Hospital da Unimontes pede apoio da ALMG
Preocupação dos gestores é garantir execução do orçamento de 2019, para continuar com os serviços prestados à população.
12/11/2018 - 14:14Gestores do Hospital Universitário Clemente de Faria (HU), de Montes Claros (Norte de Minas), solicitaram a ajuda da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para garantir, no próximo ano, a execução dos recursos destinados à instituição, que já estão assegurados no orçamento do Estado para 2019. O apelo foi feito ao deputado Carlos Pimenta (PDT), em visita ao local, nesta segunda-feira (12/11/18).
O HU pertence à Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), atende exclusivamente pelo SUS e recebe pacientes de 86 cidades da região, além de pessoas vindas de outras cidades do Sul e Sudoeste da Bahia. São aproximadamente 600 mil atendimentos anuais, que incluem todas as especialidades médicas mais serviços complementares como fisioterapia, nutrição, enfermagem, exames laboratoriais e até de educação a crianças e familiares.
Também é um hospital escola, com 1.094 estudantes de cursos de medicina, enfermagem e iniciação científica, 48 mestrandos e 51 doutorandos.
De acordo com o reitor da Unimontes, João dos Reis Canela, o Estado tem repassado R$ 40 milhões por ano para a instituição, verba que já consta do orçamento para o ano que vem. A preocupação dele é que o novo governo não continue com o repasse.
Desde 2011, o hospital tem passado por uma grande transformação, com obras em andamento em todas as instalações. A maternidade, por exemplo, está sendo totalmente restaurada com equipamentos novos para partos humanizados e deve se tornar a mais moderna do Estado. Também está sendo instalado um tomógrafo de última geração. A previsão é que até o fim do ano a reforma esteja concluída.
Boa impressão - O deputado Carlos Pimenta se impressionou com a visita e se comprometeu a lutar para que os recursos previstos realmente cheguem à instituição. “Temos que fazer tudo o que for possível para manter o que vimos aqui”, disse ele.
Também afirmou que o governador eleito, Romeu Zema, tem dado informações contraditórias e já teria anunciado que vai frear as contas públicas. Também teria aventado a possibilidade de privatizar serviços públicos de saúde como a Fundação Hospitalar (Fhemig) e o Instituto de Previdência dos Servidores (Ipsemg). “Espero que a saúde pública esteja dentro de suas prioridades”, afirmou Carlos Pimenta em relação a Romeu Zema.
O parlamentar, no entanto, fez duras críticas ao atual governador Fernando Pimentel, no que diz respeito à saúde como um todo, e afirmou que já se dará por satisfeito se conseguir garantir com o novo governo o investimento da cota constitucional na saúde de Minas Gerais. “Estabelecer uma trincheira de apoio à Unimontes e ao Hospital Universitário será desafiador”, avisou.
Com investimentos públicos e privados, hospital se torna referência
O superintendente do HU, José Otávio Braga, explicou que o hospital tem dotação orçamentária própria desde 2013 e que os crescentes investimentos na instituição a transformaram numa referência de atendimento no Estado.
Segundo ele, nos últimos 7 anos, o hospital iniciou uma reforma completa, com troca de piso, instalações sanitárias, novos telhados, equipamentos de última geração, novos veículos e até a implantação de um sistema de gestão hospitalar. Somente no ano passado, o Executivo investiu R$ 18,9 milhões no local.
O HU também recebeu equipamentos doados pela Receita Federal, avaliados em R$ 9,9 milhões. Além disso, recebe doações do Grupo financeiro Alfastar, mantido por herdeiros do banqueiro Clemente Faria, que dá nome à instituição. Até hoje, a empresa investiu cerca de R$ 40 milhões no hospital.
Este ano, também foi realizado um concurso público para a contratação de 100 médicos. O último concurso havia sido feito em 1996 e, segundo José Otávio, o hospital tinha uma relação precária com médicos incluídos na Lei Complementar 100 (contratados sem concurso público) ou de cooperativas. “Hoje, ou é efetivo ou credenciado”, comemorou.
Ele também informou que já foi publicado o edital de um novo concurso para contratação de 99 técnicos e profissionais de serviços auxiliares de saúde, cuja prova está prevista para fevereiro. O superintendente também se preocupa em garantir que as contratações sejam realizadas em 2019.
O HU mantém hoje 181 leitos hospitalares, 10 leitos de internação domiciliar, unidades de tratamento intensivo e semi-intensivo. Conta ainda com o Centro Ambulatorial de Especialidades Tancredo Neves (Caetan) e o Centro Mais Vida de Referência em Assistência à Saúde do Idoso Eny Faria de Oliveira (Crasi), além de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal e Pediátrica, uma UTI e um Pronto Socorro 24 horas. O trabalho é executado por 997 servidores efetivos e 125 residentes médicos.