Antonio Carlos Arantes afirmou que PSDB fará uma oposição responsável ao governo
Sargento Rodrigues criticou plano de governo de Romeu Zema
João Leite defendeu o direito à livre manifestação religiosa
Cristiano Silveira criticou a forma como as notícias falsas influenciaram na eleição
Rogério Correia chamou de 'caça às bruxas' perseguição a professores

Oradores - Reunião Ordinária de Plenário de 31/10/18

Manifestação religiosa, perseguição a professores e análise do cenário eleitoral marcaram pronunciamentos.

31/10/2018 - 18:08



Oposição responsável
O deputado Antonio Carlos Arantes (PSDB) fez análise do cenário eleitoral em seu primeiro pronunciamento após o 2° turno das eleições. Segundo ele, o eleitor deu um recado claro com suas escolhas para o governo estadual e federal: o atual modelo de fazer política está “falido”. “A população quer dar um basta e isso ficou demonstrado. É inaceitável a quantidade de impostos que o cidadão paga e que não volta para ele em serviços”, completou. O parlamentar disse ainda que o PSDB fará uma “oposição responsável”, preocupada com o Estado, mesmo que isso gere desgaste político. “Bolsonaro criou um verdadeiro exército pelas redes sociais, um novo modelo de fazer política. Quem não se adaptar estará fora”, completou. Em aparte, o deputado Carlos Pimenta (PDT) tratou da situação de ruralistas em Montes Claros, cujas terras produtivas estariam sendo ameaçadas pelo MST. “As reintegrações precisam ser feitas com mais urgência pela PM”, frisou.

Compromisso
Depois de agradecer os 123.648 votos recebidos e de fazer um histórico de vida e de sua trajetória política, o deputado Sargento Rodrigues (PTB) reafirmou o compromisso assumido com os eleitores, firmados na Carta Compromisso, em que destaca as principais promessas de campanha, como a de exercer o mandato “de forma séria, transparente, com respeito à coisa pública” e com assiduidade no Plenário e comissões. Entre outros pontos, prometeu não votar projetos que impliquem aumento de tributos; combater privilégios; fiscalizar e denunciar a prática de corrupção; contribuir para o aperfeiçoamento das políticas públicas de educação, saúde e segurança; defender a proposta de emenda constitucional que visa descontar do salário dos deputados os dias faltosos; e cobrar do Executivo o envio de projetos para reduzir o número de secretarias e cargos comissionados. Também criticou o programa do governador eleito, que propõe a privatização “de setores cruciais” como saúde, educação e segurança.

Manifestação religiosa
Em seu pronunciamento, o deputado João Leite (PSDB) celebrou o aniversário da afixação das 95 teses de Martinho Lutero na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, na Alemanha. Segundo ele, a renovação cristã que tal acontecimento significou ainda marca a fé de todos. O deputado condenou também pessoas que tentam “castrar a fé”, citando jornalistas que criticaram a oração de Bolsonaro em rede nacional de televisão logo após a vitória nas urnas. “O Estado é laico, mas as pessoas têm sua fé e isso deve ser respeitado. Difícil entender quem critica a fé”. O parlamentar citou a Declaração de Direitos Humanos, que assegura o direito à livre manifestação religiosa. “Chegaram a cogitar tirar os símbolos religiosos de repartições públicas”, relembrou. Em aparte, o deputado Cláudio do Mundo Novo (PROS) endossou a fala do colega. “Por que não colocar o Senhor junto conosco, em todos os momentos de nossas vidas?”, questionou.

Balanço eleitoral
O deputado Cristiano Silveira (PT) destacou o cenário complexo das eleições, marcadas pelas fake news, “mentiras que circularam nas redes sociais”, influindo no resultado. Entre elas, apontou falsas denúncias, como as do “kit gay”, imputadas ao presidenciável do PT, Fernando Haddad. Ele criticou a violência, a homofobia e os crimes de racismo, entre outros, que se multiplicaram durante o pleito. E lamentou a falta de debates no segundo turno, quando poderiam ser confrontadas ideias e propostas. Segundo ele, “75% da população brasileira queria o debate, momento para se desfazer as mentiras divulgadas a partir da zona de conforto das redes sociais”. Apontou o que considera “sinais preocupantes nesse período de transição”, com a manifestação do presidente eleito de acelerar a reforma da Previdência, “que vai atingir os pobres e assalariados”. Por que não começam essa reforma combatendo a sonegação de empresários que deixam de recolher o desconto dos trabalhadores?”, indagou.

Caça a professores
O deputado Rogério Correia (PT) lembrou o Dia Nacional da Poesia e aniversário de Carlos Drummond de Andrade, dizendo que a poesia serve para “renovar nossos espíritos”. Em seguida, ele criticou duramente a postura de Bolsonaro, de perseguição a professores, fazendo referência a vídeo que circula na internet, no qual o então candidato citava nomes de educadores da Fundação João Pinheiro. “Uma deputada estadual em Santa Catarina está incentivando alunos a filmarem professores e denunciar aqueles que são ‘doutrinadores’. Lembro aqui de um cartoon que resgataram, no qual os personagens falavam de denunciar um professor. Ele foi publicado em 1964. Estamos vivendo novamente um regime autoritário”. Ainda segundo o deputado, ninguém filma o professor preparando aulas ou tirando dinheiro do bolso para comprar material para os alunos. “Precisamos nos organizar e lutar contra a nossa retirada de direitos”, afirmou.

 

Consulte os pronunciamentos realizados em Plenário.