual de Educação Continuada.

Mudanças - Também foram comunicadas no Plenário as mudanças de partido de três deputados. Todos eles foram para o PSD, que agora passa de quatro para sete integrantes na ALMG. Osvaldo Lopes e Zé Reis deixaram o PHS, que passa a contar com apenas um deputado, enquanto Rafael Martins deixou o PRTB, partido que perde a representação na Assembleia.

Consulte o resultado da reunião.