Parlamentares manifestaram apoio aos militares que reivindicam a regularização dos pagamentos do Estado ao IPSM
Deputados criticaram a falta de representantes do governo na audiência pública

Militares reclamam de atraso em repasses do Estado ao IPSM

Participantes de audiência da Comissão de Segurança Pública propõem ação judicial para garantir pagamentos em dia.

20/11/2017 - 19:14 - Atualizado em 20/11/2017 - 19:51

Uma ação judicial contra o Governo do Estado pelo atraso de quatro meses no repasse aos médicos e às instituições de saúde credenciados ao Instituto de Previdência dos Servidores Militares (IPSM). Essa foi a principal saída apontada pelos participantes da audiência desta segunda-feira (20/11/17) da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). 

Um dos autores do requerimento da reunião e presidente da comissão, o deputado Sargento Rodrigues (PDT) afirmou que, de acordo com dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do Estado (Siafi-MG), são quase R$ 600 milhões em retenções, incluindo as contribuições patronais.

“Cada entidade deveria processar individualmente. E eu trago também o rascunho de ação popular. Estou fechando os últimos dados para fazer. O requisito principal para isso chama-se título de eleitor. Vou ajuizar o governador e o secretário de Estado de Fazenda. E também propor uma ação civil pública”, explicou Sargento Rodrigues.

Também autor do pedido para a reunião, o deputado Cabo Júlio (PMDB) condensou as propostas que surgiram na reunião:

  • Uma ação judicial conjunta contra o governo assinada por todas as entidades representativas da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros;
  • A realização de outra audiência pública convocando o secretário de Fazenda, José Afonso Bicalho, a prestar esclarecimentos;
  • A formulação de um projeto de lei complementar que estabeleceria as responsabilidades penais e cíveis de cada ente, incluindo a discussão de uma tabela de repasses mais atrativa para os médicos credenciados;
  • Uma ação criminal contra o governo, pelo “calote” da dívida de R$ 2 bilhões com o IPSM.

Segundo ele, independente de qual o caminho escolhido, o problema do IPSM atinge todos os militares e suas famílias, e por isso eles, especialmente os da ativa, precisam se engajar mais. “Eles têm de vir aqui, lotar nossas galerias, pressionar. O governo pode perseguir cinco, dez deles, mas não vai perseguir mil. Divergências podem ocorrer, mas o IPSM precisa ser causa única”, completou.

O presidente do Centro Social dos Cabos e Soldados, cabo Álvaro Rodrigues Coelho, destacou como os militares do interior do Estado têm sofrido com a falta de atendimento médico pelo IPSM. “Esses problemas não vêm de agora. Enquanto Zona da Mata, Triângulo Mineiro e Sul de Minas são os locais mais atrativos para médicos, o Nordeste e o Leste não o são. Precisamos pensar juntos numa resposta mais enérgica. Sem união, não vamos vencer”, pediu.

O presidente da Central Única dos Militares Estaduais (Cume), 2º-sargento Walter Carvalho Fagundes, reclamou de descaso por parte do governo por não enviar nenhum representante para a reunião. “Isso é um roubo por parte de quem deveria preservar nossos direitos. Onde estão eles para falar da ameaça de corte dos convênios no interior? Não tem justificativa o que eles estão fazendo, mas, pelo menos, deveriam vir nos ouvir”, questionou.

Os deputados João Leite (PSDB) e Coronel Picinini (PSB) também criticaram a falta de representantes do governo. “Eles nem abanam o rabo para nós. Precisamos acabar com a triste história que está acontecendo neste 'desgoverno'”, finalizou o deputado Coronel Picinini.

Comissão aprova audiências e visitas

A comissão aprovou os seguintes requerimentos para a realização de visitas e audiências:

  • Do deputado Celinho do Sinttrocel (PCdoB): visita, em conjunto com a Comissão de Direitos Humanos, para averiguar as condições da Penitenciária de Ipaba (Vale do Rio Doce);
  • Dos deputados Sargento Rodrigues e João Leite: reunião com convidados para debater as medidas de segurança que podem ser adotadas pelos bancos para reduzir os altos índices de furtos e roubos a essas instituições; e visita à 6ª Companhia do 1º Batalhão da Polícia Militar para investigar denúncia de descumprimento da carga horária semanal de trabalho dos policiais militares, contrariando o previsto na Lei Complementar 127, de 2013;
  • Do deputado João Leite: reunião para discutir a existência de projetos de combate a incêndio em escolas e a exposição de crianças e adolescentes ao risco de incêndio; e audiência para discutir a implantação de gravações de vídeo nos exames para obtenção de carteira de motorista;
  • Do deputado Sargento Rodrigues: audiência para debater a situação dos policiais militares dispensados, temporária ou definitivamente, de suas funções, em virtude de moléstias e acidentes profissionais;
  • Dos deputados Sargento Rodrigues, Cabo Júlio e João Leite: audiência com a presença do ministro da Justiça para debater a situação da segurança pública no Estado.

Consulte o resultado da reunião.