Nesta fase, estudantes participam de debates, dinâmicas e atividades sobre o tema “Violência contra a Mulher”, escolhido para esta 15ª edição

Estudantes começam a elaborar propostas para o PJ Minas

Nos 88 municípios que participam do Parlamento Jovem, estão sendo realizadas atividades de formação política.

28/05/2018 - 15:00 - Atualizado em 21/06/2018 - 19:02

Continua a todo vapor a etapa municipal do Parlamento Jovem de Minas 2018 (PJ Minas), na qual câmaras municipais e monitores se mobilizam para realizar oficinas de formação com os estudantes. Nessa fase, eles participam de debates, dinâmicas e atividades sobre o tema “Violência contra a Mulher”, escolhido para esta 15ª edição; fazem diagnóstico da realidade em suas cidades e aprendem a elaborar propostas de solução dos problemas identificados.

Até dia 22 de junho, os participantes terão que encaminhar suas sugestões para as coordenações dos polos regionais.

O PJ Minas é um projeto de formação política de estudantes do ensino médio, realizado pela Escola do Legislativo da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em parceria com câmaras municipais. Nesta edição, participam em 16 pólos regionais 84 municípios, 21 a mais que no ano passado.

De acordo com um dos coordenadores do PJ Minas na Escola do Legislativo, Ricardo Moreira Martins, os municípios têm total liberdade de elaborar as oficinas. São realizadas desde palestras mais formais com agentes públicos e de segurança, por exemplo, até dinâmicas ao ar livre e de interação direta com a sociedade.

Na sexta-feira (18/5/18), foi a vez de 53 alunos do ensino médio das escolas estaduais João Paulo I e Juscelino Kubitschek, de Betim (Região Metropolitana de Belo Horizonte), participarem de oficina sobre como elaborar as propostas. O ensinamento foi repassado pela redatora da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Giovana de Souza Rodrigues. “Eles aprenderam a sintetizar as ideias e apresentá-las no formato especial exigido”, explicou.

Os estudantes também conheceram os canais de comunicação nas redes sociais sobre o PJ Minas, disponibilizados pela ALMG. Conheceram a fan page no Facebook, onde são divulgados textos de interesse dos jovens, informações sobre o programa e fotos sobre as atividades desenvolvidas pelos participantes em todo o Estado.

Os estudantes foram estimulados a participar do ativismo on-line pelas campanhas que são divulgadas na página do PJ hospedada no Portal da Assembleia, como a #MaisJovensNaPolítica, que possibilita mudar a foto do perfil do Facebook ou Twitter.

Também está no ar o concurso #ComoVejoMinhaCidade. Os participantes devem mandar fotos com texto sobre suas observações sobre a violência contra a mulher no município em que vivem.

O mural da página do PJ também é aberto para a publicação de posts e fotos por qualquer participante.

Jovens valorizam informações

A oportunidade de participar de discussões políticas e de ter acesso a informações que muitas vezes nem tinham foi destacada por participantes das oficinas em Betim.

A estudante Amanda Vitória Assis Ribeiro, 16 anos, do 1º ano da Escola Estadual Integral e Integrada João Paulo I, afirmou que mudou a forma de pensar sobre violência contra a mulher. “Aprendi a diferença entre abuso e assédio. São informações que vou levar para a minha vida”, disse ela.

A colega de turma Ana Beatriz Martins Monteiro, 15 anos, reforça a observação. Vítima de assédio, a jovem agora se conscientizou de que é preciso mesmo denunciar a violência. “Agora me sinto mais encorajada. Se fosse hoje, não teria ficado em silêncio”.

Klinger Carlos Gonçalves Bispo, 15 anos, da Escola Estadual Juscelino Kubitschek, admite que não tinha ideia da dimensão da violência sofrida pelas mulheres, que só foi possível conhecer a partir da participação nas atividades. “O PJ Minas contribui para desenvolvermos um pensamento crítico sobre a sociedade em que estamos vivendo”, considerou.

Esses estudantes já participaram de palestras sobre o tema desta edição, compreendendo a temática no âmbito doméstico, em instituições de poder, e a distinção entre violência e assédio. Também debateram sobre a importância da participação popular em políticas públicas e conheceram melhor sobre o poder parlamentar.

A próxima tarefa dos estudantes betinenses é fazer entrevistas com mulheres e homens sobre o tema do PJ Minas deste ano. Às mulheres, eles questionarão se foram vítimas ou se conhecem alguma vítima de violência. Aos homens, a pergunta será se ele já praticou alguma violência ou conhece algum colega que já cometeu. O objetivo das enquetes é traçar um diagnóstico sobre a situação nas comunidades onde vivem.

A coordenadora do PJ em Betim, Margareth Butori, afirmou que eles também vão conhecer o orçamento do município e os recursos destinados ao combate à violência contra a mulher. Vão ainda se informar sobre programas que já são desenvolvidos na cidade.

A partir dos resultados da pesquisa e do conhecimento da verba já disponível, os jovens debaterão para priorizar as propostas que vão apresentar, visando melhorar os problemas detectados ou ampliar as ações já em andamento.