Aumento do efetivo da PM em Presidente Bernardes é defendido
Vereadores e representantes da Prefeitura participaram de audiência que debateu os índices de violência na cidade.
22/05/2018 - 13:03Autoridades locais do município de Presidente Bernardes (Zona da Mata) reivindicaram o aumento do efetivo da Polícia Militar na cidade, nesta terça-feira (22/5/18), em audiência pública da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O objetivo foi debater a situação da segurança pública, tendo em vista os índices de violência e de roubos nas zonas rural e urbana.
O chefe do Departamento de Agropecuária e Meio Ambiente da Prefeitura, André Quintão Carneiro, apontou que o município conta hoje com cerca de 5 mil habitantes, sendo que 70% da população vive na zona rural. Para ele, essa grande concentração traz dificuldades para a atuação da Polícia Militar, que conta com poucos policias e viaturas.
André Carneiro explicou que o tráfico de drogas e a proximidade com cidades maiores como Viçosa e Ubá têm contribuído para o aumento da violência.
“Vivíamos em um local tranquilo e hoje convivemos com invasões de casa na zona rural e assaltos ao comércio na cidade”, afirmou. Ele defendeu um aumento do efetivo da polícia e do número de viaturas.
O vereador Welington Denis Correia Araujo apontou que o município conta com um efetivo de seis policiais, o que não é suficiente para atender à população. Já o vereador Dante de Assis Vidigal informou que a delegacia mais próxima encontra-se na cidade de Piranga, localizada a 22 quilômetros de Presidente Bernardes.
Dante Vidigal criticou o fato de que, mesmo tendo seis policiais, muitas vezes é difícil encontrá-los atuando na cidade. Segundo ele, após a audiência ser agendada, a segurança no município melhorou, pois a polícia passou a se fazer presente na cidade.
Deputados criticam falta de recursos para a segurança pública
Os deputados presentes na audiência criticaram a falta de recursos para as Polícias Militar e Civil e de repasses para os municípios.
O presidente da comissão e um dos autores do requerimento, deputado Sargento Rodrigues (PTB), apontou que os dados oficiais do governo mostram que foram retirados em dois anos R$ 230 milhões do custeio da Polícia Militar e R$ 70 milhões de investimentos da Polícia Civil, sendo que, em três anos, cerca de 7 mil policiais se aposentaram.
Para ele, esses dados mostram a situação de abandono da segurança pública em Minas Gerais, faltando efetivo e condições de trabalho para os policiais.
Outro autor do requerimento, deputado João Leite (PSDB), criticou os dados do relatório de segurança do Estado, que apontaria uma redução dos índices de criminalidade. Segundo ele, essa redução só acontece devido a uma subnotificação dos crimes.
“Os números do governador dizem que não há violência em Minas Gerais, mas isso não corresponde à realidade”, afirmou. João Leite ainda criticou a falta de repasses financeiros do Estado para os municípios, que estaria agravando a situação da segurança pública.
O deputado Roberto Andrade (PSB) falou sobre dados do Ministério da Saúde que indicam um aumento do número de mortes por causas violentas nas cidades pequenas. Para ele, a Polícia Militar não tem condições de trabalho, sendo poucos policiais para atender aos municípios do interior. O parlamentar ainda apontou que, no caso de Presidente Bernardes, até abril deste ano as ocorrências policiais superaram os anos anteriores.
Investimentos - O deputado Antonio Carlos Arantes (PSDB) lembrou a importância da renda gerada pelos produtores rurais para o País e criticou a falta de recursos destinados em Minas Gerais para o campo. Para ele, morar nas áreas rurais se tornou muito perigoso, sendo o produtor vítima de diversos crimes, como roubos e assassinatos.
O deputado Carlos Pimenta (PDT) apontou que a situação está tão grave que a segurança pública se tornou uma das principais preocupações da população. Para ele, o sistema de segurança pública em Minas Gerais está falido.