Fapemig investe R$ 1 bilhão em pesquisas em quatro anos
Informações, do presidente da fundação, professor Evaldo Ferreira Vilela, foram dadas durante arguição pública na ALMG.
27/02/2018 - 14:56 - Atualizado em 27/02/2018 - 15:39Apesar da crise econômica que afeta o País, entre 2014 e 2017 a Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) investiu cerca de R$ 1 bilhão em ciência, tecnologia e inovação. Desse total, R$ 27 milhões foram destinados às universidades estaduais, sendo R$ 20 milhões para a Unimontes e R$ 7 milhões para a Uemg.
As informações foram fornecidas pelo presidente da Fapemig, professor Evaldo Ferreira Vilela, durante arguição pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta terça-feira (27/2/18). O professor foi sabatinado pela comissão especial destinada a emitir parecer sobre sua indicação, pelo governo do Estado, para ser reconduzido à presidência da fundação. A comissão aprovou o parecer do relator, deputado Durval Ângelo (PT), favorável à indicação.
“Mesmo com a dificuldade de recursos, consolidamos um sistema estadual de tecnologia e inovação que vem caminhando bem”, afirmou o professor, destacando que, mais do que investir em projetos e cursos, o objetivo da fundação é, acima de tudo, “extrair benefícios para a sociedade”, traduzidos na forma de avanços nas áreas de saúde, educação e segurança pública, entre outras.
Outros investimentos – Além dos investimentos em ensino superior, a Fapemig, segundo seu presidente, investiu ainda em outros órgãos e instituições governamentais, como a Epamig, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, que foi contemplada com R$ 14 milhões nesses quatro anos; o Hemominas, fundação que tem por finalidade garantir a oferta de sangue e hemoderivados para a população do Estado, que recebeu quase R$ 3 milhões; além da Polícia Militar, da Escola de Saúde Pública, da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) e da Fundação Cultural Clóvis Salgado (FCS), entre outros órgãos e instituições, contemplados, cada um, com recursos da ordem de R$ 1 milhão.
No caso da FCS, os investimentos foram destinados a projeto de dança para inclusão social, desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já os recursos destinados à Polícia Militar foram para investimento em projetos de inteligência.
Evaldo destacou também o papel da Fapemig no aporte de recursos para projetos de recuperação da bacia do Rio Doce, após o rompimento da barragem da Samarco, em Mariana, no final de 2015.
O professor admitiu que não tem sido fácil para a fundação manter suas obrigações em razão da crise, mas, apesar de tudo, disse que a fundação tem cumprido seus compromissos, com a ajuda das Secretarias de Estado de Fazenda e de Planejamento e Gestão.
Indicado destaca bom relacionamento com a ALMG
O professor também elogiou o relacionamento da Fapemig com o Poder Legislativo, ressaltando que a Lei 22.929, de 2018, oriunda do Projeto de Lei (PL) 4.355/17, do governador, favoreceu a comunidade científica, ao regular as ações de cooperação entre as instituições estaduais de ensino superior e as demais instituições científicas e suas respectivas fundações de apoio.
O presidente da comissão especial, deputado Tadeu Martins Leite (PMDB), o relator Durval Ângelo, bem como o deputado Antônio Jorge (PPS) reconheceram o bom relacionamento entre as duas instituições, reforçado pela aprovação do projeto que deu origem à Lei 22.929.
Durante a arguição pública, Evaldo respondeu a questionamentos apresentados pelos parlamentares sobre destinação de recursos, metas e prioridades da Fapemig para o próximo mandato.
O presidente da fundação também referiu-se à “segurança jurídica” proporcionada pela nova legislação, citando ainda a Lei Federal 13.243, de 2016, que estabelece novo marco regulatório para ciência e tecnologia.
Start ups – Evaldo prometeu empenhar-se para fazer avançar projetos de cooperação científica com universidades e outras instituições, aportando conhecimento e novas tecnologias, por exemplo, a projetos de start ups, segmento no qual, só no ano passado, a Fapemig, junto com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, investiu R$ 10 milhões. “É nosso interesse incentivar o empreendedorismo jovem de base tecnológica”, frisou.
Presente à arguição pública, o secretário da pasta, Miguel Correia, também elogiou o trabalho desenvolvido pelo professor Evaldo à frente da Fapemig, lembrando que o cientista já colaborava com o setor desde a gestão anterior e que o governador Fernando Pimentel fez questão de mantê-lo entre seus colaboradores graças à sua competência.
Currículo – O professor Evaldo é graduado em economia pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), mestre em entomologia pela Universidade de São Paulo (USP) e doutor em ecologia química pela University of Southampton, da Inglaterra. Também fez estágios de pós-doutorado nas universidades de Tsukuba (Japão), Nurnberg-Erlangen (Alemanha) e Berkeley (Estados Unidos).
É membro da Academia Brasileira de Ciências, foi reitor da UFV, secretário-adjunto de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, presidente da Sociedade Entomológica do Brasil e presidente da Fapemig na gestão anterior.
Manifestantes – Durante a sabatina, servidores administrativos do sistema prisional, em greve, marcaram presença na galeria, protestando e reivindicando equiparação salarial com os demais profissionais de segurança.
O líder do governo, deputado Durval Ângelo, antes de ler o relatório em favor do indicado, explicou aos manifestantes que, neste momento, o governo não tem condições de atender às suas reivindicações, devido a limitações impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal.