Memória & Poder entrevista o educador Miguel Arroyo
Professor emérito da UFMG e idealizador da Escola Plural conta a sua trajetória na TV Assembleia.
04/07/2018 - 17:27Autor de um dos modelos de aprendizagem mais instigantes já implementados no Brasil – a Escola Plural –, o professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais Miguel González Arroyo é o entrevistado do programa Memória & Poder, deste sábado (7/7/18), às 20 horas, na TV Assembleia.
Nascido em Sotillo de la Ribera, na região de Castela, Espanha, Miguel Arroyo veio para o Brasil em 1960, perseguido pela ditadura Franco. Desde então, dedica-se a estudar o processo de interação entre a educação e a realidade social brasileira.
Influenciado pelas ideias de Paulo Freire, defende uma escola em diálogo com as vivências sociais de seus alunos, sejam eles oriundos de comunidades pobres, do campo, indígenas ou jovens e adultos que já conciliam os estudos com o trabalho.
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“A escola não é o ensino das palavras, é o ensino da vida. Quem sou eu? Por que sou negro? E porque sou negro, sou pobre? Temos de ajudar o aluno a ler-se. Este é o grande ensinamento”, afirma.
Secretário-adjunto de Educação da Prefeitura de Belo Horizonte no mandato de Patrus Ananias (entre 1992 e 96), Miguel Arroyo propôs um novo modelo de ensino na Capital mineira. A Escola Plural, como foi chamada, previa a divisão do ensino fundamental em ciclos em vez de séries e o fim da reprovação.
“Era proibido reprovar, mas por quê? Porque sempre são reprovados os mesmos desde a colônia, os mesmos que são reprovados pela sociedade até hoje: os negros, os pobres, os indígenas, os favelados”, diz.
O modelo não teve continuidade devido, principalmente, às críticas a não reprovação dos alunos. “A Escola Plural queria uma escola mais justa, menos segregadora. Isso não é pedagógico?”, questiona.
O programa tem reprises no domingo (8), às 15h30; segunda-feira (9), à meia-noite; e na terça-feira (10), às 21 horas.