Oradores - Reunião Ordinária de Plenário de 28/3/18
Atentado à caravana de Lula é criticado. Oposição condena decreto que permite ficha-suja no serviço público.
28/03/2018 - 18:27
"Fichas-sujas"
O decreto do governador que permite que pessoas com “ficha suja” possam trabalhar no funcionalismo público foi duramente criticado pelo deputado Alencar da Silveira Jr. (PDT). Segundo Alencar, o decreto revogou um dos artigos da Emenda à Constituição 85, de 2010, de sua autoria, a qual veda a nomeação ou designação para cargos no serviço público de pessoas inelegíveis em razão de atos ilícitos, nos termos da legislação federal. Ele anunciou que solicitará providências ao Ministério Público e fará na justiça a arguição de constitucionalidade do decreto. “É uma vergonha”, acusou. Também repudiou a alta tributação imposta sobre o transporte público, o que torna elevado o valor das passagens de ônibus. “Temos que desonerar o setor de transporte e acabar com as gratuidades”, sentenciou. Em aparte, o deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) compartilhou da indignação de Alencar quanto ao decreto do governador.
Caravana de Lula
O ataque a ônibus da caravana do ex-presidente Lula no Paraná foi criticado pelo deputado Rogério Correia (PT), que considerou o ato uma iniciativa de milícias, como a que matou a vereadora carioca Marielle Franco, do PSOL. E acrescentou que episódios como esse são frutos do golpe contra Dilma Rousseff. Ele condenou a fala do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que afirmou que Lula estaria colhendo o que plantou. “Gostando ou não de alguém que expõe suas ideias, não podemos aceitar que milícias, lideradas por produtores rurais, ajam dessa forma!”, respondeu. Rogério Correia acrescentou que o PT exigirá a apuração imediata do fato e disse que já foram entregues à Polícia Federal documentos comprovando o envolvimento de grupos de whatsapp no atentado. Ele complementou que os relatos mostram que esses grupos que se propuseram a “acompanhar” a caravana de Lula, chegaram a combinar a compra de armas e munições.
Segurança pública
“Golpe é o rombo do PT na Petrobrás, descoberto pela operação Lava-Jato”. Essa foi uma das passagens da fala do deputado Sargento Rodrigues (PDT), em resposta ao pronunciamento de Rogério Correia. Preocupado com os trabalhadores da segurança pública, Rodrigues disse que a categoria enfrenta problemas de estresse devido às más condições de trabalho. Ele questionou as promessas do governador, de contratação de pessoal e aumento da frota de veículos. “A segurança em Minas está pedindo socorro. O PT é o partido dos traidores”, sentenciou. Sargento Rodrigues também confrontou o luxo no gabinete do governador com carências entrentadas pelo serviço público: "Pimentel gosta de luxo - camarão, lagosta, salmão -, enquanto as escolas não têm dinheiro nem para a merenda escolar". O deputado manifestou seu apoio à candidatura do senador Antônio Anastasia (PSDB) ao governo mineiro. “Volta Anastasia, queremos um homem honrado como o senhor”, afirmou.
Caravana de Lula II
Também enfocando o episódio no Sul do Pais, o deputado André Quintão (PT) reclamou do “clima de intolerância e ódio no Brasil”. Na visão dele, o ato contribui para o enfraquecimento da democracia e o cerceamento de direitos conquistados. “A que ponto chegamos? Os ônibus que transportavam militantes foram alvejados por setores que não admitem que Lula propague ideias de justiça social, de uma nação soberana, de desenvolvimento com distribuição de renda”, opinou. Em resposta a Geraldo Alckmin, Quintão respondeu que o PT plantou no Brasil o respeito à democracia, com amplas liberdades, com acesso dos mais pobres a uma vida digna. Por fim, o deputado avaliou que o atentado é mais um episódio dentro do golpe impetrado contra a presidente Dilma e seu projeto progressista. “Quando Lula sai pelo Brasil defendendo nosso legado querem intimidá-lo! Não vamos reagir com violência, mas cobrar das autoridades suas responsabilidades”, concluiu.