Projeto discutirá, em 2018, a violência contra a mulher
Donizetti, de Arcos, pretende usar a arte para discutir política com os jovens

PJ Minas faz capacitação de coordenadores municipais

Treinamento prepara equipes para atuar em rede e articular a formação cidadã e política dos estudantes.

05/12/2017 - 18:35

Coordenadores municipais que vão atuar no Parlamento Jovem de Minas (PJ Minas) no próximo ano iniciaram, nesta terça-feira (5/12/17), mais uma etapa de capacitação para o projeto. Serão três dias de dinâmicas na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), durante os quais serão discutidos desde o regulamento, o calendário e as rotinas do PJ Minas até o tema dessa 15ª edição, que é a violência contra a mulher.

O Parlamento Jovem é desenvolvido anualmente, em parceria com as câmaras municipais, que se reúnem em polos e funcionam como multiplicadores, atuando na formação política e cidadã dos estudantes dos ensinos médio e superior. Com a expansão do projeto, a capacitação de coordenadores torna-se ainda mais importante para manter em funcionamento uma grande rede colaborativa.

“São os coordenadores municipais que fazem a mediação entre a Assembleia e as câmaras, que articulam o projeto nas cidades e acompanham a formação dos estudantes”, detalha Fernanda Freitas, da coordenação do PJ Minas pela Escola do Legislativo. Por isso mesmo, segundo ela, o treinamento dessa semana vai se voltar também para a escuta desses participantes, para a troca de vivências positivas e de problemas para os quais os próprios coordenadores encontraram soluções.

“Os polos estão cada vez mais autônomos e criativos, dependendo menos da interferência da coordenação estadual. Também há um movimento novo de estudantes que estão procurando as câmaras municipais e reivindicando que elas participem do projeto”, aponta Fernanda. Para ela, isso ocorre porque os resultados do PJ Minas são visíveis, já no curto prazo. A coordenadora acrescenta que, cada vez mais, os vereadores estão participando, inclusive na coordenação municipal.

Crescimento – Na edição passada, 63 municípios integraram o PJ Minas, que discutiu a educação política nas escolas. Em 2018, esse número deve oscilar em torno de 90 – o quantitativo exato só será conhecido após o treinamento dos coordenadores, que é condição para a participação do município.

Tema tem potencial para mobilizar os alunos

O tema "Violência contra a mulher", escolhido para esta edição do PJ Minas, é atual e provocativo, com chances de promover um grande engajamento. Essa é a opinião de coordenadores municipais, que já planejam as atividades que serão desenvolvidas pelas câmaras. Três subtemas foram definidos: Violência doméstica e familiar; Violência nos espaços institucionais de poder; Violência e assédio sexual.

Donizetti Bernardes da Silva, vereador de Arcos (Centro-Oeste de Minas), já imagina peças teatrais educativas, intervenções públicas e um trabalho específico para tratar da violência contra professoras. Para ele, a arte é uma aliada no trabalho com os jovens. Arcos esteve no PJ Minas em 2006, antes da estadualização do projeto. Mas, de acordo com o vereador, o trabalho não teve sequência.

Janaúba (Norte de Minas) também está de volta, depois de dois anos de afastamento. Odinei Nascimento, servidor da câmara, salienta que a demanda na cidade foi grande em 2015 e que deve ser ainda maior agora, em função do tema envolvente. Ele prevê parcerias com a Polícia Militar (PM) e o Ministério Público, entre outros, nas discussões sobre a violência, inclusive psicológica, contra a mulher.

Instituições públicas, como a PM, além de grupos organizados de jovens também devem ser parceiras em Carandaí (Região Central do Estado). Edna Cristina da Silva, da coordenação municipal, é professora e enfatiza que o tema da violência permitirá um trabalho “amplo e muito necessário”. “Mulheres motoristas e policiais sofrem muito com a violência”, salientou.

Chiador (Zona da Mata) é estreante. O presidente da câmara local, que também será o coordenador do projeto, Gilmar Xavier, ressalta que o município faz divisa com o Rio de Janeiro e sofre grande influência quanto à criminalidade. “A violência contra mulher é comum, infelizmente”, aponta. A contadora da câmara foi quem sugeriu a participação no PJ Minas. “Visitamos nosso vizinho, Olaria, para conhecer o projeto e decidimos participar”, relata o presidente.