Obra de ampliação do hospital está parada há um ano
Segundo o diretor da instituição, Luís Fernando (dir.), recursos foram obtidos para intervenções como na parte elétrica

Conclusão de obras do Hospital João Paulo II é prioridade

Demanda foi apresentada em visita feita pela Comissão de Saúde. Compra de equipamentos foi outra necessidade apontada.

03/10/2017 - 14:16

A retomada e a conclusão da obras de ampliação do Hospital Infantil João Paulo II, em Belo Horizonte, e a aquisição de equipamentos permanentes para o seu funcionamento foram apontadas como as prioridades da instituição, que é o maior hospital pediátrico a atender exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado.

As demandas foram apresentadas pelo diretor da unidade, o pediatra Luís Fernando Andrade de Carvalho, que recebeu a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em visita realizada, nesta terça-feira (3/10/17), para conhecer as condições de funcionamento do hospital.

De acordo com Carvalho, as obras para ampliação da instituição, por meio de um prédio anexo, tiveram início em 2012 e já foram paralisadas três vezes, a última delas há um ano. Ainda segundo o diretor, a finalização das intervenções representaria não apenas a readequação da assistência, mas também a ampliação em 20% do número de internações do hospital, que passaria das atuais 6 mil para cerca de 7 mil ao ano.

“A retomada e a conclusão do prédio anexo vêm para organizar a assistência de áreas fundamentais, como a unidade de infectologia pediátrica e de terapia intensiva, além de proporcionar um atendimento mais adequado”, disse.

Segundo o diretor do hospital, estima-se que sejam necessários entre R$ 8 milhões e R$ 10 milhões para concluir as obras no prédio anexo. A maior parte desse recurso seria para a compra de equipamentos, já que a parte física e interna do prédio já está quase finalizada. De acordo com Carvalho, não há previsão de conclusão da obra.

Com estrutura antiga, hospital não promoveu adequações necessárias

Outro ponto destacado pelo diretor é que, ao longo dos anos, as normas de funcionamento dos serviços de saúde sofreram alterações, relativas, por exemplo, à segurança dos pacientes e à redução de infecções hospitalares. Entretanto, na sua avaliação, o João Paulo II não teria acompanhado essas adequações, já que possui uma estrutura física antiga, de mais de 50 anos.

Apesar disso, ele contou que a taxa de satisfação dos pacientes que recebem alta chega aos 95%.

A outra prioridade apresentada por Carvalho foi relativa à aquisição de equipamentos permanentes para o funcionamento do hospital, como monitores de UTI, aparelhos de endoscopia e de ventilação mecânica, berços e camas para os pacientes. A estimativa é que seriam necessários R$ 1,5 milhão.

Durante a visita, o diretor disse que, há cerca de 40 dias, o hospital conseguiu a liberação de um recurso de R$ 1 milhão do Governo do Estado, via Secretaria de Estado de Saúde, que será utilizado para reformas na parte elétrica, pinturas, instalação de câmera de segurança e readequação da portaria.

Custo mensal - Carvalho também disse que o custo mensal da unidade de saúde é de R$ 1,5 milhão, sem considerar a parte relativa aos recursos humanos, composta de pessoal efetivo do Estado. Se contabilizado com a folha de pagamento, o custo mensal chega aos R$ 5 milhões.

Ainda segundo Carvalho, o faturamento com o SUS é de cerca de R$ 800 mil a R$ 1 milhão. “É deficitário sem considerar a folha de pagamento”, pontuou.

Ele explicou que três programas do hospital, que não estão custeados pelo SUS, estão em processo de negociação para obtenção de recursos, o que aumentaria o faturamento da instituição. “Se fecharmos esses três programas, zeramos a parte de custeio com o faturamento e fica só a folha de pagamento”, explicou.

Estrutura – O Hospital Infantil João Paulo II é referência em pediatria na região centro-sul da Capital. Segundo o diretor, 35% dos pacientes atendidos são da região e o restante é oriundo de outras partes de Belo Horizonte e da Região Metropolitana de BH.

A unidade possui atualmente 150 leitos atendidos integralmente pelo SUS, dos quais 110 são para internação, 25 para a unidade de urgência e 16 para a UTI. Além das 6 mil internações, o hospital atende anualmente 40 mil crianças na parte de urgência e emergência e 30 mil na área ambulatorial. O hospital conta ainda com 900 funcionários.

Deputado destaca trabalho e dedicação da equipe do hospital

O presidente da comissão, deputado Carlos Pimenta (PDT), falou da sua preocupação com a falta crônica de recursos do Estado.

Nesse contexto, ele também se disse impressionado com o trabalho realizado pelo Hospital Infantil João Paulo II.

“A instituição precisa de socorro. As eventuais falhas são supridas pela dedicação, o carinho e o amor da equipe. Você sente o clima de doação dos médicos e atendentes”, ressaltou.

O parlamentar disse que vai se reunir em meados deste mês com o presidente da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) para discutir a situação e a necessidade de apoio aos hospitais que compõem a rede Fhemig, como é o caso do João Paulo II.

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