A reunião não contou com a presença de representantes da Secretaria de Estado da Educação, da Polícia Militar e do Ministério Público
Rômulo Guimarães Dias disse que existe um inquérito policial em andamento para apurar os fatos

Escola da Capital sofre com aumento da criminalidade

Localizada na região Oeste de Belo Horizonte, estabelecimento já registrou mais de 60 boletins de ocorrência este ano.

31/10/2017 - 12:58

A diretora da Escola Estadual Professor Magalhães Drumond, no Bairro Nova Cinta (Oeste de Belo Horizonte), Ana Maria Ramos Goulart, já registrou mais de 60 boletins de ocorrência motivados por furtos e arrombamentos ao estabelecimento somente em 2017.

A denúncia foi apresentada pelo presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado Sargento Rodrigues (PDT), em audiência sobre o aumento da criminalidade na escola, realizada nesta terça-feira (31/10/17).

De acordo com o parlamentar, a situação se dá pela pelo baixo investimento em segurança feito por parte do Governo do Estado e pelo fato de a escola estar localizada em local de risco.

Ao lamentar a ausência de representantes da Secretaria de Estado da Educação, da Polícia Militar e do Ministério Público, o deputado acusou o Poder Executivo de cercear a participação da diretora no debate. “Fui procurado em meu gabinete pela responsável pela escola, Ana Maria Ramos Goulart, que hoje foi convocada a comparecer na secretaria, no mesmo horário da audiência”, disse.

Sargento Rodrigues lembrou que o bairro sofre com pontos de tráfico de drogas, que a escola não conta com vigilantes ou câmeras de segurança e, com isso, criminosos atuam e ameaçam livremente as pessoas no local. “Apesar da cobrança feita pela diretora, o governo disse que não vai enviar recursos ou apoio financeiro e de pessoal para a Escola Estadual Professor Magalhães Drumond”, lamentou.

O deputado destacou ainda que o Executivo tem feito cortes sistemáticos na área de segurança pública desde 2015. De acordo com ele, a redução teria sido de R$ 223 milhões em custeio somente para a Polícia Militar.

Delegado garante empenho para minimizar o problema

O delegado Regional do Barreiro, que também responde pelo local onde fica a escola, Rômulo Guimarães Dias, afirmou que a direção da escola não o procurou. Segundo ele, existe um inquérito policial em andamento para apurar os fatos descritos nos boletins de ocorrência.

O policial descreveu que a região é considerada de risco, por registrar altos índices de crimes violentos. “Temos um grupo de intervenção estratégica atuando no local. Trabalhamos dentro de limitações de estrutura e pessoal, mas, em pouco tempo, daremos respostas de polícia judicial às demandas apresentadas”, garantiu.

Apesar do cenário, o delegado disse que serve como consolo o fato de a maior parte dos crimes serem cometidos no período da noite, o que não põe em risco a vida dos alunos. “O prejuízo é na prestação de serviço, já que os casos são de arrombamentos e furtos de fiação elétrica e estrutura. Teremos um maior empenho para melhor atender as demandas da instituição”, salientou.

O deputado João Leite (PSDB) lamentou o que chamou de cenário negativo nos investimentos em segurança no Estado. Para ele, o momento afeta o trabalho e a resposta das polícias às demandas da sociedade. O parlamentar fez um apelo ao delegado regional por um esforço maior, tendo em vista o alto número de ocorrências na escola.

O deputado Cabo Júlio (PMDB) elogiou o trabalho da delegacia regional do Barreiro, que, segundo ele, realiza um trabalho eficiente, apesar do baixo efetivo policial.

Requerimentos – Os deputados aprovaram, na reunião, diversas solicitações de audiências públicas e vistas da comissão. O presidente, deputado Sargento Rodrigues, pediu visitas ao comandante da Academia de Polícia Militar, coronel José Queiroz; ao Centro Infantil Sargento Marizeth Cardoso da Mata e à Escola Estadual Professor Magalhães Drumond.

Teve ainda requerimento aprovado para a realização de audiências com o objetivo de debater a segurança pública e o aumento da criminalidade nos municípios de São Sebastião do Paraíso (Sul do Estado) e Pedra Azul (Vale do Jequitinhonha).

Finalmente, o deputado Cabo Júlio solicitou uma audiência com o secretário de Administração Prisional, desembargador Francisco Kupidlowski, para tratar da carga horaria dos servidores da pasta.

Consulte o resultado da reunião.