Impacto de tragédia em Mariana sobre animais será debatido
Comissão aprova, nesta quinta (15), requerimento para audiência sobre rompimento da barragem de Fundão, da Samarco.
15/03/2018 - 17:16Debater os danos causados pelo rompimento da Barragem de Fundão, da mineradora Samarco, em Mariana (Central), especialmente aos animais domésticos e não domésticos que viviam nos municípios atingidos pela lama. Esse é o objetivo principal da audiência pública que a Comissão Extraordinária de Defesa dos Animais da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovou em sua reunião desta quinta-feira (15/3/18).
O autor do requerimento e presidente da comissão, deputado Noraldino Junior (PSC), pretende também discutir na audiência as consequências do rompimento e as medidas compensatórias adotadas pela empresa após o triste episódio, ocorrido em 5 de novembro de 2015.
Dano incomensurável - Em sua justificativa, Noraldino rememorou que o rompimento provocou a morte de 19 pessoas e foi considerado o maior acidente ambiental do Brasil, pela poluição gerada no rio Doce e pelos danos à fauna e à flora de Minas e do Espírito Santo. Na opinião dele, o impacto é incomensurável: “Serão necessários anos ou, possivelmente, décadas para a recuperação de toda a flora e fauna afetados”, afirmou o parlamentar.
O deputado mostrou também preocupação com os animais que residiam em Bento Rodrigues, em Mariana, distrito diretamente atingido pela lama. Lembrou que muitos dos animais, domésticos ou não, foram resgatados com a ajuda da população e do Corpo de Bombeiros, sendo mais tarde acomodados em um centro de recolhimento criado pela Samarco.
Abandono - Segundo o parlamentar, alguns donos buscaram seus bichos no local, mas muitos destes permanecem lá à espera de um lar. Outros foram abandonados ou fugiram e ficaram vagando, lutando para sobreviver. Para Noraldino, há o risco de reprodução descontrolada desses animais.
Outro requerimento de audiência pública, também de autoria de Noraldino Junior, vai debater, com a presença de representantes do Governo do Estado, as dificuldades de ativistas, protetores de animais e representantes de organizações não governamentais que trabalham em prol dessa causa. Também serão enfocadas as políticas públicas voltadas para esse público.